Félix de Avelar Brotero (
Santo Antão do Tojal,
Loures,
25 de Novembro de
1744 —
Belém, Lisboa,
4 de agosto de
1828 (83 anos)) foi um
botânico português. Em sua homenagem foi fundada a
Sociedade Broteriana, agremiação científica que através do seu
Boletim teve grande importância no desenvolvimento da Botânica em
Portugal. Avelar Brotero estudou medicina pela Universidade de
Reims. Foi nomeado professor de
Botânica e
Agricultura na
Universidade de Coimbra em 1791, e nessa qualidade passou a dirigir o
Jardim Botânico. Em 1820 foi eleito deputado às Cortes Constituintes pela Estremadura. Depois de ter assistido aos trabalhos legislativos durante 4 meses, pediu dispensa que lhe foi concedida. Entre outros livros escreveu
Flora Lusitânica onde identificou cerca de 1800 espécies, muitas delas desconhecidas até então.
Garcia de Orta (
Castelo de Vide, c.
1500 —
Goa, c.
1568).
Médico judeu português que viveu na
Índia no
século XVI. Autor pioneiro sobre
Botânica,
Farmacologia,
Medicina tropical e
Antropologia. A obra que perpetuou o nome de Garcia de Orta foi o livro
Colóquio dos simples e drogas e coisas medicinais da Índia, editado em Goa em 1563. Este trabalho está em português e na forma de diálogo entre o próprio Orta e Ruano, um colega recém-chegado a Goa e ansioso por conhecer a matéria médica da Índia. Os Colóquios incluem 57 capítulos onde se estuda um número aproximadamente igual de drogas orientais, principalmente de origem vegetal, como o
aloés, o benjoim, a
cânfora, a
canafístula, o
ópio, o
ruibarbo, os
tamarindos e muitas outras. Nesses capítulos, Orta apresenta a primeira descrição rigorosa feita por um europeu das características botânicas (tamanho e forma da planta), origem e propriedades terapêuticas de muitas
plantas medicinais que, apesar de conhecidas anteriormente na
Europa, o eram de maneira errada ou muito incompleta e apenas na forma da droga, ou seja, na forma de parte da planta colhida e seca.
D. António Xavier Pereira Coutinho (Lisboa, Santo Estêvão, 11 de Junho de 1851 — Alcabideche, 27 de Março de 1939) foi um engenheiro agrónomo e professor universitário português que se destacou como botânico e fitossistemata. Formou-se como Engenheiro agrónomo pela Escola Politécnica de Lisboa. Leccionou primeiramente no Instituto Geral de Agricultura (futuro Instituto Superior de Agronomia) e depois, até à sua aposentação em 1921, na Escola Politécnica, a partir de 1911 Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. António Xavier Pereira Coutinho foi um taxonomista de renome, autor de Flora de Portugal (Plantas Vasculares): Disposta em Chaves Dicotómicas (1.ª ed. Lisboa: Aillaud, 1913; 2.ª ed. Lisboa: Bertrand, 1939) e de inúmeros outros trabalhos de Botânica e Silvicultura. Entre as suas primeiras obras publicadas, destaque-se A Silvicultura no Distrito de Bragança (Lisboa: Viúva Sousa Neves, 1882) e o Curso de Silvicultura : Esboço de uma Flora Lenhosa Portuguesa (Lisboa : Academia Real das Ciências, 1887; 2.ª ed. actualizada Lisboa: Direcção-Geral dos Serviços Florestais, 1936). Foi também um grande especialista da filoxera, tendo integrado em 1878 uma comissão de estudo daquela doença da vinha e publicado, entre outras, a obra Tratado Elementar da Cultura da Vinha : Cepas Europeias e Cepas Americanas, Grangeios, Doenças da Videira (Lisboa: Liv. José António Rodrigues, 1903).
O
abade José Francisco Correia da Serra (
Serpa,
6 de junho de
1750 —
Caldas da Rainha,
11 de setembro de
1823), em
1775 ordenado
presbítero, foi um
cientista,
diplomata,
filósofo e
polímata português. Investigou designadamente nas áreas da
botânica e
geologia. O género botânico
Correa recebeu o seu nome. Correia da Serra fez inúmeras investigações no ramo da
Botânica e da
Paleontologia, tendo na sua bibliografia publicações prestigiadas para a sua época, tais como Philosophical Transactions, da
Royal Society, sociedade da qual era membro. O método de
anatomia comparada (aplicando termos de classificação da
Zoologia para a Botânica) que Abade Serra adotou, permitiu que este agrupasse plantas em famílias (logo foi uma das personagens que introduziu a sistemática nas plantas), trabalho que foi aprofundado mais tarde por
Candolle. Para além disso, Abade Serra participou num dos mais relevantes estudos da época, com os seus trabalhos no ramo da
Carpologia, auxiliando no conhecimento das características funcionais e estruturais das plantas, e logo na sua classificação.
António Rodrigo Pinto da Silva (
Porto,
13 de Março de
1912 —
Lisboa,
28 de Setembro de
1992), geralmente abreviado para
A. R. Pinto da Silva ou
P.Silva, foi um
botânico português que se destacou como
taxonomista e
fitossociólogo. Formou-se em
Engenharia Agronómica no
Instituto Superior de Agronomia, em 1937. Dos seus estudos no âmbito da
taxonomia e da
florística resultou número apreciável de novos
taxa e um melhor conhecimento da área de inúmeras plantas e da sua
nomenclatura. Organizou o
herbário da
Estação Agronómica Nacional, que passou de pouco mais de 3000 a perto de 100 000 exemplares. Foi pioneiro nos estudos de
etnobotânica em Portugal, tendo publicado contribuições sobre nomenclatura vernácula da
flora portuguesa, de plantas cultivadas e sobre a utilização popular de plantas espontâneas na alimentação. Colaborou com
Josias Braun-Blanquet e
Pierre Dansereau. Durante meio século deu apoio a
arqueólogos, tendo publicado numerosos trabalhos na área da paleoetnobotânica entre os mais de 300 artigos, comunicações e notas em publicações nacionais e estrangeiras publicados ao longo da sua vida.
Gonçalo António da Silva Ferreira Sampaio (São Gens de
Calvos (Póvoa de Lanhoso),
29 de Março de
1865 —
Porto,
27 de Julho de
1937), mais conhecido por
Gonçalo Sampaio, foi um
naturalista que se notabilizou na área da
botânica. Professor da
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (
FCUP), dedicou-se ao estudo dos
líquenes e das plantas vasculares portuguesas, demonstrando na sua obra uma marcada preocupação com a
nomenclatura botânica, apresentando alguns princípios divergentes dos seguidos no
Código Internacional de Nomenclatura Botânica, ideias que defendeu acerrimamente. Como investigador notabilizou-se sobretudo como
sistemata e
nomenclaturista distinto, particularmente na flora de
plantas vasculares e de
líquenes.
Cristóbal Acosta ou
Christóbal Acosta ou
Cristóvão da Costa (
Tânger?,
1515 -
Huelva,
1594) foi um
médico e
naturalista português considerado um pioneiro no estudo de plantas orientais, em especial para uso em
farmacologia. Com o seu colega
boticário Tomé Pires (1465? -1524 ou 1540) e
Garcia de Orta (1490 ou 1502-1568) foi um dos maiores expoentes da medicina Indo-Portuguesa. A
Cratera Acosta na
Lua foi nomeada em sua honra em 1976. Entre as suas obras destaca-se o
Tractado de las drogas y medicinas de las Indias orientales (1578, em castelhano ), comentando sobre as drogas orientais. (Entre outros, menciona o bang, uma mistura feita a partir de cannabis) Outra obra importante é
Tractado das ervas, plantas, frutas e animais considerado perdido.
O Professor Doutor
Rui Teles Palhinha (
Angra do Heroísmo,
4 de Janeiro de
1871 —
Lisboa,
13 de Novembro de
1957), com o nome por vezes grafado
Ruy Telles Palhinha, foi um botânico e professor universitário a quem se deve a exploração sistemática da flora açoriana. Foi director do
Jardim Botânico de Lisboa. Formou-se em Filosofia pela
Universidade de Coimbra em
1893. Foi professor em liceus de Santarém e Lisboa, e professor e director da Escola Normal Superior de Lisboa, onde ensinou Metodologia Especial das Ciências Histórico-Naturais. Na Universidade de Lisboa, foi professor e director da Faculdade de Farmácia e professor da Escola Politécnica, a actual Faculdade de Ciências, onde foi secretário e dirigiu a Biblioteca e o Jardim Botânico. Muitos dos escritos do Professor Palhinha - resultantes, sobretudo, das excursões botânicas aos
Açores realizadas em
1934,
1937 e
1938 sob a sua direcção - incidiram sobre as plantas do arquipélago.
Bernardino António Gomes (
Paredes de Coura,
1768 –
Lisboa,
1823) foi um
médico e
botânico português que atuou na primeira metade do
século XIX. Estudou várias plantas oriundas do
Brasil e isolou a
cinchonina. Durante as suas longas estadas no
Brasil, que na altura era uma colónia portuguesa, Bernardino António Gomes estudou várias espécies de
plantas medicinais. No período de
1798 a
1822, publicou (em
Portugal e no
Brasil) vários relatórios a descrever a morfologia e propriedades farmacêuticas de plantas brasileiras e portuguesas, assim como relatórios sobre a incidência e terapia de doenças infecciosas. Dos seus trabalhos, destaca-se o isolamento por cristalização da denominada
cinchonina, a substância ativa presente na casca de
quina. A cinchonina foi utilizada, desde o
século XVII, como antipirético. Grande parte dos seus trabalhos foi desenvolvida no Laboratório Químico da Casa da Moeda, em Lisboa.