Puá

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Puá ou Puva (em hebraico: פועה, cujo significado é "esplêndido") pode referir-se aos seguintes personagens citados na Bíblia Hebraica:[1]

  • Puá, uma das parteiras hebreias as quais o rei do Egito mandou que matassem todos os meninos dos hebreus após seu nascimento. As parteiras, temendo a Deus, se recusaram a obedecer, fingindo que os filhos das hebreias eram geralmente nascidos antes de sua chegada. Seu ato é mencionado como sendo meritório aos olhos do Senhor, que se diz ter recompensado-as, construindo "casas" para elas (Êxodo 1:15–21). No Midraxe, Ex Rabba', Puá é identificada com Miriã, e Sifrá, a outra parteira, com sua mãe sendo Joquebede. De acordo com outra tradição, Puá era uma prosélita.
  • Puá, membro da tribo de Issacar, mencionado[2] como o filho de Dodo e pai de Tola, o juiz.

Puá e Sifrá[editar | editar código-fonte]

O comentário sobre o Talmude de Rashi, rabino judeu do século XI, na passagem do Êxodo identifica Sifrá com Joquebede, a mãe de Moisés, e Puá com Miriam, irmã de Moisés, deduzindo-se que as duas parteiras sejam mãe e filha, respectivamente. No entanto, no Midrash Tadshe (em Êxodo 1:15), presume-se que Puá, bem como Sifrá, fosse uma prosélita, não sendo a mesma pessoa de Miriã.

O nome de Puá pode ser interpretado como uma expressão de 'clamor' (Isaías 42:14, por exemplo, traduz o hebraico pa'ah como 'clamar' ou 'gemer').[3]

Comentaristas têm interpretado Êxodo 1:20–21 de várias maneiras.[4] Alguns estudiosos argumentam que as duas metades de cada verso são paralelas, de modo que sejam os israelitas ("que se multiplicaram e cresceram muito") para os quais Deus "construiu casas". Isso se encaixa com a referência em Êxodo 1:1 para os filhos de Israel que desciam ao Egito, cada um com sua 'casa'. No entanto, como observa Jonathan Magonet,[5] a visão mais comum é que as casas fossem para as parteiras - "casas" aqui sendo entendida como "dinastias". O pensamento rabínico tem entendido isto como as casas de kehunah (sacerdócio), leviyah (assistentes dos sacerdotes) e realezas - este último interpretado como vindo de Miriam.[6]

Interpretações modernas[editar | editar código-fonte]

Francine Klagsbrun disse que a recusa de Sifrá e Puá em seguir as instruções genocidas do faraó "pode ​​ser o primeiro incidente conhecido de desobediência civil da história" (Voices of Wisdom (Vozes da Sabedoria), ISBN 0-394-40159-X). Jonathan Magonet concorda, chamando-os de "o mais antigos, e em alguns aspectos os mais poderosos, exemplos de resistência a um regime maligno".[5]

Referências

  1. The International Standard Bible Encyclopedia
  2. Juízes 10:1
  3. Ver, por exemplo, a concordância de Strong com a transliteração do hebraico em http://strongsnumbers.com/hebrew/6463.htm
  4. Magonet, Jonathan (1992) Bible Lives (London: SCM), 7 - 8
  5. a b Magonet, Jonathan (1992) Bible Lives (London: SCM), 8
  6. Ver, por exemplo, o Talmud Tractate Sotah 11b; e Exodus Rabbah 1:17