Praça das Flores

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Praça das Flores
Praça das Flores
Localização Praça das Flores, Lisboa
País Portugal Portugal
Tipo Público
Administração Câmara Municipal de Lisboa

A Praça das Flores é uma praça situada na freguesia da Misericórdia, em Lisboa. Fica próximo da Assembleia da República, sendo limitada pela Rua Nova da Piedade, Rua da Palmeira e Rua de São Marçal. Na praça encontra-se o Jardim Fialho de Almeida.

Próximo da praça encontra-se o Chafariz da Praça das Flores ou do Monte Olivete, parte da rede de chafarizes do Aqueduto das Águas Livres. Construído junto ao Arco de São Bento (já demolido e reconstruído na Praça de Espanha), respondendo a uma ordem da Direcção das Águas Livres de 12 de Junho de 1805, manteve-se nesse local até 1838, altura em que foi transferido para a sua localização actual no início da Rua do Monte Olivete, junto à Praça das Flores.[1][2]

Em 2022 a Praça das Flores foi eleita a 18ª praça mais cool do mundo segundo a Time Out Global e os seus leitores.[3]

História[editar | editar código-fonte]

De acordo com as anotações que Luís Pastor de Macedo recolheu no seu Ficheiro Toponímico, a partir de várias fontes, nomeadamente dos Livros Paroquiais, a primeira vez que ele vê o registo do topónimo é em 1775 (Livro VI, de Óbitos da Paróquia das Mercês, 105v.), estando anteriormente incluída numa designação genérica de “Baixa da Cotovia”. A Cotovia (ou Alto da Cotovia), era a designação que, grosso modo, corresponde hoje à zona do Príncipe Real / Rua da Escola Politécnica. Assim, a actual Praça das Flores era a zona baixa (a sul) do Alto da Cotovia.

Por sua vez Gustavo de Matos Sequeira escreve:

A baixa da Cotovia junto ao Gracia ou a Cotovia para cima do Gracia foi a origem da actual praça das Flores. (…) A praça das Flores tinha sido projectada, não no sítio onde hoje assenta, mas um pouco deslocada para o sul. Ficava, segundo o plano primitivo, enquadrada entre a rua das Adelas , a travessa da Piedade, a rua da Palmeira e o actual Jardim, de modo a que viesse desembocar a meio dela a rua de S. Marçal, comunicando com S. Bento pela rua nova da Piedade, (…). Não sei que motivos determinaram a alteração do plano expresso topograficamente na planta de Monteiro de Carvalho; o certo é que o bairro perdeu com a mudança. A abertura da rua das Adelas e prolongamento da de S. Marçal até aos Poiais modificaram tudo sensivelmente.
— Gustavo de Matos Sequeira

 Depois do Terramoto, Volume I, pp.170-171

Ainda o mesmo autor afirma que entre 1784 e 1789 foi chamada de Praça Nova, certamente por ser recente, e após descrever o aspecto bucólico que a praça tinha ainda no início do século XIX, diz:

Baptista na sua conhecida Corographia diz, falando desta praça: “...parece dever o seu nome a um pequeno mercado de flores que outro tempo aí houve

Acrescenta depois em nota que Baptista a respeito de etimologias é um todo-nada fantasista. Ora, os topónimos mais antigos, de origem popular, tendo sido atribuídos espontaneamente pela população a partir de características específicas dos locais, são muitas vezes, inexplicáveis nos nossos dias. Assim a hipótese levantada por João Maria Baptista de aqui ter existido um mercado de flores pode ser a mais verosímil, tanto mais que ainda em 1806, segundo o próprio Sequeira (na mesma obra mas no seu II Volume, p. 27), aqui existiam alguns lugares de venda que duraram mais alguns anos.

Note-se que eram topónimos que eram utilizados pelos habitantes locais para a sua orientação e designação, e, como tal, tendiam, por vezes a “flutuar” entre designações. Neste caso, por exemplo, a denominação “Flores” conviveu durante alguns anos com “Praça Nova” até se estabelecer na sua actual designação.

A Praça das Flores foi regularizada e ajardinada apenas em 1863, embora nos apareça já como jardim na planta de Filipe Folque de 1856/58, sendo conhecido o jardim apenas como jardim da praça das Flores. Em 1925 o vereador Alfredo Pedro Guisado, propôs na Câmara o nome de Fialho de Almeida para a zona do jardim, permanecendo a toponímia oficial de Praça das Flores para o espaço urbanizado. É mais um caso em que se destaca o jardim central de uma praça, homenageando um escritor (e médico), José Valentim Fialho de Almeida (1857-1911).

Referências

  1. «Diretório da Cidade». informacoeseservicos.lisboa.pt. Consultado em 22 de agosto de 2023 
  2. «Monumentos». www.monumentos.gov.pt (em inglês). Consultado em 22 de agosto de 2023 
  3. Silva, Raquel Dias da (26 de agosto de 2022). «Praça das Flores é a mais cool de Lisboa, segundo a Time Out Global». Time Out Lisboa. Consultado em 22 de agosto de 2023 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Baptista, João Maria (1874). Chorographia moderna do reino de Portugal. Lisboa: Academia Real das Sciencias 
  • Sequeira, Gustavo de Matos (1967). Depois do Terramoto. Lisboa: Academia das Ciências de Lisboa 
  • Macedo, Luís Pastor de. Toponímia de Lisboa. Lisboa: CML/GEO 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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