Quinto Fábio Máximo (cônsul em 45 a.C.)
Quinto Fábio Máximo | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 45 a.C. |
Morte | 31 de dezembro de 45 a.C. |
Quinto Fábio Máximo (m. 45 a.C.; em latim: Quintus Fabius Maximus), dito Sanga,[1] foi um político da gente Fábia da República Romana eleito cônsul sufecto em setembro de 45 a.C. com Caio Trebônio depois da renúncia de Júlio César.[1] Era filho ou neto de Quinto Fábio Máximo Alobrógico, cônsul em 121 a.C., e pai de Paulo Fábio Máximo, cônsul em 11 a.C., de Quinto Fábio Máximo Africano, cônsul em 10 a.C., e de Fábia Paulina, esposa de Marco Tício, cônsul em 31 a.C..
Carreira
[editar | editar código-fonte]Fábio apareceu pela primeira vez nos registros em 59 a.C. quando, juntamente com Marco Célio Rufo, processou Caio Antônio Híbrida por extorsão em sua província, a Macedônia. Embora Cícero tenha servido como advogado principal pela defesa, Fábio Máximo e Célio Rufo venceram.[2] Foi eleito edil curul em 57 a.C. e, durante seu mandato, restaurou o Arco de Fábio ("Fornix Fabianus"), construído por seu avô.[3] Em algum momento antes de 48 a.C. foi eleito pretor[4] e, dois anos depois, foi um dos legados de Júlio César na guerra civil.[5] Máximo foi enviado por ele até a Hispânia com Quinto Pédio no comando das tropas enviadas da Sardenha para combater os pompeianos, liderados pelo próprio Pompeu.[6]
Chegando lá, nenhum deles quis arriscar o enfrentamento com a força de Pompeu, que tinha superioridade numérica, e permaneceram acampados em Oculbo esperando pela chegada do próprio César.[7] Uma vez reunidas as forças cesarianas, Pompeu foi derrotado na Batalha de Munda em 17 de março de 45 a.C.. Depois da vitória, César deixou Máximo cercando a cidade de Munda, que ele tomou e, possivelmente, destruiu.[8] Em seguida, Máximo marchou contra a cidade de Ursao.[9]
César e Máximo retornaram a Roma e, como recompensa pelos serviços prestados, César, depois de renunciar ao seu consulado individual em setembro, instalou Máximo com Caio Trebônio como cônsul sufecto em 1 de outubro de 45 a.C;[10] o povo atendeu o pedido de César e votou em seus candidatos.[11] Porém, a situação estava longe de ser pacífica. Em uma ocasião, quando Máximo entrou em um teatro e seus lictores pediram que a audiência se levantasse em respeito, cidadãos anti-cesarianos revelaram seu descontentamento gritando "Ele não é cônsul!".[12]
Máximo celebrou um triunfo por suas vitórias na Hispânia em 13 de outubro,[13][14] mas no último dia de seu mandato, em 31 de dezembro de 45 a.C, acabou falecendo.[15] Ele foi substituído por Caio Canínio Rébilo nas horas remanescentes do ano.[16][17][18][19][20]
Árvore genealógica
[editar | editar código-fonte]Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: Júlio César IV com Vacante |
Quinto Fábio Máximo (suf.) 45 a.C. com Caio Trebônio (suf.) |
Sucedido por: Júlio César V com Marco Antônio I |
Referências
- ↑ a b Broughton, T.R.S., The Magistrates of the Roman Republic, Vol III, pg. 86
- ↑ Smith, pg. 995
- ↑ Broughton, pg. 200
- ↑ Broughton, pg. 272
- ↑ Broughton, pg. 300
- ↑ Holmes, pg. 296
- ↑ Holmes, pg. 542
- ↑ Holmes, pgs. 308 & 546
- ↑ Holmes, pg. 546
- ↑ Broughton, pg. 303;Smith, pg. 995
- ↑ Holmes, pg. 328
- ↑ Holmes, pg. 329
- ↑ César, De bello Hispaniensi 2, 41
- ↑ Broughton, pg. 303
- ↑ Syme, pg. 69
- ↑ Broughton, pg. 304
- ↑ Dião Cássio, História Romana XLIII 42, 4, 6
- ↑ Plínio, História Natural VII 53
- ↑ Cícero, Epistulae ad Familiares VII 30
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita Epit. 116; Comp. Macróbio, Saturnalia II 3
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Broughton, T. Robert S. (1952). The Magistrates of the Roman Republic. Volume II, 99 B.C. - 31 B.C. (em inglês). Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- Holmes, T. Rice, The Roman Republic and the Founder of the Empire, Vol. III (1923). (em inglês)
- Syme, Ronald, The Roman Revolution, Clarendon Press, Oxford, (1939). (em inglês)
- Smith, W. Dictionary of Greek and Roman biography and mythology (1861). (em inglês)
- (em alemão) Friedrich Münzer: Fabius 108. In: Realencyclopädie der classischen Altertumswissenschaft (RE). Vol. VI,2, Stuttgart 1909, Col. 1791–1792.