Boca-de-sapo (ave)

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Boca-de-sapo-australiano (Podargus strigoides)
Boca-de-sapo-australiano (Podargus strigoides)
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Podargiformes
Mathews, 1918
Família: Podargidae
Gray, 1847
Gêneros
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Os bocas-de-sapo são um grupo de aves noturnas nativas da Ásia e Oceania, que compõem a família Podargidae e ordem Podargiformes, divididos em três gêneros diferentes. São próximos dos noitibós, e já foram anteriormente classificados na ordem Caprimulgiformes, porém estudos recentes apontaram que os membros dessa família deviam ser classificado em uma ordem distinta.

Biologia[editar | editar código-fonte]

Recebem o nome popular de boca-de-sapo devido ao seu grande bico achatado com enorme abertura semelhante a um sapo, que usam para capturar insetos. O vôo é fraco e curto. Descansam horizontalmente em galhos durante o dia, camuflados por sua plumagem de cores pouco chamativas e enigmáticas. Até três ovos brancos são colocados na forquilha de um galho, e são incubados pela fêmea à noite e pelo macho durante o dia. As três espécies de Podargus são restritas à AustráliaNova Guiné. São conhecidos por capturar presas maiores do que seus semelhantes, como pequenos vertebrados (rãs, camundongos, etc.), que às vezes são rebatidos repentinamente contra uma pedra antes de serem devorados.[1] Os doze representantes do gênero Batrachostomus são encontradas na Ásia tropical. Eles têm bicos menores e mais arredondados e são predominantemente insetívoros. Tanto Podargus quanto Batrachostomus têm cerdas ao redor da base do bico, que lembram um bigode, e Batrachostomus tem cerdas mais longas que podem servir para proteger os olhos das presas de insetos.[1] Em abril de 2007, uma nova espécie de boca-de-sapo foi descrita nas Ilhas Salomão e colocada em um gênero recém-estabelecido, denominado de Rigidipenna.[2]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Estudos de hibridização de DNA-DNA sugeriram que os dois grupos de boca-de-sapo podem não estar tão intimamente relacionados como se pensava anteriormente, e que as espécies asiáticas podem ser consideradas uma nova família, que seria chamada de Batrachostomidae.[3][4] Embora os bocas-de-sapo tenham sido anteriormente incluídas na ordem Caprimulgiformes, um estudo de 2019 estimou a divergência entre Podargus e Batrachostomus entre 30 e 50 milhões de anos e formando um clado bem separado dos noitibós e sendo um grupo irmão dos andorinhões, beija-flores e egotelos. O nome Podargiformes proposto em 1918 por Gregory Mathews foi restabelecido para o clado.[5]

Espécies[editar | editar código-fonte]

Possui três gêneros com dezesseis espécies reconhecidas (nomes populares de acordo à Paixão et al.);

Imagem Gênero   Espécies
Podargus Vieillot, 1818
Batrachostomus Gould, 1838
Rigidipenna Cleere et al., 2007

Na cultura[editar | editar código-fonte]

Em um artigo publicado em abril de 2021, os pesquisadores Katja Thömmes e Gregor Hayn-Leichsenring, do grupo Experimental Aesthetics do Hospital Universitário de Jena, na Alemanha, descobriram que o boca-de-sapo é a espécie de ave mais "instagramável".[6] Usando um algoritmo para analisar o apelo estético de mais de 27.000 fotografias de pássaros no Instagram, eles descobriram que fotos que retratam bocas-de-sapo receberam o maior número de curtidas em relação à exposição das postagens aos usuários. O artigo do jornal foi escolhido por vários meios de comunicação, incluindo o The New York Times e o The Guardian.[7]

Referências

  1. a b Perrins, Christopher (2003). Firefly Encyclopedia of Birds. [S.l.]: Firefly Books. p. 342. ISBN 1-55297-777-3 
  2. Cleere; et al. (2007). «A new genus of frogmouth (Podargidae) from the Solomon Islands – results from a taxonomic review of Podargus ocellatus inexpectatus Hartert 1901». Ibis. 149: 271–286. doi:10.1111/j.1474-919x.2006.00626.x 
  3. Sibley, Charles G.; Ahlquist, Jon E.; Monroe, Burt L. (1 de julho de 1988). «A Classification of the Living Birds of the World Based on Dna-Dna Hybridization Studies». The Auk (3): 409–423. ISSN 0004-8038. doi:10.1093/auk/105.3.409. Consultado em 14 de março de 2022 
  4. Mayr, Gerald (janeiro de 2002). «Osteological evidence for paraphyly of the avian order Caprimulgiformes (nightjars and allies)». Journal für Ornithologie (1): 82–97. ISSN 0021-8375. doi:10.1007/bf02465461. Consultado em 14 de março de 2022 
  5. Chen, Albert; White, Noor D.; Benson, Roger B.J.; Braun, Michael J.; Field, Daniel J. (2019). «Total-Evidence Framework Reveals Complex Morphological Evolution in Nightbirds (Strisores)». Diversity. 11 (9): 143. doi:10.3390/d11090143Acessível livremente 
  6. Thömmes, Katja; Hayn-Leichsenring, Gregor (1 de março de 2021). «What Instagram Can Teach Us About Bird Photography: The Most Photogenic Bird and Color Preferences». i-Perception (em inglês). 12 (2). 20416695211003585 páginas. ISSN 2041-6695. doi:10.1177/20416695211003585Acessível livremente 
  7. Waller, Allyson (29 de abril de 2021). «This 'Angry' Bird Is the Most Photogenic, Research Finds». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 30 de abril de 2021 

Sítios externos[editar | editar código-fonte]

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