Programa de Engenharia de Sistemas e Computação

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O Programa de Engenharia de Sistemas e Computação, da COPPE/UFRJ, foi fundado em 1970[1][2], sendo um dos prmeiros e até hoje um dos principais programas de Pós-Graduação e Ciência da Computação no país, classificado com a nota máxima na avaliação da CAPES.

Inicialmente só Programa de Engenharia de Sistemas, rapidamente foi renomeado para caracterizar a importância da Ciência da Computação em seu escopo.

História[editar | editar código-fonte]

Década de 70[editar | editar código-fonte]

Em 1971 foram  defendidas as primeiras dissertações de mestrado do Programa.  No início, o desafio era implantar uma pós-graduação de alto nível no Brasil, e isso implicou no envio de professores para fazer o doutorado no exterior e na contratação de professores estrangeiros para dar aula no Brasil, havendo inclusive um acordo com Berkeley para formar doutores no Brasil, com investimento direto da COPPE.

Nos primeiros anos, a área de Sistemas tinha uma presença grande, porém ao longo do tempo a Ciência da Computação se transformou no foco principal do sistema. É de se notar dissertações que apresentaram um compilador Snobol em 1971 e um compilador Fortran em 1972. Daquela época existem muitas reminiscências, como a “invasão” de salas ainda não aproveitadas por outros departamentos para consolidar o primeiro espaço do Programa e a necessidade de, no meio da ditadura, de professores se esconderem ou até mesmo saírem do país.

Dos primeiros anos são raras as notícias de jornal e a Computação era uma especialidade de muitas promessas, mas muito longe do dia a dia. O “cérebro eletrônico” era um mistério que ainda tinha que ser explicado para os leigos.

Década de 80[editar | editar código-fonte]

Em 1984, o prof. Ronaldo Marinho Persiano projetou a primeira placa gráfica brasileira, mais barata e com melhor resolução e mais cores que as placas IBM e Hércules da época.

Também, na década de 80, foi desenvolvido o NCP 1[3], também conhecido como MACACO, um computador de alta potência, paralelo, com oito nós em uma configuração de hipercubo, em um projeto coordenado pelo Prof. Claudio Amorim. O supercomputador chegou a ser notícia no New York Times, por ser um avanço que preocupava a indústria de super-computadores americana, que acabou por pedir ao seu governo a licença para exportar para o Brasil antes que uma indústria própria se desenvolvesse aqui.  

Já em 1987, o PESC liderou a criação do primeiro Laboratório de Computação Gráfica da UFRJ, o LCG. Na época, uma colaboração com a Cobra, onde foram instalados vários sistemas modernos para a época e que dificilmente eram encontrados em uma universidade brasileira.

Década de 90[editar | editar código-fonte]

Outro pioneirismo foi a participação do Programa, no projeto LEP do CERN, de Física de Altas Energias, na década de 1990. O LEP foi o maior acelerador de partículas da época, ocupando o mesmo túnel onde se encontra hoje o LHC, onde pesquisadores do PESC desenvolveram o sistema de book keeping, o sistema de gerenciamento de fitas e o um sistema de filtro e rotulação de dados para o projeto Delphi. O projeto de colaboração com o PESC foi liderado pelos professores Jano de Souza e Ana Regina Cavalcanti da Rocha, e serviu como Plataforma para formação de alunos que se tornaram professores, como Claudia Werner e Geraldo Xexéo. Durante esse projeto o PESC instalou o primeiro Web Server do Brasil.

Juntando a ciência com a ação social, o prof. Luis Felipe Magalhães de Moraes, liderou em 1999 o projeto de TI da Delegacia do Futuro do Estado do Rio de Janeiro, e ainda instalou redes wi-fi na orla e na Favela da Maré.

Década de 2000[editar | editar código-fonte]

Outro marco foi a primeira patente de computação dada a uma universidade brasileira no Brasil. PI 9703819-9 “Processo de Síntese e Aparelho para Temporização Assíncrona de Circuitos e Sistemas Digitais Multi-Fásicos”[1], do professor Felipe França. No mesmo dia, 3 de julho de 2007, por coincidência, o prof. Claudio Amorim, também obteve a primeira patente do PESC nos EUA.

Década de 2010[editar | editar código-fonte]

Um passo importante da atuação do PESC na sociedade de informática no Brasil foi a liderança da profa. Ana Regina Cavalcanti da Rocha, e seus ex-alunos, na criação do Modelo de Melhoria do Processo de Software Brasileiro – MPS.br, em 2013, que inclusive foi exportado para outros países, como Chile e Argentina. Esse projeto levou a vários prêmios.

Problemas Teóricos Resolvidos[editar | editar código-fonte]

Entre as contribuições teóricas mais importantes, um problema de 40 anos, a NP-completude do problema de reconhecimento dos grafos clique, foi resolvido em 2011 por uma equipe formada pela professora Celina Figueiredo[4] e contando também com egressos do PESC. Outro problema, esse com 25 anos, o da partição assimétrica[5] proposto por Chvátal em 1985, teve a participação da profas. Celina Figueiredo e Sulamita Klein.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «PESC - Semana PESC 2020 - 50 anos». www.cos.ufrj.br. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  2. «Proposta do programa» (PDF) 
  3. «Publicações do PESC The NCP1 Parallel Computer System». www.cos.ufrj.br. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  4. «The P versus NP–complete dichotomy of some challenging problems in graph theory». Discrete Applied Mathematics (em inglês) (18): 2681–2693. 1 de dezembro de 2012. ISSN 0166-218X. doi:10.1016/j.dam.2010.12.014. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  5. de Figueiredo, Celina M. H.; Klein, Sulamita; Kohayakawa, Yoshiharu; Reed, Bruce A. (1 de novembro de 2000). «Finding Skew Partitions Efficiently». Journal of Algorithms (em inglês) (2): 505–521. ISSN 0196-6774. doi:10.1006/jagm.1999.1122. Consultado em 27 de novembro de 2020