Pressão arterial

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Aferição da pressão arterial

A expressão pressão arterial (PA) refere-se à pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias. A pressão arterial bem como a de todo o sistema circulatório encontra-se normalmente um pouco acima da pressão atmosférica, sendo a diferença de pressões responsável por manter as artérias e demais vasos não colapsados. Em uma pessoa saudável, o valor da pressão pode variar continuamente, dependendo do stress, a emotividade ou se está fazendo atividade física.

Ciclo cardíaco[editar | editar código-fonte]

Denomina-se ciclo cardíaco o conjunto de acontecimentos desde o fim de um batimento cardíaco até o fim do seguinte.

No momento em que o coração bombeia seu conteúdo na aorta mediante contração do ventrículo esquerdo, encontrando-se a válvula mitral fechada e a válvula aórtica aberta, quando a pressão ventricular esquerda é máxima, a pressão calculada a nível das artérias também é máxima. Como esta fase do ciclo cardíaco se chama sístole, a pressão calculada neste momento é chamada de pressão arterial sistólica.

Imediatamente antes do próximo batimento cardíaco, com a válvula aórtica fechada e a mitral aberta, o ventrículo esquerdo está em relaxamento e a receber o sangue das aurículas. Neste momento a pressão arterial nas artérias é baixa, e, como este período do ciclo cardíaco se chama diástole, é denominada pressão arterial diastólica. No entanto, esta pressão mínima ainda é consideravelmente superior à pressão presente do lado exterior da aorta e de todo o sistema arterial, sendo esta certamente maior do que a pressão atmosférica razão pela qual as artérias não colapsam nesta fase do ciclo.[1]

O esfigmomanômetro[editar | editar código-fonte]

A determinação indireta da pressão arterial só se tornou possível a partir de 1880, quando von Basch, na Alemanha, idealizou o primeiro aparelho, que nada mais era que uma bolsa de borracha cheia de água e ligada a uma coluna de mercúrio ou a um manômetro. Comprimindo-se a bolsa de borracha sobre a artéria até ao desaparecimento do pulso obtinha-se a pressão sistólica. Em 1896, um médico italiano, Riva-Rocci, substituiu a bolsa por um manguito de borracha e a água pelo ar.

Nove anos mais tarde o jovem médico russo, Nikolai Korotkov, descobriu os sons produzidos durante a descompressão da artéria, tornando possível medir a pressão diastólica.[2]

Não existe uma combinação precisa de medidas para se dizer qual é a pressão normal, mas em termos gerais, os valores até 120/80 mmHg são valores considerados ideais no adulto jovem. Contudo, medidas até 139 mmHg para a pressão sistólica, e 89 mmHg para a diastólica, podem ser considerados alterados, mas não, necessariamente, definem doença hipertensiva.[3]

O local mais comum de verificação da pressão arterial é o braço, usando como ponto de auscultação a artéria braquial. O equipamento usado é o esfigmomanômetro ou tensiômetro, que possui uma braçadeira insuflável ou manguito, e para auscultar os batimentos, usa-se o estetoscópio.

Quando se fala em dois valores de pressão arterial (145 por 90 mmHg, por exemplo), estamos falando de 145 no pico da sístole e 90 no final da diástole, portanto pressão sistólica e pressão diastólica.[1]

Definições[editar | editar código-fonte]

A pressão arterial pode ser medida a vários níveis do sistema circulatório, diminuindo a pressão à medida que o ponto de medida se afasta do coração. Assim, na grande circulação podem ser medidas pressões a todos os níveis mas na prática clínica diária só se usa a pressão máxima e a mínima:

  1. Pressão Arterial Sistólica: Pressão Arterial máxima do ciclo cardíaco, ocorrendo durante a sístole ventricular;
  2. Pressão Arterial Diastólica: Pressão Arterial mínima do ciclo cardíaco, equivalendo a pressão no fim da diástole ventricular;
  3. Pressão Arterial média: Média das pressões instantâneas de todo um ciclo cardíaco. Costuma ser deduzida das pressões diastólica e sistólica, com margens de erro variáveis, conforme a fórmula utilizada. Poder-se-ia pensar que seria realmente a média mas não é: aproxima-se mais da pressão diastólica;
  4. Pressão Arteriolar: Pressão nas arteríolas do organismo;
  5. Pressão Pré-capilar. Pressão na arteríola imediatamente antes de se iniciar um capilar;
  6. Pressão Capilar. pressão média no capilar. Fundamental para as trocas de líquidos entre o sangue e o espaço extracelular, conforme a Lei de Starling;
  7. Pressão Pós-capilar ou Venular. Pressão no início das vénulas. A este nível passa a ser pressão venosa e não arterial.

Na pequena circulação existem todos os equivalentes acima, seguidos do termo "Pulmonar", como em "Pressão Arterial Pulmonar".

Doenças relacionadas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Hall, E., Guyton,John. Textbook of Medical Physiology (em inglês) 12 ed. [S.l.]: Saunders Elsevier. ISBN 978-1416045748 
  2. Fishman, em Circulation of the Blood Men & Ideas, Alfred P. Fishman & Dckinson W. Richards. [S.l.]: New York Oxford University Press. 1964 
  3. MOREIRA, Marcel (2020). Manual Prático de Habilidades e Procedimentos Médicos. Salvador: Sanar. p. 67. ISBN 9786586246063 
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