Quintino Vargas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Quintino Vargas
Nascimento 31 de outubro de 1892
Paraopeba
Morte 19 de agosto de 1949
Belo Horizonte
Cidadania Brasil
Filho(a)(s) Jorge Vargas
Ocupação político, oficial, agricultor, empreendedor

Quintino Vargas (Paraopeba, 31 de outubro de 1892 – 19 de agosto de 1949) foi um político, militar, empresário e produtor rural brasileiro de Minas Gerais.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Quintino Vargas nasceu em Paraopeba, na fazenda São Sebastião, filho de Jorge Fernandes Vargas e de Vitalina Correia. Mudaram-se para a sesmaria dos Monteiros, na atual Cordisburgo, pouco tempo após o nascimento[1]. Trabalhou na lavoura e como ajudante de tropeiro, auxiliando o pai, até os 18 anos, quando se mudou para Pirapora[1]. Lá, empregou-se no estabelecimento Nascimento e Irmãos, passando a atuar como tropeiro pelo sertão ao norte de Minas Gerais e Goiás[1]. Após alguns anos, estabeleceu-se em Paracatu, onde adquiriu fazenda, abriu ponto comercial e, em 1919, casou-se com Maria Sóter Gonzaga. Entre 1918 e 1920, inaugurou a primeira companhia de navegação de Paracatu, chegando a contar com três navios vapores[1]. O êxito econômico permitiu a Quintino Vargas acumular gradualmente capital político[1].

Com o advento da Revolução de 1930, Washington Luís designou o então senador Antônio Ramos Caiado como interventor de Goiás para executar o estado de sítio[2]. Após serem interceptadas comunicações de Caiado em que se revelava a intenção de invadir o Triângulo Mineiro, Getúlio Vargas resolveu agir, arregimentando forças em Minas Gerais para combater a frente goiana[2].

O então presidente de Minas Gerais, Olegário Maciel, aliado de Getúlio Vargas, concedeu a Quintino Vargas a patente de coronel, equipamentos e autorização para conscrever soldados[3]. Quintino Vargas formou a Coluna Artur Bernardes e, juntamente a outros batalhões mineiros oriundos de Uberlândia e arredores, marchou por solo goiano até chegar à capital, Goiás. Caiado foi deposto e formou-se junta governativa composta por Mário de Alencastro Caiado, Francisco Emílio Póvoa e Pedro Ludovico Teixeira, sendo o último posteriormente nomeado por Getúlio Vargas como interventor federal[2], cargo que ocuparia por quinze anos. Maciel chegou a sugerir que Quintino Vargas fosse nomeado interventor de Goiás, o que esse rejeitou, alegando que o estado deveria ser governado por goianos[3]. Quintino Vargas, então, retornou a Paracatu, onde viria a ser indicado como prefeito por Olegário Maciel.

Como prefeito de Paracatu, cargo que exerceu entre 1931 e 1934, Quintino Vargas instalou serviços de abastecimento de água e de energia elétrica[1], construiu estradas de rodagem e a principal via da cidade, a avenida Nova República, rebatizada avenida Deputado Quintino Vargas pela lei municipal 75, de 18 de novembro de 1949[4]. Inaugurou diversas escolas, a exemplo da Escola Rural Mista Municipal de Barreiro, em terras de sua propriedade no então distrito de Unaí.

Com o falecimento de Olegário Maciel e a crescente oposição de Quintino Vargas a Getúlio Vargas, pressões políticas obrigaram-no a retirar-se de Paracatu em 1936, interrompendo seu mandato como vereador[1]. Quintino Vargas retornou a Pirapora e fundou nova companhia de navegação.

Foi eleito deputado estadual por Minas Gerais pela UDN, partido que ajudou a fundar em Minas Gerais, na primeira legislatura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, de 1947 a 1951. Vargas foi substituído por Simão Vianna da Cunha Pereira em dois períodos: de 9 de junho a 5 de dezembro de 1947 e de 13 de maio a 6 de junho de 1949. Após seu falecimento, Vargas foi substituído por José Maria Lobato até o fim do mandato[5].

Quintino Vargas foi pai do também político Jorge Vargas e tio de José Israel Vargas, além de irmão de José Vargas da Silva.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Em Pirapora e em João Pinheiro, existem escolas batizadas em homenagem a Vargas[6][7]. Existem vias com o nome de Quintino Vargas em: Paracatu, Belo Horizonte, Goiânia, Pirapora, Arinos, Vazante e João Pinheiro. Em Cordisburgo, havia estação de trem da EFCB batizada Quintino Vargas, inaugurada em 1949 e atualmente demolida[8].

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BORGES, Marciano. A nesga goiana.

Referências