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Ponte Maurício de Nassau

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Ponte Maurício de Nassau
Ponte Maurício de Nassau
A ponte Maurício de Nassau
Nome oficial Ponte Maurício de Nassau
Arquitetura e construção
Arquitetos Baltazar de Affonseca
Emílio Henrique Baumgart
Construção Companhia Construtora em Cimento Armado
Mantida por Prefeitura da Cidade do Recife
Início da construção 1640 (a atual é de 1917)
Data de abertura 28 de fevereiro de 1643
Comprimento total 180 m
Largura 16 m
Maior vão livre 13,5 m
Geografia
Via Urbana/Pública - Automóvel e pedestre
Cruza Rio Capibaribe
Localização Recife, PE, Brasil
Coordenadas 8°3'50 S 34°52'31 O

A Ponte Maurício de Nassau localiza-se na cidade do Recife e interliga os bairros do Recife e Santo Antônio. Foi a primeira ponte de grande porte do Brasil.[1]

O projeto da ponte teve início em meados de 1630, mas recebia pressão de importantes empreendedores que tinham sua renda focada na interligação da ilha com o resto da cidade. A ilha seguia superlotada e seus terrenos começavam a desvalorizar. A lentidão no transporte e a falta de água na ilha deram a força necessária para o projeto prosseguir. Oito anos depois, iniciou-se os estudos para dar início a construção. Em 1630, o então Conde de Nassau ordenou a construção de um pilar de pedra com 12 metros de comprimento para analisar a força da correnteza e demonstrar publicamente seu interesse na construção da ponte. Em 1641 abriu-se edital para convocar construtores interessados.[1]

Venceu a concorrência o judeu e arquiteto Baltazar de Affonseca, assegurando que terminaria a ponte dentro de um prazo de dois anos. Em 1642 iniciou-se a obra, já com quinze pilares construídos. Mas logo no ano seguinte a obra teve de ser paralisada. Com medo de ser humilhado, o Conde de Nassau toma a frente da construção e investe dinheiro próprio no projeto. Faltando ainda dez pilares de pedra e o orçamento estourado, o conde resolve usar madeira resistente à água ao invés de pedra. A ponte é então inaugurada em 28 de fevereiro de 1644 com o nome de Ponte do Recife. Parte em pedra, parte em madeira, a Ponte do Recife tinha o dobro do tamanho da atual indo do atual cruzamento da Av. Marquês de Olinda com a rua Madre de Deus até o atual cruzamento das ruas 1° de Março e Imperador D. Pedro II. Ganhando o título de primeira ponte de seu porte do Brasil. E, por ainda estar em funcionamento, é a mais antiga.[1][2][3]

Nas suas extremidades foram construídos dois arcos por ordem do Conde de Nassau, dos quais um deles tinha porta que podia se fechar. O que ficava do lado do Bairro do Recife chama-se Arco da Conceição e o que ficava na outra extremidade, Arco de Santo Antônio.[2] A ponte tinha uma parte levadiça, responsável por um acidente que derrubou cerca de dezesseis pessoas no Rio Capibaribe. Em 1683 a ponte passa por sua primeira reforma, mas ainda mantem os dois arcos de pedra. Em 1742 acontece uma reforma ainda maior remodelando a ponte, mas ainda aproveitando os pilares de pedra e madeira. Os arcos são também reformados e recebem as imagens dos santos católicos que dão o nome de cada um. Também é construída ua série de pequenos estabelecimentos comerciais, provavelmente para, junto com um também provável pedágio, custear a manutenção da ponte.[4]

Mesmo com várias reformas entre os anos de 1683 e 1742 a estrutura precária não aguenta e cede em 5 de Outubro de 1815. Uma nova ponte começou a ser construída, agora de ferro. Foi inaugurada em 7 de Setembro de 1865 recebendo o nome de Ponte 7 de Setembro. Mais elegante, mais larga e forte, porem o material mal escolhido foi rapidamente corroído pela ferrugem. Ainda assim detinha os dois arcos, porem, por conta do transito, ordenou-se a demolição de ambos, o da Conceição, em 1913, e o de Santo Antônio em 1917. Só foi em 18 de Dezembro de 1917, cento e oitenta e sete anos depois, que inaugurou-se a Ponte Maurício de Nassau, homenageando o seu construtor.[2][4] Em 30 de março de 1920 Manuel Borba responsável por uma das últimas grandes reformas, troca todo o calçamento da ponte e encomenda as quatro estátuas de bronze de três metros de altura da Fundição Val d'Ornes, na França dando à ponte o aspecto geral que têm hoje.[5]

Mapa holandês de 1665 mostrando a ponte original, antecessora da atual, que ligava o Recife (Reciffo) à Cidade Maurícia (Stadt Mauritius).
  • 1642-1861: Ponte do Recife
  • 1861-1917: Ponte 7 de setembro
  • 1917- atual: Ponte Maurício de Nassau.
Ver artigo principal: Boi voador

Antes da inauguração da Ponte do Recife, atual Ponte Mauricio de Nassau, o Conde de Nassau divulgou amplamente que na inauguração da ponte faria um Boi Voar. A ideia era ter um público grande e arrecadar uma boa quantia em dinheiro com a cobrança dos pedágios, para tentar amenizar o rombo no orçamento no projeto.

Com o público enorme e curioso pagando pedágios, o Conde de Nassau finalmente fez o que prometia. Com um mecanismo de cordas e roldanas, fez um boi empalhado passar de um lado da ponte para o outro. O evento rendeu vinte mil e oitocentos florins, não pagando cada pessoa mais que duas placas à ida, e duas à vinda.[6]

Estátua da Justiça da Ponte Maurício de Nassau, do escultor Albert-Ernest Carrier-Belleuse

Obras de arte

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A ponte conta com cinco estatuas ao todo, quatro delas sobre pilares nas extremidades em ferro fundido e uma no meio da ponte em concreto, à altura do transeunte. Também se encontram nove brasões de Pernambuco e duas placas. Todos estes objetos são em ferro fundido, confeccionados na Fundição Val d'Osne em 1917, exceto a estatua do poeta, que é em concreto armado polido

As placas foram colocadas pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano e dizem:

As estátuas ali colocadas são:

  • A deusa Sabedoria, também conhecida como Atenas ou Pallas Atenas na Grécia Antiga e como Minerva, em Roma. A estatua é uma réplica da Atena de Velletri. Encontra-se em posição de discurso. Tem sobre a cabeça um Elmo de Corinto e a égide em volta do pescoço.[7]
  • A deusa Agricultura, também conhecida como Deméter-Ceres, padroeira dos campos cultivados. Escultura de Mathurin Moreau e chama-se Cérès-Déméter (l’Agriculture). Trás na mão um ramo de trigo e coroada com um ramo de vinhedo e uma pequena torre no topo da cabeça.[8]
  • A deusa Comércio, personificação feminina de Hermes, na cultura grega e Mércurio, na romana. A escultura é de Albert-Ernest Carrier-Belleuse e chama-se Le Commerce. Ela segura um caduceu, um saco de mercadorias e um canhão aos seus pés. É coroada com oito torres, denotando a Capital de Estado.[9][10]
  • A deusa Justiça, conhecida como Têmis, na mitologia grega. A escultura é de Albert-Ernest Carrier-Belleuse. Esta representação não utiliza a típica venda. Mas leva consigo, debaixo do braço direito, a balança e uma espada embainhada.[11]
  • No meio da ponte encontra-se a estatua do poeta Joaquim Cardoso, em tamanho real à altura do pedestre. A escultura de Demetrio Albuquerque faz parte do Circuito da Poesia, um projeto que reúne doze esculturas retratando poetas, pelo Recife.[12]

Atualmente a ponte serve ao trânsito de carros e interliga a Avenida Marquês de Olinda à Rua Primeiro de Março.

Referências

  1. a b c Dez lugares para visitar que revelam a história do Recife
  2. a b c Regina Coeli Vieira Machado (15 de junho de 2003). «Ponte Maurício de Nassau». Consultado em 16 de outubro de 2015 
  3. «Pontes». Consultado em 16 de outubro de 2015. Arquivado do original em 4 de março de 2016 
  4. a b «8 - PONTE MAURÍCIO DE NASSAU». Consultado em 16 de outubro de 2015 
  5. Jornal do Recife (30 de março de 1920). «O Calçamento da Ponte Mauricio de Nassau». Consultado em 16 de outubro de 2015 
  6. Regina Coeli Vieira Machado (17 de junho de 2003). «Boi Voador». Consultado em 19 de outubro de 2015 
  7. «Minerve – Minerva – (Pallas de Velletri) Pont Mauricio de Nassau – Recife». Consultado em 6 de agosto de 2015 
  8. «Cérès-Déméter (l'Agriculture) – Pont Mauricio de Nassau – Recife». Consultado em 6 de agosto de 2015 
  9. «Correto». Consultado em 6 de agosto de 2015 
  10. «Le Commerce – Pont Mauricio de Nassau – Recife». Consultado em 6 de agosto de 2015 
  11. «La Justice – A Justiça – Pont Mauricio de Nassau – Recife». Consultado em 6 de agosto de 2015 
  12. «CIRCUITO DA POESIA». Consultado em 6 de agosto de 2015 
  • FRANCA, Rubem. Monumentos do Recife. Recife:Secretaria de Educação e Cultura, 1977.383p. il.
  • GONÇALVES, Fernando Antonio. O Capibaribe e as pontes: dos ontens bravios aos futuros já chegados. Recife: Comunigraf, 1997. 86p.
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