Queijo Serra da Estrela
País de origem | |
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Cidade |
Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo e Seia bem como algumas freguesias dos concelhos de Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu. |
Origem do leite | |
peso |
0,7 a 1,5 quilograma |
Textura |
semimole |
Designação |
Denominação de Origem Protegida (DOP) 1996 |
Tempo de envelhecimento |
60 a 120 dias |
O Queijo Serra da Estrela é um queijo português feito com leite de ovelha, e com denominação de origem controlada[1]. As mais antigas menções a este queijo remontam ao século XII, tornando-o o mais antigo dos queijos portugueses. É um dos mais afamados queijos de ovelha de todo o Mundo. Esteve presente nas mesas reais e foi mesmo evocado por Gil Vicente no século XVI.
A Serra da Estrela serve de pasto às ovelhas das raças "Serra da Estrela" ou "Churra Mondegueira", que são consideradas como as de melhor aptidão leiteira. Para que o queijo atinja a qualidade desejada, deve ser feito sempre da mesma ordenha. Atualmente, o fabrico do queijo e seu ritual são feitos de forma tradicional, como há centenas de anos. Os pastores saem com o rebanho de manhã e regressam ao fim da tarde. Mulheres e filhas fazem o queijo de acordo com as técnicas que as suas antecessoras lhes legaram. O pastor deve escolher cuidadosamente o pasto das suas ovelhas, pois certas ervas dão mau gosto ao leite. Todos os dias, o pastor ordenha as ovelhas ao cair da noite, após o que a sua mulher prepara o leite para fazer o queijo.
Vulgarmente chamado Queijo da Serra, é um queijo curado, com pasta semimole, amanteigada de cor branca ou amarelada. É feito a partir de leite de ovelha, na região da Serra da Estrela. Em 1996, a União Europeia atribuiu-lhe uma Denominação de Origem Protegida (DOP)[2].
Celorico da Beira, conhecida como a "Capital do Queijo da Serra da Estrela", é o cartão de visita do verdadeiro Queijo Serra da Estrela, graças às condições naturais privilegiadas do Rio Mondego.
O queijo da serra foi nomeado uma das 7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal em 2011[3].
Área geográfica[editar | editar código-fonte]
A área geográfica da produção deste queijo denomina-se por "Região Demarcada de Produção de Queijo Serra da Estrela"[1] e abrange o seguinte território:
Produção[editar | editar código-fonte]
As ovelhas pastam livres, ou seja, não são alimentadas com ração. Produzido no inverno, o êxito depende da temperatura das mãos das mulheres que o fabricavam nas frias casas de granito típicas da arquitetura da região. O leite é coalhado quando entra em contacto com sal e a flor do cardo, nativo da região.[4] O soro é retirado com a prensa e salga manual do coalho.[4] O tempo de cura dura cerca de 60 dias a 120 dias em câmaras com temperaturas e humidades controladas.[4] O peso varia entre 0,7 kg e 1,5 kg.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios[ligação inativa]
- Informação oficial da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural
- Museu do Queijo, Covilhã
Referências
- ↑ a b «ANCOSE». Consultado em 26 de dezembro de 2015
- ↑ «Vai um queijo da Serra da Estrela com flor de castanheiro?». Ciência Hoje. 30 de outubro de 2014
- ↑ «História e Tradição». Queijo da Serra
- ↑ a b c Fecarotta, Luiza. (27 de janeiro de 2011). Queijo de colher. Folha de S.Paulo, Caderno Ilustrada
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Manteigas e queijos: Itália, Suissa, Dinamarca, Holanda, Bélgica, França, Portugal, João da Motta Prego. Lisboa: Livr. Ferin. 1906.
- Leitaria moderna, Ad. Baptista Ramires. Lisboa: Ed. J. Rodrigues & Ca. 1931.
- O Problema Queijeiro das Beiras, Henrique Soares Rodrigues, Lisboa: Serviço Editorial da Repartição de Estudos Informação e Propaganda, 1944.
- Queijo: notas sobre queijos regionais das Beiras, António Gomes Rebelo ; Coord. Engo Camilo Silveira da Costa ; pref. Décia Carreira. Lisboa: Livraria Popular Francisco Franco, 1983.