Preguinho
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Nome completo | João Coelho Netto | |
---|---|---|
Data de nasc. | 8 de fevereiro de 1905 | |
Local de nasc. | Rio de Janeiro, Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Falecido em | 1 de outubro de 1979 (74 anos) | |
Altura | 1,76m[1] | |
Apelido | Preguinho Prego | |
Posição | Meio-campista Ponta-esquerda | |
Clubes de juventude | ||
Fluminense | ||
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1925–1939 | Fluminense | 174 (153) |
Seleção nacional | ||
1930–1932 | Brasil | [2] | 3 (4)
João Coelho Netto[1][3][4][5][6], mais conhecido como Preguinho, (Rio de Janeiro, 8 de fevereiro de 1905 — Rio de Janeiro, 1 de outubro de 1979), foi um multi-esportista brasileiro.
Filho do escritor Coelho Netto,[3][5][6] e da professora de música Maria Gabriela Brandão Coelho Netto,[7] Preguinho era sócio do Fluminense antes mesmo de nascer,[4] ingressando nas equipes infantis do clube carioca em 1916, com 11 anos.[5]
Índice
Carreira[editar | editar código-fonte]
Sua estreia como futebolista do tricolor carioca ocorreu em 19 de abril de 1925: naquela tarde, Preguinho havia conquistado o tricampeonato estadual de natação, na categoria de 600 metros. Ainda com a medalha no peito, pegou um táxi até o Estádio das Laranjeiras para ajudar o Fluminense a conquistar o Torneio Início do Rio de Janeiro.[3][5][6]
A sua estreia em partidas exceto no Torneio Início citado, foi no empate em 1 a 1 contra o Bangu, em 26 de abril de 1925, partida disputada em Laranjeiras e válida pela primeira rodada do Campeonato Carioca.[8] Antes dessa partida o Bangu ofereceu a Preguinho um retrato de seu irmão, Mano, que falecera em 1922 após hemorragia interna decorrente de pancada no estômago acontecida enquanto jogava pelo time tricolor contra o São Cristóvão. O time no qual Preguinho mais fez gols acabaria sendo justamente o Bangu, tendo ele marcado dezessete gols contra esse adversário.[9]
Passou praticamente toda sua carreira no Fluminense, atuando por curto período como nadador e praticante de remo pelo Club Athletico Guanabara. Como futebolista, foi o primeiro capitão, artilheiro[10] e autor do primeiro gol da Seleção Brasileira de Futebol em Copas do Mundo (Uruguai - 1930).[1][3][4][5][6] Além do futebol, Preguinho praticou outras nove modalidades: natação, remo, polo aquático, saltos ornamentais, atletismo, basquete, vôlei, hóquei sobre patins e tênis de mesa, detendo 387 medalhas[11] e 55 títulos nessas modalidades.[1][5][6]
Após a profissionalização do futebol, em 1933, Preguinho continuou a atuar de forma amadora, recusando-se a receber dinheiro do Fluminense,[1][4][5] aposentando-se em 1939.[12] Fora seu desempenho dentro das quatro linhas, é também um dos maiores pontuadores da história do basquete tricolor,[4] com 711 pontos anotados.[3][5]
No Campeonato Carioca Amador de 1933, fez 21 gols em 10 jogos, e no de 1938, 21 gols em 12 jogos, sagrando-se campeão pelo Fluminense nas duas ocasiões.[13]
Em 22 de janeiro de 1952, Preguinho recebeu o título de "Grande Benemérito-Atleta" do Fluminense.[1][5][6] Na ocasião, ele disse: "Eu nem sabia falar direito e o Fluminense já estava em minha alma, em meu coração e em meu corpo."[3]
Preguinho morreu em 1979,[1][5][6] aos 74 anos, devido a problemas pulmonares.[3]
Multi atleta[editar | editar código-fonte]
João Coelho Netto foi um atleta completo. Disputou dez modalidades esportivas, sendo campeão em oito delas:
Sem título apenas nos seguintes esportes:
- Hóquei sobre patins
- Tênis de mesa
Futebol[editar | editar código-fonte]
Preguinho entrou como jogador de futebol para a galeria dos grandes ídolos do Fluminense e do Brasil. Foi autor do primeiro gol da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, em jogo contra a Iugoslávia, na Copa do Mundo de 1930, em época em que seu apelido era Prego, sem o diminutivo.[3][14] Ainda no Século XXI é um dos maiores artilheiros do Fluminense, oficialmente com 153 gols marcados,[15] maior artilheiro do Fluminense no Estádio de Laranjeiras com 79 gols[16] e o segundo maior cestinha de basquete do clube.
Foi o artilheiro do Fluminense nos campeonatos cariocas de 1928, 1929, 1930, 1931 e 1932, sendo que em 1930 e 1932 foi o artilheiro do Campeonato Carioca.[17]
Autor do primeiro gol brasileiro em Copas do Mundo[editar | editar código-fonte]
Em 1930 ele entrou definitivamente, como jogador de futebol, para a galeria dos grandes ídolos do Brasil. Foi o autor do primeiro gol da seleção brasileira numa Copa do Mundo, no jogo contra a Iugoslávia (derrota do Brasil por 1–2); no jogo seguinte da competição, ante a Bolívia, Preguinho marcou dois dos quatro gols da vitória brasileira (4–0). Além de ter sido o autor do primeiro gol do escrete brasileiro em um Mundial de Futebol, Preguinho ainda entraria para a história do esporte por ter sido o artilheiro do Brasil na competição (com 3 gols) e primeiro capitão em mundiais.
Em 1991, Elane Rego dos Santos, capitã da Seleção Brasileira Feminina, se tornou a primeira brasileira a fazer um gol em mundiais, durante uma partida contra o Japão.
Amor ao Tricolor[editar | editar código-fonte]
Ele sempre se recusou a receber dinheiro do clube, permanecendo como amador mesmo após a profissionalização do futebol. Jogou pelo Flu de 1925 a 1939. Em 1925, depois de nadar a prova dos 600 metros e ajudar o Fluminense a ser tricampeão estadual de natação, foi de táxi às Laranjeiras a tempo de jogar contra o São Cristóvão e ganhar o título do Torneio Início.
Trouxe para o Fluminense 387 medalhas e 55 títulos nas oito modalidades que praticava. Tais façanhas fizeram dele o mais festejado herói tricolor e, em 1952, o clube concedeu a ele o primeiro título de Grande Benemérito Atleta, o que muito o orgulhou, até a sua morte, em 1979. Um busto na sede do clube e o nome do ginásio são merecidas homenagens.[18]
Era filho do escritor Coelho Netto e irmão de Paulo Coelho Netto, autor do livro sobre o primeiro cinquentenário da História do Fluminense, historiador e dirigente deste clube. Há um depoimento seu sobre sua participação na Copa do Mundo de 1930, no filme Futebol Total, dirigido por Carlos Leonam e Oswaldo Caldeira e produzido por Carlos Niemeyer e pelo Canal 100, e vários outros dados ao jornalista Waldir Barbosa, que serviram de importante material para sua biografia, escrita por Waldir Barbosa Jr., com colaboração de Waléria Barbosa[19].
Até o final de sua vida Preguinho participou ativamente na política interna do Fluminense Football Club, sendo figura muito importante, atuando como diretor de futebol e conselheiro.
Títulos[editar | editar código-fonte]
- Fluminense
- Campeonato Carioca: 1921 (terceiro quadro), 1924 (segundo quadro), 1933 (amador), 1937 (profissional), 1938 (profissional) e 1938 (amador)
- Torneio Início do Rio de Janeiro: 1925
- Seleção Carioca
Livro[editar | editar código-fonte]
Em julho de 2013 , Preguinho recebeu a primeira homenagem em livro: "Preguinho - Confissões de um Gigante[ligação inativa]"(SportLivro / Edição do autor), de Waldir Barbosa Jr., com colaboração de Waléria Barbosa, foi publicado, contando as histórias de infância, os fatos inusitados de sua trajetória e as estatísticas de seus gols e jogos pelo Fluminense.
Preguinho - Confissões de um Gigante, por Waldir Barbosa Jr., colaboração de Waléria Barbosa (2013).
Frase de Coelho Netto[editar | editar código-fonte]
“ | Já escrevi mais de 100 livros e ainda sou apontado na rua como o pai do Preguinho. | ” |
Referências
- ↑ a b c d e f g «Biografias - Preguinho». UOL Esporte. Consultado em 14 de agosto de 2011
- ↑ «Todos os brasileiros 1930». Folha de São Paulo. 9 de dezembro de 2015. Consultado em 15 de setembro de 2018
- ↑ a b c d e f g h «Preguinho, o atleta mais completo do século». Revista Placar. 21 de julho de 2010. Consultado em 14 de agosto de 2011. Arquivado do original em 24 de julho de 2010
- ↑ a b c d e Marcelo Rozenberg. «Que Fim Levou? - Preguinho». terceirotempo.ig.com.br. Consultado em 14 de agosto de 2011[ligação inativa]
- ↑ a b c d e f g h i j PC Filho (24 de setembro de 2009). «Craque - Preguinho». jornalheiros.blogspot.com. Consultado em 14 de agosto de 2011
- ↑ a b c d e f g «Preguinho». flumania.com.br. Consultado em 14 de agosto de 2011. Arquivado do original em 3 de março de 2016
- ↑ Barbosa Jr., Waldir (2013). Preguinho Confissões de um Gigante 1a ed. Rio de Janeiro: Sport Livro
- ↑ Livro Preguinho: Confissões de um Gigante, página 165, por Waldir Barbosa Jr.
- ↑ Livro Mano, editado em 1924, por Henrique Coelho Netto, disponível on line em 23 de dezembro de 2016.
- ↑ «COPA DO MUNDO 1930 URUGUAI». quadrodemedalhas.com. Consultado em 14 de agosto de 2011
- ↑ A Placar cita 357 medalhas.
- ↑ Barbosa Jr., Waldir (2013). Preguinho Confissões de um Gigante 1a ed. Rio de Janeiro: Sport Livro
- ↑ Livro Preguinho - Confissões de um Gigante, página 132.
- ↑ "Atleta múltiplo", Max Gehringer, Especial Placar: A Saga da Jules Rimet fascículo 1 - 1930 Uruguai, setembro de 2005, Editora Abril, pág. 47
- ↑ Barbosa Jr., Waldir (2013). Preguinho Confissões de um Gigante 1ª ed. Rio de Janeiro: Sport Livro
- ↑ LIMA, Ricardo de Freitas - Estatísticas do Fluminense, Site - Especiais - Estádio - Maior artilheiro em estádio - Laranjeiras, página disponível em 11 de maio de 2017.
- ↑ LIMA, Ricardo de Freitas - Estatísticas do Fluminense, Site - Especiais - Jogadores, página disponível em 11 de maio de 2017.
- ↑ «Blog FLUSÓCIO: Preguinho, um mito tricolor». Consultado em 3 de setembro de 2010. Arquivado do original em 20 de junho de 2010
- ↑ Barbosa Jr., Waldir (2013). Preguinho Confissões de um Gigante 1a ed. Rio de Janeiro: Sport Livro
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Perfil de Preguinho (em português) em transfermarkt
- Perfil de Preguinho (em português) em sambafoot
- Monografia sobre Preguinho (em português) em Faculdades Integradas Hélio Alonso