Piotr Stolípin

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Piotr Stolípin
Piotr Stolípin
Pyotr Stolypin
Nascimento 14 de abril de 1862
Dresden
Morte 5 de setembro de 1911
Kiev
Sepultamento Mosteiro de Kiev-Petchersk
Cidadania Império Russo
Progenitores
  • Arkady Stolypin
  • Natalya Gorchakova
Cônjuge Olga Stolypina
Filho(a)(s) Arkadi Stolypine
Irmão(ã)(s) Aleksandr Stolypin
Alma mater
Ocupação político, estadista
Prêmios
Religião cristianismo ortodoxo

Pyotr Arkadyevich Stolypin (em russo: Пётр Аркадьевич Столыпин) (14 de abril (de acordo com o antigo calendário, 2 de abril) de 1862, em Dresden, Saxônia18 de setembro (de acordo com o antigo calendário, 5 de setembro) de 1911) foi um político russo. Serviu como Presidente do Conselho de Ministros — o equivalente a primeiro-ministro da Rússia — de Nicolau II, de 1906 a 1911. O seu mandato foi marcado por tentativas de reprimir grupos revolucionários, bem como por ter canalizado grandes esforços para realizar reformas agrárias. Stolypin esperava, através de suas reformas, obstruir as intranquilidades dos camponeses, criando uma classe de pequenos proprietários de terra.[1] Ele é usualmente citado como um dos maiores estadistas da Rússia Imperial, com um programa político claramente definido e determinação de empreender importantes reformas.[2]

Governador e Ministro do Interior[editar | editar código-fonte]

Em 1902, Stolypin foi apontado governador de Grodno, onde foi a pessoa mais jovem alguma vez apontada para essa posição. Em seguida, ele tornou-se governador de Saratov, onde ficou conhecido pela supressão de agitações camponesas em 1905, ganhando a reputação de ser o único governador capaz de manter um firme controle da província nesse período de revoltas difundidas. Stolypin foi o primeiro governador a usar efetivos métodos políticos contra os suspeitos de causarem problemas, e muitas fontes sugerem que ele tinha um registro político de todos os homens adultos da província. Seu sucesso como governador provincial, levou a ser apontado Ministro do Interior abaixo de Ivan Goremykin.[3].

Primeiro-Ministro[editar | editar código-fonte]

Alguns meses depois, Nicolau II apontou Stolypin para substituir Goremykin como Primeiro Ministro. A Rússia em 1906 foi infestada por distúrbios revolúcionários e havia muitos descontentes entre a população. Organizações esquerdistas estavam travando campanhas contra a autocracia e tinham grande suporte; por toda a Rússia oficiais da polícia e burocratas estavam sendo assassinados. Para responder a esses ataques, Stolypin introduziu um novo sistema na corte, que permitia aos presos, um rápido julgamento das acusações de infração. Mais de 3000 suspeitos foram condenados e executados por essas cortes especiais entre 1906-1909. E consequentemente, as forças ganharam o apelido 'Gravata de Stolypin'.[4]

Dissolveu a Primeira Duma em 22 de julho (de acordo com Antigo Calendário, 9 de julho), depois da relutância da maioria dos membros radicais de cooperarem com o governo, e pedidos de reforma agrária.[2] Para aprovar a divergência à repressão, Stolypin também esperava remover algumas das causas do descontentamento entre o campesinato. Assim, introduziu importantes reformas agrárias. Stolypin também tentou melhorar as vidas dos operários urbanos e trabalhou na direção de aumentar o poder dos governos locais.

Em julho de 1906, Stolypin foi eleito primeiro-ministro. Visou criar uma classe de camponeses moderadamente próspera, que seria o suporte da ordem social.[5]

Stolypin mudou a natureza da Duma na tentativa de fazer com que as leis propostas pelo governo fossem aceitas.[6] Depois de dissolver a Segunda Duma em junho de 1907, ele mudou o peso dos votos mais a favor da nobreza e classes ricas, reduzindo o valor dos votos das classes baixas.[6] Isso afetou as eleições para a Terceira Duma, que elegeu muitos membros conservadores, que concordavam mais em cooperar com o governo.[2]

Na primavera de 1911, Stolypin propôs um projeto de lei, que não foi aceito – sugerindo a sua abdicação. Ele propôs a expansão do sistema de zemstvo para as províncias do sudoeste da Rússia, que foi originalmente aceito por uma pequena maioria, mas os inimigos partidários de Stolypin derrotaram-no. Mais tarde, ele demitiu-se do cargo de primeiro-ministro da Terceira Duma.

Lenin temia que Stolypin fosse bem-sucedido em ajudar a Rússia a evitar uma violenta revolução. Muitos líderes políticos alemães receavam que uma transformação econômica com êxito da Rússia, minasse a posição dominante da Alemanha na Europa no espaço de uma geração. Muitos historiadores acreditam que os líderes alemães em 1914, escolheram provocar uma guerra com a Rússia czarista, em ordem de vencê-la, antes que esta ficasse muito forte[carece de fontes?].

Na outra mão, o czar não deu a Stolypin apoio sem reservas. De fato, acredita-se que sua posição na corte já era seriamente manchada na época de seu assassinato em 1911[carece de fontes?]. As reformas de Stolypin não sobreviveram à confusão da Primeira Guerra Mundial, da Revolução de Outubro e da Guerra Civil Russa.

Assassinato[editar | editar código-fonte]

Em setembro de 1911, Stolypin viajou até Kiev, a despeito das advertências da polícia, de que um plano de assassinato estava em andamento. Ele viajou sem guarda-costas e até mesmo recusou-se a vestir colete a prova de balas.

Em 14 de setembro (de acordo com o antigo calendário, 1 de setembro) de 1911, enquanto assistia a apresentação do Conto do Czar Saltan de Rimsky-Korsakov na Ópera de Kiev, na presença do czar e de sua família, Stolypin foi baleado duas vezes, no braço e no peito por Dmitri Bogrov, que era um esquerdista radical e agente da Okhrana. Foi informado que Stolypin ergueu-se friamente da cadeira, removeu as luvas e desabotoou a jaqueta, expondo o colete ensopado de sangue. Caiu da cadeira e gritou ‘Estou feliz por morrer pelo czar’, antes de acenar ao czar em seu camarote Imperial para remover a segurança. O czar Nicolau permaneceu em sua posição, e em um último gesto teatral, Stolypin o benzeu com um sinal da cruz. A manhã seguinte, o aflito czar ajoelhou-se ao lado da cama de Stolypin, no hospital e repetiu a palavra ‘Perdoe-me’. Stolypin morreu quatro dias depois de ter sido baleado. Bogrov foi enforcado dez dias após o assassinato; a investigação judicial foi interrompida pela ordem do czar Nicolau II. Isso fez aumentar as sugestões de que o assassinato foi planejado, não por esquerdistas, mas por monarquistas conservadores que temiam as reformas de Stolypin e sua influência sobre o czar, apesar disso nunca ter sido comprovado. Stolypin foi enterrado no Monastério Pechersk (Lavra) em Kyiv, Ucrânia.

Legado[editar | editar código-fonte]

As opiniões sobre o trabalho de Stolypin são divididas. Na atmosfera ingovernável da Revolução Russa de 1905, ele suprimiu violentas revoltas e a anarquia. Contudo, sua reforma agrária durou mais do que o prometido. A frase de Stolypin "Apostar no forte" é maliciosamente mal interpretada. Stolypin e seus colaboradores (proeminentemente o Ministro da Agricultura Alexander Krivoshein e o agrónomo dinamarquês Andrei Andreievich Køfød) tentaram o possível para dar a muitos camponeses a chance de sair da pobreza, promovendo a consolidação de empreendimentos, introduzindo facilidades bancárias para os camponeses e estimulando a emigração das áreas aglomeradas a oeste, para terras virgens no Cazaquistão e na Sibéria meridional. De acordo com Anne Applebaum, ele "deu seu nome aos carros cattle (Stolypinki), em que prisioneiros eram transportados a Sibéria".[7]

Referências

  1. Piotr Arkadevich Stolypin — FactMonster.com at www.factmonster.com
  2. a b c «Imperial Russia, 1815-1917 - Position Paper». Consultado em 5 de junho de 2009. Arquivado do original em 30 de março de 2009 
  3. ::Peter Stolypin::
  4. «Peter Stolypin». Consultado em 5 de junho de 2009. Arquivado do original em 23 de fevereiro de 2009 
  5. P.A. Stolypin and the Attempts of Reforms
  6. a b Oxley, Peter (2001). Russia, 1855 - 1991: from tsars to commissars. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 0-1991-3418-9 
  7. Telegraph
  • Conroy, M.S. (1976), Peter Arkadʹevich Stolypin: Practical Politics in Late Tsarist Russia, Westview Press, (Boulder), 1976. ISBN 0-8915-8143-X