Pinguim-de-olho-amarelo

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Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Sphenisciformes
Família: Spheniscidae
Género: Megadyptes
Espécie: M. antipodes
Nome binomial
Megadyptes antipodes
(Hombron & Jacquinot, 1841)
Distribuição geográfica

O pinguim-de-olho-amarelo (Megadyptes antipodes) é uma espécie de pinguim encontrada no sul da Nova Zelândia.

A espécie está presente na nota de cinco dólares neozelandeses.

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

O pinguim-de-olho-amarelo foi descrito por Jacques Bernard Hombron e Jacquinot Honoré, em 1841. É a única espécie sobrevivente do gênero Megadyptes. Em 2008, foi descoberta uma espécie nova, porém menor, pertencente ao mesmo gênero: o pinguim-waitaha.

Anteriormente, pensava-se que o pinguim-de-olho-amarelo fosse uma espécie próxima do pinguim-azul (Eudyptula menor). Entretanto, uma nova investigação molecular demonstrou que a espécie está mais relacionada a pinguins do gênero Eudyptes. Evidências do DNA mitocondrial e nuclear sugerem ter se separado dos ancestrais do Eudyptes há cerca de 15 milhões de anos.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Esta é uma espécie de pinguim bastante grande, com média de 75 cm de comprimento e pesando cerca de 6,3 kg. O peso varia ao longo do ano, sendo maior (7 a 8 kg) pouco antes de muda e menor (5 a 6 kg) após a muda. Apresenta cabeça amarelo-pálida listrada de negro, com uma faixa amarela em torno da cabeça, partindo dos olhos. A íris é amarelada. A plumagem nos lados do pescoço é castanho-escura. Como a maioria dos pinguins, possuem parte ventral branca e dorso negro. Os pés são rosados. Os juvenis têm uma cabeça mais cinzenta, sem faixas e seus olhos possuem uma íris cinza, levando cerca de quinze meses para exibirem a plumagem.

A expectativa de vida de um pinguim-de-olho-amarelo é de 20 anos. Os machos geralmente sobrevivem por mais tempo do que as fêmeas, levando a uma proporção sexual de 2:1 na faixa etária de 10-12 anos.

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

A espécie normalmente nidifica em florestas e matas, entre o linho-da-nova-zelândia (Phormium tenax) e o tremoceiro-bravo (Lupinus arboreus), em encostas ou barrancos, ou a terra em si, de frente para o mar. Estas áreas são geralmente localizadas em pequenas baías ou em áreas de cabeceiras das bacias maiores.

É endêmica da Nova Zelândia, ocorrendo na costa sudeste da Ilha do Sul, no Estreito de Foveaux e nas ilhas Stewart/Rakiura, Auckland e Campbell.[2] O pinguim-de-olho-amarelo expandiu seu território, inicialmente restrito às ilhas subantárticas, para as principais ilhas da Nova Zelândia após a extinção do pinguim-waitaha séculos atrás.[3]

Comportamento[editar | editar código-fonte]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Cerca de 90% da dieta do pinguim-de-olho-amarelo adulto é composta de peixes; o restante é complementado com cefalópodes, como a lula Nototodarus sloanii. As espécies de peixes consumidas incluem Parapercis colias, Pseudophycis bachus, Hemerocoetes monopterygius e Sprattus antipodum, todas entre 2 e 32 cm de comprimento. Cefalópodes compõem quase metade (49%) da dieta das aves imaturas.

O pinguim-de-olho-amarelo persegue as presas em mergulhos profundos de 20–60 m em alto-mar, a cerca de 7–13 km da costa, e viaja, em média, cerca de 17 km de distância do local de nidificação. As aves deixam a colônia de madrugada e voltar na mesma noite, durante a criação dos filhotes, embora possam gastar entre dois a três dias no mar em outras épocas.

Um pinguim-de-olho-amarelo em fase de troca de plumagem, fotografado em Bushy Beach, Oamaru, Nova Zelândia.

Reprodução[editar | editar código-fonte]

O pinguim-de-olho-amarelo é a menos social dentre todas as espécies de pinguim, criando seus filhotes solitariamente. Possui também o maior domínio territorial, com às vezes até um só ninho por hectare em áreas florestais.

Os ninhos são feitos de gravetos e grama grossa, construídos sobre rochas ou troncos de árvores. A longa temporada de 28 semanas de reprodução começa em meados de agosto, quando os pares são formadas e os locais de nidificação selecionados. A fêmea põe dois ovos entre setembro e outubro. Os ovos, medindo cerca de 75x54 mm, são inicialmente verdes e mudam para branco dentro de 24 horas após a postura. O período de incubação, geralmente ocorrendo no início de novembro, é de 38-54 dias (média de 43 dias), e é compartilhado por ambos os pais.

Desde a incubação até os filhotes atingirem seis semanas de vida, um dos pais permanece no ninho enquanto outro vai para o mar para pescar o alimento para os filhotes. Estes emplumam-se entre fevereiro a meados de março e são totalmente independentes a partir de então. Durante seu primeiro ano no mar, os juvenis dispersam rumo ao norte, alcançando o Estreito de Cook. Quando adultos, são encontrados em sua área de reprodução ao longo do ano.

Preservação[editar | editar código-fonte]

O status atual da espécie é "Em perigo",[1] com uma população estimada em 4.000 indivíduos. É considerada uma das espécies de pinguim mais raras do mundo.[4] As principais ameaças incluem a degradação do habitat e introdução de predadores.

Na primavera de 2004, uma doença desconhecida matou 60% dos filhotes de pinguim-de-olho-amarelo da península de Otago e do norte de Otago. A doença, posteriormente descrita como estomatite diftérica, tem sido associada a uma infecção de Corynebacterium, um gênero de bactérias que também provoca a difteria em seres humanos. Um problema semelhante afetou a população da Ilha Stewart, quando quase 70% dos filhotes morreram em um intervalo de seis anos.[5]

Uma reserva com mais de 50 hectares, protegendo mais de 10% da população da Ilha Sul neozelandesa, foi criada na região conhecida como Long Point, em The Catlins, em novembro de 2007 em uma parceria entre o Departamento de Conservação local e o Yellow-eyed Penguin Trust (YEPT).[6] Em agosto de 2010, o pinguim-de-olho-amarelo passou a ser protegido pela Endangered Species Act.[7]

Referências

  1. a b Megadyptes antipodes IUCN, acessado em 27 de janeiro de 2011
  2. Yellow-eyed penguin Arquivado em 27 de setembro de 2006, no Wayback Machine. New Zealand Penguins, acessado em 28 de janeiro de 2011
  3. Rare penguin took over from rival BBC, acessado em 28 de janeiro de 2011
  4. Other Penguin species Yellow-eyed Penguin Trust, acessado em 27 de janeiro de 2011
  5. Mystery illness strikes penguins Stuff.co.nz, acessado em 27 de janeiro de 2011
  6. Land set aside for yellow-eyed penguin protection in Catlins The Southland Times, acessado em 27 de janeiro de 2011
  7. Five Penguins Win U.S. Endangered Species Act Protection Arquivado em 28 de novembro de 2010, no Wayback Machine. Sea Turtle Restoration Project, acessado em 27 de janeiro de 2011

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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