Queratomicose

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Queratomicose
Queratomicose
Úlcera da córnea, esbranquiçada, seca, com excessiva vascularização.
Especialidade oftalmologia
Classificação e recursos externos
CID-10 B49 e H19.2
CID-11 712798367
eMedicine oph/99
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Queratomicose (do grego, Kerato, córnea, myco, fungo, -sis, inflamação) ou queratite fúngica é uma infecção da córnea (queratite) causada pela penetração através de uma ferida no olho de algumas espécies de Fusarium, Aspergillus ou Candida. Essas espécie são encontradas no meio ambiente e também causam doenças em plantas. [1]

Causas[editar | editar código-fonte]

Podem ser causadas por Fusarium (37%), Aspergillus (30%), Curvularia(22%), Candida ou Lasiodiplodia.[2] Os fungos penetram a córnea apenas se houver algum defeito no epitélio superficial. A lesão pode ser resultado de trauma como o uso de lentes de contato, coçar para tirar um material estranho ou uma cirurgia de córnea. Os organismos podem penetrar uma membrana de Descemet intacta e entrar na câmara anterior e posterior do olho. As micotoxinas e enzimas proteolíticas podem aumentar o dano tecidual.[3]

Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]

Formam colônias brancas, com aparência de algodão, na córnea, e deixam a esclerótica vermelha, irritada e coçando. Podem deixar a visão embaçada e causar sensibilidade a luz, lágrimas e dor. Podem complicar com esclerite, endoftalmite e panoftalmite. Se não tratada adequadamente podem causar cegueira permanente.[4]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

Pode ser tratado com colírios polienos como natamicina, nistatina e anfotericina B tanto em infecções pelas formas filamentosos como por leveduras. Devem ser pingados a cada hora inicialmente e podem demorar meses. Para queratite profunda, deve-se usar um azol como Fluconazol e cetoconazol. Por via oral eles são bem absorvidos e alcançam bons níveis terapêuticos na câmara anterior e posterior do olho. Em alguns casos é necessário cirurgia para remover a córnea e transplantar outra. Se não houver resposta ao tratamento pode ser necessário remover todo o olho para evitar que a infecção se expanda a outros tecidos.[5]

Referências

  1. Millodot: Dictionary of Optometry and Visual Science, 7th edition. © 2009 Butterworth-Heinemann
  2. Prashant Garg, MS et col. Keratomycosis: clinical and microbiologic experience with dematiaceous fungi. http://www.aaojournal.org/article/S0161-6420(99)00079-2/abstract
  3. http://emedicine.medscape.com/article/1194167-overview#a5
  4. http://emedicine.medscape.com/article/1194167-clinical
  5. http://emedicine.medscape.com/article/1194167-treatment