Perfil lipídico

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Perfil lipídico, antigamente conhecido como lipidograma, é uma série de exames laboratoriais que serve como um diagnóstico inicial amplo para identificar irregularidades em lipídios como colesterol e triglicerídeos.[1] Os resultados desse teste podem identificar certas doenças genéticas e determinar, com certa precisão, os riscos para doenças cardiovasculares, algumas formas de pancreatites, e outras doenças.

Lipídios são substâncias de origem orgânica, caracterizadas pela insolubidade em água, solubilidade em benzeno, éter e clorofórmio. No plasma, os lipídios em maior quantidade são o colesterol, triacilgliceróis, e fosfolipídeos. Em menores quantidades, ainda existem os ácidos graxos livres, glicolipídeos, hormônios e vitaminas de origem lipídica.[2]

O teste de perfil lipídico é comumente exigido como parte de exames clínicos gerais, juntamente com outros testes, como hemograma completo. 

Componentes[editar | editar código-fonte]

O teste de perfil lipídico geralmente inclui:

Usando esses valores, o laboratório ainda pode calcular:

Valores de referência[editar | editar código-fonte]

Valores para adultos (maiores de 20 anos), em mg/dl
Lípide Desejável Limítrofe Riscos[3]
Colesterol total Abaixo de 200 200 - 240 Acima de 240
LDL colesterol Abaixo de 130 130 - 160 Acima de 163
HDL colesterol Acima de 40 35 - 40 Abaixo de 35
Triglicerídeos Abaixo de 150 150 - 200 Acima de 200

Procedimento e indicações[editar | editar código-fonte]

Para indivíduos adultos saudáveis, é recomendado realizar o teste a cada cinco anos.

Tradicionalmente, o paciente é orientado a ficar em jejum de 9 a 12 horas, manter o metabolismo normal por duas semanas, evitando exercícios físicos e dieta fora do habitual. Três dias antes do exame não pode beber bebidas alcoólicas. A recuperação de traumas, cirurgias, infecções por bactérias, doenças crônicas debilitantes, durante ao menos dois meses impedem a realização do exame. Em mulheres grávidas, só pode ser feito três meses após o parto.[4]

Implicações[editar | editar código-fonte]

Este teste é usado para identificar dislipedemias (vários distúrbios nos níveis de colesterol e triglicerídeos), muitas das quais são indicadores reconhecidos para doenças cardiovasculares e raramente pancreatites.

Uma leitura de colesterol total pode ser usada para avaliar o risco de doença cardíaca de um indivíduo, no entanto, não deve ser encarado como o único indicador. Os componentes individuais que compõem a leitura do colesterol total - LDL, HDL e VLDL - também são importantes para medir o risco.

Por exemplo, o colesterol total de alguém pode ser alto, mas isso pode ser devido a altos níveis de colesterol HDL ("colesterol bom"), o que pode, na verdade, ajudar a prevenir doenças cardíacas. Sendo assim, enquanto um alto nível de colesterol total pode indicar que há um problema com os níveis de colesterol, os componentes individuais também devem ser medidos, pois a principal preocupação do teste deve ser com os níveis de LDL, ou "colesterol ruim".[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas e referências

  1. LABORATÓRIO SALUTI. Recomendações gerais para a realização do perfil lipídico Arquivado em 23 de junho de 2009, no Wayback Machine.. Acesso em 12 de abril de 2009.
  2. MILLER, Otto. Laboratório para o clínico. 8.ed. São Paulo: Atheneu, 1999.
  3. Riscos de problemas cardiovasculares
  4. DIAGNÓSTICOS DA AMÉRICA. Perfil lipídico[ligação inativa]. Acesso em 12 de abril de 2009.
  5. «Labtest - Perfil Lipídico». www.labtestsonline-pt.org. Consultado em 27 de junho de 2017