Primeira Campanha da Cisplatina

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O Império do Brasil (Branco) e a Província da Cisplatina (vermelho).

Primeira Campanha da Cisplatina foi a primeira invasão da Cisplatina por tropas portuguesas de D. João VI entre 1811 e 1812.

Após a independência de Buenos Aires, em maio de 1810, foram criadas as Províncias Unidas do Rio da Prata, que desejavam a anexação da Banda Oriental ao novo país. Devido à revoltas internas, o governo uruguaio recorreu à ajuda lusa, Dom João VI enviou 4 mil soldados do Rio de Janeiro para apoiar a cidade[1].

O governo português enviou inicialmente o chamado Exército de Observação, que estacionou na fronteira , dividido entre uma tropa comandada pelo marechal Curado, com batalhões de infantaria, baterias de artilharia de São Paulo, um esquadrão de milícias de Rio Pardo e uma companhia de lanceiros guaranis; e o marechal Manuel Marques de Sousa com um batalhão de infantaria de Rio Grande, dois esquadrões de cavalaria ligeira, quatro esquadrões da cavalaria ligeira de São Paulo, e um esquadrão de cavalaria de milícias do Rio Grande. Estas forças foram colocadas sob o comando do marechal Mena Barreto, nas Missões[2]. Em 7 de março de 1811, Diogo de Sousa, governador da Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, chega a Bagé, estabelecendo ali seu Quartel General.[3]

Sob comando de Diogo de Sousa, a tropa atravessou o Rio Jaguarão, em 17 de julho de 1811[2]. Marques de Sousa tomou Cerro Largo em 23 de julho, em 5 de setembro ocupou o Forte de Santa Teresa, abandonado pelos espanhóis e à noite invadiu o acampamento inimigo em Castilhos[2]. Em 14 de outubro Diogo de Sousa chega a Maldonado sem reação uruguaia[2].

Pressionado pelos britânicos, interessados no porto de Montevidéu, e acuados pelas tropas portuguesas o vice-rei uruguaio Francisco Javier de Elío, fiel à Espanha assina um armistício, em 20 de outubro[3], o Tratado de Pacificação, com as tropas rebeldes de José Artigas, que retornaram à Salto, bem como com as de Rondeau (comandante das tropas de Buenos Aires) , que voltaram a Buenos Aires[2]. Manuel dos Santos Pedroso, que perseguia Artigas, estacionou em Arapeí[2]. Diogo de Sousa foi surpreendido pela notícia, enquanto estava já nas proximidades de Montevidéu.[3]

Em 1812 Diogo de Sousa convocou ao exército todos os rio-grandenses entre 16 e 40 anos de idade, formando um exército que rumou para Paisandu, lá entrando em 2 de maio de 1812[2]. Bento Manuel Ribeiro atacou Japeju, enquanto o coronel Francisco das Chagas Santos, com 300 milicianos, arrasou São Tomé e o capitão José de Abreu destruiu a vanguarda de Artigas, composta de índios guaranis[2].

Em 10 de junho Dom Diogo recebe a ordem de suspender os combates, retorna a Bagé e desmobiliza as tropas milicianas, encerrando a campanha[2].

Em 1816, ocorreria uma nova invasão da Cisplatina, na Guerra contra Artigas.

Futuros Farroupilhas[editar | editar código-fonte]

Nesta campanha tiveram seus batismos de fogo, diversos militares que ficariam famososo na Guerra dos Farrapos, como Bento Gonçalves, David Canabarro e Antero José Ferreira de Brito.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. FERREIRA, Fábio. A Presença Luso-Brasileira na Região do Rio da Prata:1808-1822. In: REVISTA TEMA LIVRE. Arquivado em 12 de junho de 2015, no Wayback Machine. Acessado em 14 de maio de 2009
  2. a b c d e f g h i FLORES, Moacyr. Dicionário de história do Brasil, 2a ed., EDIPUCRS, 2001, ISBN 8574302090, ISBN 9788574302096, 637 pp.
  3. a b c SPALDING, Walter. Construtores do Rio Grande. Livraria Sulina, Porto Alegre, 1969, 3 vol., 840pp.
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