Própolis
Própolis é uma substância resinosa obtida pelas abelhas através da colheita de resinas da flora (pasto apícola) da região, e alteradas pela ação das enzimas contidas em sua saliva. A cor, sabor e o aroma da própolis variam de acordo com sua origem botânica.
A palavra "própolis" é, na língua portuguesa um substantivo de dois géneros e vem do grego: ["pro"=em favor de] + ["polis"=cidade], isto é, para o bem, em defesa da cidade, no caso, a colmeia.
Os gregos chamavam própolis às portas de uma cidade, voz tomada pelo prefixo ‘pro-’ e por ‘polis’ (cidade). Tempos depois, Plínio empregou esta palavra em latim para dar nome à cera – extraída da polpa das árvores – com a qual as abelhas recobrem a entrada de suas colmeias a fim de protegê-las contra fungos e bactérias.
As propriedades antibióticas e fungicidas desta substância, que em nossa língua se chama própole, eram conhecidas desde a mais remota antiguidade pelos sacerdotes egípcios e pelos médicos gregos e romanos, assim como por algumas culturas sul americanas.
A palavra "própolis", ou própole, está vinculada através de ‘polis’ com muitas outras palavras da nossa língua, tais como "político" (originalmente, "relativo à cidade") e metrópole (originalmente, "cidade principal").‘Polis’ provém do sânscrito ‘pur’ (cidade fortificada), que se encontra no nome de Singapura (cidade dos leões).
Composição[editar | editar código-fonte]
Sua composição é de 55% resinas vegetais; 30% cera de abelhas; 8 a 10% de óleos essenciais; e 5% de pólen aproximadamente.
A diferença entre os tipos de própolis está vinculada à sua origem botânica e à espécie de abelha que a produziu.
A própolis verde do Brasil está associada a planta Baccharis dracunculifolia, conhecida também como alecrim-do-campo, onde é nativo.[1][2][3]
A própolis vermelha do Brasil está associada as folhas e flores do cajueiro que serve de alimento para as abelhas africanas. Possui propriedades antioxidante, antibiótica e anti-inflamatória.[4][5]
Dos mais de 200 compostos químicos já identificados na própolis, entre os principais compostos ativos podemos citar os compostos flavonoides, ácidos aromáticos, terpenoides, aldeídos, álcoois, ácidos alifáticos e ésteres, aminoácidos, esteroides, açúcares, etc.
Uso na colmeia[editar | editar código-fonte]
É utilizada pelas abelhas de diversas formas:
- Para proteger a colmeia de intrusos e do frio, mantendo a temperatura ideal para suas crias, fechando frestas e diminuindo o tamanho da entrada;
- Para desinfetar o interior da colmeia e os alvéolos onde a abelha rainha faz a postura dos ovos;
- Quando um intruso é abatido e não pode ser retirado do interior da colmeia, as abelhas cobrem o intruso com própolis, evitando que sua putrefação contamine o ninho.
Foi recentemente mostrado que as abelhas puderam sobreviver por um tempo mais longo quando tinham usado a própolis para selar as fendas da colmeia. Isso é provavelmente porque a própolis, feita de 50% de resina, contém bastantes moléculas com funções antibióticas.[6]
Uso na humanidade[editar | editar código-fonte]
A própolis possui diversas propriedades biológicas e terapêuticas.
Desde a Antiguidade, a própolis já era utilizada como medicamento popular no tratamento de feridas e infecções. As histórias das medicinas das civilizações Chinesa e Mediterrâneas(como Egípcia, Grega etc) são ricas, todas contendo em seus escritos antigos centenas de receitas onde entram principalmente mel, própolis, larvas de abelhas e às vezes as próprias abelhas, para curar ou prevenir enfermidades. A própolis é conhecida como um poderoso antibiótico natural. Sprays de própolis são recomendados para combater dores de garganta.
Quando os antigos egípcios perceberam que as abelhas utilizavam a própolis para isolar animais invasores e evitar sua putrefação, passaram a empregar o material na preservação de suas múmias, muitas das quais permanecem conservadas até os dias atuais.[7]
Hoje a própolis é utilizada com maior freqüência na prevenção e tratamento de feridas e infecções da via oral, também como antimicótico e cicatrizante, muitas vezes usada como spray. Estudos mais recentes indicam eficiente ação de alguns de seus compostos ativos com ação imunoestimulante e antitumoral.
Propriedades[editar | editar código-fonte]
Entre suas propriedades podemos citar:
Antimicrobiana[editar | editar código-fonte]
- Ghisalberti, Bee World, 60, 59-84, 1979 [carece de fontes]
- Park et. al., Current Microbiology, 36, 24-28, 1998; [carece de fontes]
Antifúngica[editar | editar código-fonte]
- Millet - Clerc et. al., Plant. Med. Phytother, 21, 3-7, 1987; [carece de fontes]
- Kujumgiev et. al., 64 (2), 235-240, 1999; [carece de fontes]
- Silici et al J. Pharmacol. Sci. 99, 39, 2005;em linha
Antivirótica[editar | editar código-fonte]
- Esanu et. al., Virologie, 32, 213-215, 1981; [carece de fontes]
Antiprotozoário[editar | editar código-fonte]
- Scheller et. al. Arzneim - Forsch. Drug., 30, 1847-1848, 1980; [carece de fontes]
- Towers et. al. Rev. Cuban Cienc. Vet., 15-19, 1990; [carece de fontes]
Bactericida e bacteriostática[editar | editar código-fonte]
- Focht et. al. - Arzneimitteln Forschung 43-II (8) 921-923, 1993; [carece de fontes]
Anestésica[editar | editar código-fonte]
- Ghisalberti, 1979 [carece de fontes]
- Paintz and Metzner, 1979; [carece de fontes]
Antiinflamatória[editar | editar código-fonte]
- Olinescu, Stud. Cercet. Biochim., 34, 19-25, 1991; [carece de fontes]
Antioxidante[8][editar | editar código-fonte]
- Yanishlieva & Marinova, Kharanitelnopr. Nauka, 2, 45-50, 1986; [carece de fontes]
Cicatrizante e regeneração de tecidos[editar | editar código-fonte]
- Stojko et. al., Arzneim - Forsch. Drug Rês., 28, 35-37, 1978; [carece de fontes]
Anti-sépticas e hipotensivas[editar | editar código-fonte]
- Ghisalbert, Bee World, 60, 59-84, 1979; [carece de fontes]
Tratamento de gengivites[editar | editar código-fonte]
- Magro Filho et. al., 32, 4-6, 1990; [carece de fontes]
Atividade hepatoprotetora e agente anti-úlceras[editar | editar código-fonte]
- Kabanov et. al., Sov. Med., 6, 92-96, 1989; [carece de fontes]
Estimuladora do sistema imunológico[editar | editar código-fonte]
- Manolova, et al, 1987;em linha
- Moriyasu, et al, 1993;[carece de fontes]
- Harish, et al, 1997;[carece de fontes]
Ação inibidora na multiplicação de células tumorais[editar | editar código-fonte]
- Matsuno et. al. 1992;[carece de fontes]
- Kimoto et. al. 1995;[carece de fontes]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ Barth O M. 2004 Melissopalynology in Brazil: a review of pollen analysis of honeys, propolis and pollen loads of bees Sci. Agric.(Piracicaba, Braz.), 61:342-350
- ↑ Revista Brasileira de Farmacognosia
- ↑ Denise Pimenta da Silva Leitão, Ademar Alves da Silva Filho, Ana Cristina Morseli Polizello, Jairo Kenupp Bastos and Augusto César Cropanese Spadaro, 2004. Comparative Evaluation of in-Vitro Effects of Brazilian Green Propolis and Baccharis dracunculifolia Extracts on Cariogenic Factors of Streptococcus mutans, Biol. Pharm. Bull., Vol. 27, 1834-1839
- ↑ SEBRAE Paraíba. Estudo sobre a Própolis Vermelha. Disponível em: http://sebraepb.livreforum.com/t6-estudo-sobre-a-propolis-vermelha
- ↑ MOTA, Denise. Boas Novas na Colmeia. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq1310200505.htm
- ↑ Simone M, Evans JD, Spivak M. Resin collection and social immunity in honey bees. Journal of Organic Evolution. Online pub (2009).
- ↑ «Própolis». www.apiterapeutas.com.br (em inglês). Consultado em 2 de fevereiro de 2019
- ↑ Peña, R.C. 2008 Propolis standardization: a chemical and biological review. Cienc. Inv. Agr. [online].35(1): [cited 29 August 2008],17-26. Available from World Wide Web: <http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-16202008000100002&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0718-1620