Ponte Rio Negro

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Ponte Rio Negro
Ponte Rio Negro
Vista aérea da ponte em 2019.
Nome oficial Ponte Jornalista Phelippe Daou
Arquitetura e construção
Tipo Ponte estaiada
Material Aço e concreto
Estilo arquitetônico Arquitetura pós-moderna
Construção Mover Participações
(antiga Camargo Corrêa)
Mantida por Governo do Estado do Amazonas
Início da construção 3 de dezembro de 2007
Data de inauguração 24 de outubro de 2011 (12 anos)
Dimensões
Comprimento total 3,6 km[1]
Largura Seção estaiada: 22,60 m
Trecho corrente: 20,70 m
Altura 190,25 m[1]
Pedágio Não
Geografia
Via AM-070
Cruza Rio Negro
País  Brasil
Região Grande Manaus
Ponte Rio Negro está localizado em: Brasil
Ponte Rio Negro
Localização da Ponte Rio Negro no Brasil
Coordenadas 3° 07' 9.39" S 60° 04' 43.66" O

Ponte Jornalista Phelippe Daou, mais conhecida como Ponte Rio Negro,[2][3][4][5] é uma ponte que atravessa o rio Negro, no estado brasileiro do Amazonas.[1] Ela conecta os municípios de Manaus e Iranduba, e também faz parte da Rodovia Manoel Urbano. Atualmente é a maior ponte estaiada do Brasil, com 3,6 quilômetros de extensão sobre o maior rio de água negra do mundo.[6][7]

Foi aberta para o tráfego de veículos em 2011 e batizada como Ponte Rio Negro durante a inauguração.[8] Em 2017, recebeu o nome do jornalista e empresário brasileiro Phelippe Daou, um dos fundadores da Rede Amazônica.[9] A obra foi orçada em R$ 1,099 bilhão (R$ 586 milhões em financiamento do BNDES e R$ 513 milhões do Governo do Estado do Amazonas).[8]

História[editar | editar código-fonte]

Inauguração da ponte com a presença de autoridades. Foi batizada, na época, como Ponte Rio Negro.
Mastro central da Ponte Rio Negro com 190 metros de altura. É a ponte mais alta do Brasil.

2003: Idealização[editar | editar código-fonte]

A demora na travessia das balsas, o desconforto dos passageiros e a falta de segurança, dentre outras reclamações dos usuários, motivaram uma audiência pública, ocorrida na Assembleia Legislativa do Amazonas, em 18 de junho de 2003. A audiência foi solicitada pelo deputado estadual Francisco Souza, a pedido do Conselho de Cidadãos do Município de Iranduba.[10]

A idealização da ponte originou-se de um projeto de lei apresentado em 2003. Segundo o deputado Francisco Souza, um abaixo-assinado iniciado em 15 de novembro de 2003 reuniu cerca de 120 mil assinaturas favoráveis à construção da ponte.[10]

No mesmo ano, o Governo do Estado do Amazonas reuniu uma comissão técnica para iniciar os estudos da viabilidade da construção dessa obra. Os resultados foram concluídos em 13 de abril de 2007 e o processo licitatório foi aberto já no outro mês. A divulgação do resultado ocorreu em novembro seguinte, sendo vencedor o consórcio Rio Negro, composto pelas empresas paulistas Camargo Corrêa e Construbase Arquitetura & Engenharia Ltda.[11]

2007–2011: Construção[editar | editar código-fonte]

Em 3 de dezembro de 2007 foi emitida a ordem de serviço ao consórcio vencedor, considera-se como a data oficial de início das obras da Ponte Rio Negro.[12]

Em 4 de julho de 2008, com a presença do então governador Eduardo Braga, fincaram-se as primeiras estacas do vão central no rio Negro.[13] Foram usados aço e cimento em quantidade suficiente para erguer três estádios do Maracanã. Devido ao grau de acidez das águas do Rio Negro, adicionou-se pozolana (material silicioso anticorrosivo) ao concreto empregado nas estacas e no tabuleiro.[14]

Obra que faz parte do projeto de expansão da Região Metropolitana de Manaus, a ponte foi construída sobre o Rio Negro, entre a área chamada de Ponta do Ouvidor, no bairro Compensa, em Manaus, e a Ponta do Pepeta, em Iranduba.[11]

2011: Inauguração no aniversário de Manaus[editar | editar código-fonte]

Em 24 de outubro de 2011, aniversário de 342 anos da cidade de Manaus, a ponte foi inaugurada com a presença de autoridades, entre elas, a então presidente da República Dilma Roussef, que fez uma promessa: a extensão da Zona Franca de Manaus por mais 50 anos e a extensão dos benefícios para toda a região metropolitana, possibilitando um maior desenvolvimento e o início de uma conurbação urbana entre quatro municípios vizinhos.[14]

2012–presente[editar | editar código-fonte]

As 4 faixas de rodagem da ponte.

Em 21 de fevereiro de 2017, o Governo do Estado do Amazonas anunciou que a Ponte Rio Negro passaria a se chamar Ponte Jornalista Phelippe Daou, mediante o decreto estadual nº 37.646, de 21 de fevereiro de 2017, assinado pelo ex-governador do Amazonas José Melo; a justificativa para a renomeação, segundo o decreto, é que "o Estado tem o dever de homenagear os cidadãos que atuaram na contribuição para o Desenvolvimento do Amazonas".[15][9]

Em 12 de abril de 2019 a ponte sobre o Rio Negro recebeu iluminação verde em referência aos 371 anos do Exército Brasileiro. A iluminação faz parte da programação comemorativa em importantes monumentos históricos da capital amazonense, reconhecidos no Brasil e no mundo.[16]

Estrutura[editar | editar código-fonte]

Com 3 595 metros de extensão, é a maior ponte estaiada do Brasil, com 400 metros de seção suspensa por cabos em seu vão central. Sua largura total é de 20,70 metros no trecho convencional e 22,60 metros na parte estaiada. Sua via contém quatro faixas de tráfego, duas em cada sentido, além da faixa de passeio para pedestres nos dois lados.[1]

O mastro central apoia dois vãos de 190 metros para cada lado. A estrutura, em forma de losango, é dividida em três partes: um cone de ponta-cabeça abaixo do tabuleiro, um cone acima do tabuleiro e o topo do mastro. O formato aerodinâmico foi adotado para diminuir o atrito com o vento de forma a evitar ressonância ondulatória tal como o caso da ponte de Tacoma.[1]

Ao lado do Teatro Amazonas, a ponte vem sendo considerada um dos maiores e mais importantes monumentos da arquitetura da Amazônia, o que representa um marco na integração da Região Metropolitana de Manaus (RMM), fundada em 2007, com treze municípios e cerca de 2,6 milhões de habitantes.[8]

Panorama da Ponte Rio Negro.

Cultura popular[editar | editar código-fonte]

  • Antes mesmo de ser concluída, ainda em 2009, a ponte já fazia parte da cultura popular. O cantor brasileiro Nunes Filho, conhecido como Príncipe do Brega, lançou um CD intitulado Caminhar na Ponte Sobre o Rio Negro.[17][18]
  • A Ponte Rio Negro é cenário natural para os telejornais: Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas, ambos da Rede Amazônica.[19]
  • Por ser um símbolo arquitetônico de Manaus, a ponte também se consolidou como um dos principais cartões-postais da cidade.[20]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e «Ponte Estaiada sobre o Rio Negro» (PDF). Camargo Corrêa. 25 de outubro de 2010. Consultado em 23 de novembro de 2019 
  2. «Ponte Rio Negro não está fechada». Governo do Estado do Amazonas. 9 de abril de 2020. Consultado em 27 de abril de 2021 
  3. «'Setembro Amarelo': Ponte Rio Negro recebe blitz informativa com adesivagem de carros». Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC). 5 de setembro de 2020. Consultado em 27 de abril de 2021 
  4. «Ponte Rio Negro volta a ser iluminada após três anos». Secretaria de Segurança Pública (SSP). 5 de julho de 2018. Consultado em 27 de abril de 2021 
  5. «Fiscalização de trânsito na ponte Rio Negro termina com mais de 50 motoristas autuados e um adolescente apreendido por dirigir motocicleta irregularmente». Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM). 21 de fevereiro de 2018. Consultado em 27 de abril de 2021 
  6. Susin, Raquel (10 de fevereiro de 2010). «Mais extenso rio de água negra». RankBrasil. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  7. «Maior ponte estaiada do Brasil em águas fluviais é inaugurada no Amazonas». GaúchaZH. 24 de outubro de 2011. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  8. a b c «Governo do Amazonas inaugura ponte Rio Negro, um marco para a integração da Região Metropolitana de Manaus». Governo do Estado do Amazonas. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  9. a b «Ponte Rio Negro ganha o nome do jornalista Phelippe Daou». Governo do Estado do Amazonas. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  10. a b «Francisco Souza comemora anúncio de construção de ponte sobre rio Negro». Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). 31 de janeiro de 2007. Consultado em 30 de dezembro de 2020 
  11. a b «Camargo Corrêa e Construbase vencem licitação da ponte Rio Negro». Jornal do Commercio. 6 de novembro de 2007. Consultado em 30 de dezembro de 2020 
  12. «Construção da Ponte sobre o rio Negro deve começar no dia 3 de dezembro». Governo do Estado do Amazonas. 6 de novembro de 2007. Consultado em 23 de novembro de 2019 
  13. «Governador acompanha trabalhos de fundação da ponte no meio do rio Negro». Governo do Estado do Amazonas. 4 de julho de 2008. Consultado em 14 de setembro de 2019 
  14. a b «Dilma inaugura Ponte e estende ZFM a municípios da Região Metropolitana». G1. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  15. «Ponte Rio Negro ganha nome do jornalista Phelippe Daou, em Manaus». G1. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  16. «Ponte sobre o Rio Negro recebe iluminação verde em referência aos 371 anos do Exército Brasileiro». Governo do Estado do Amazonas. Consultado em 21 de outubro de 2019 
  17. «Caminhar na Ponte - Nunes Filho». Letras.mus.br. Consultado em 21 de outubro de 2019 
  18. «Nunes Filho, o Príncipe do Brega, vira o 'Rei' da Ponte Rio Negro». D24AM. 21 de outubro de 2011. Consultado em 21 de outubro de 2019 
  19. Monteiro, Katiúscia (6 de março de 2015). «Mulheres comandam telejornais da Rede Amazônica». Rede Amazônica. Consultado em 26 de outubro de 2019 
  20. «Cartão-postal de Manaus, ponte sobre o rio Negro recebe serviços de limpeza». Prefeitura Municipal de Manaus. Consultado em 21 de outubro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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