Princípio de razão suficiente

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O princípio de razão suficiente é um princípio filosófico segundo o qual tudo o que acontece tem uma razão suficiente para ser assim e não de outra forma, em outras palavras, tudo tem uma explicação suficiente. Exemplo: Para cada entidade X, se X existe, então há uma explicação suficiente do porquê X existe.[1]

O processo lógico exige uma razão suficiente. Essa razão suficiente é a relação necessária de um objeto ou acontecimento com os outros. Em virtude desse princípio, consideramos que nenhum fato pode ser verdadeiro ou existente, e nenhuma enunciação verdadeira, sem uma razão suficiente (bastante) para que seja assim e não de outra forma. Essa definição é de Leibniz, que baseou a sua formulação nos trabalhos de Anaximandro, Parmênides, Arquimedes, Platão e Aristóteles, Cícero, Avicena, Tomás de Aquino e Espinoza. Um dos exemplos utilizados por Leibniz é o da mula de Buridan: caso uma mula seja colocada diante de dois montes de feno exatamente iguais em tudo à sua esquerda e à sua direita, ela não teria nenhuma razão suficiente para escolher um lado ou outro, morrendo assim de fome.

A razão, como atua sobre esquemas da comparação do semelhante, tende, em seu desenvolver, a elaborar o conceito de idêntico. A razão suficiente liga, coordena um fato a outro, procura entre eles um homogêneo, um parecido, uma “razão suficiente”. Se não o encontrar, ela não pode compreender. Dessa forma, a razão necessita das categorias, isto é, de elementos homogêneos que liguem um fato a outro.

Referências

  1. Pruss, Alexander R. (2006). «Introdução». The Principle of Sufficient Reason: A Reassessment. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 9780521859592 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ferrater Mora, J. (1985). Diccionario de filosofía. Madrid: Alianza 
  • Hirschberger, J. (1967). Historia de la filosofía. Barcelona: Herder 
  • Ortega y Gasset, José (1947). La idea de principio en Leibniz y la evolución de la teoría deductiva. Buenos Aires: Emecé 
  • Heidegger, M. (1973). Vom wessen des Grundes. [S.l.]: Frankfurt am Main Vittorio Klostermann 
  • Hellín, J. (1955). El principio de razón suficiente y la libertad. [S.l.]: Revista Pensamiento. pp. 303–320 
  • Hellín, J. (1963). Sentido y valor del principio de razón suficiente. [S.l.]: Revista Pensamiento. pp. 415–426 
  • Nicolás, Juan A. (1993). Razón, verdad y libertad en G.W.Leibniz: análisis histórico-crítico del principio de razón suficiente. Granada: Servicio de publicaciones de la Universidad de Granada 
  • Roldán, R. (1963). Theoria cum praxi: la vuelta a la complejidad (Apuntes para una filosofía práctica desde el perspectivismo leibniziano). [S.l.]: Isegoria: Revista de Filosofía Moral y Politica. CSIC 
  • Stengers, I. (1990). Quem tem medo de ciência? Ciência e poderes. São Paulo: Editora Siciliano.


Ícone de esboço Este artigo sobre filosofia/um(a) filósofo(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.