Setonix brachyurus

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Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1)[1]
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Marsupialia
Ordem: Diprotodontia
Família: Macropodidae
Subfamília: Macropodinae
Género: Setonix
Lesson, 1842[2]
Espécie: S. brachyurus
Nome binomial
Setonix brachyurus
(Quoy & Gaimard, 1830)[3]
Distribuição geográfica

O quokka ( /ˈkwɒkə/) (Setonix brachyurus), o único membro do gênero Setonix, é um pequeno macropode de tamanho similar a um gato doméstico.[4] Como outros marsupiais da mesma família, tal como Cangurus e Wallabys, o quokka é herbívoro e noturno.[5]

São encontrados em ilhas menores na costa australiana, particularmente na ilha de Rottnest, e também em Bald Island, perto de Albany, e em populações isoladas espalhadas na floresta e costa entre Perth e Albany. Uma pequena colônia existe na área protegida da reserva Two Peoples Bay, onde eles vivem juntamente com o marsupial Potorous gilbertii, a espécie de marsupial mais ameaçada da Austrália.[6]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Um quokka pesa de 2,5 a 5,0 kg e tem entre 40 e 54 cm, com uma cauda, que é pequena em comparação a outros macrópodes. São fortes, com as pernas traseiras bem desenvolvidas, orelhas redondas e a cabeça é pequena e larga. Seu pelo é marrom rajado. Seu sistema músculo-esquelético era originalmente adaptado para um estilo de vida similar a de cangurus, mas com o tempo e evolução fora adaptado para uma locomoção arborea.[7] Apesar de parecer não muito mais que um canguru pequeno, ele consegue escalar pequenas arvores e arbustos de até 1 metro e meio.[8] O quokka vive em media 10 anos.[9]

A duração da gestação é de um mês, e a fêmea dá à luz apenas um filhote. Fêmeas podem dar a luz até 2 vezes no ano e vão produzir cerca de 17 filhotes durante a vida.[9] Os filhotes vivem na bolsa na mãe por 6 meses, e uma vez que sai da bolsa ele dependera da mãe para leite por outros 2 meses, são então totalmente desmamados 8 meses depois do nascimento.[9] Fêmeas são sexualmente maduras depois dos 18 meses de vida, na media.[10] Quando uma fêmea com um filhote na bolsa é perseguida por um predador, ela pode jogar o filhote no chão, que ira produzir barulho para distrair o predador enquanto a mãe escapa.[11]

Descoberta[editar | editar código-fonte]

Família de quokkas
Quokka usando as patas da frente para se alimentar

O marinheiro holandês Samuel Volckertzoon escreveu sobre o avistamento de um suposto gato selvagem na ilha de Rottest, em 1658.[12] Em 1696, Willem de Vlamingh achou que fossem ratos gigantes, nomeando a ilha "Rotte nest", que vem do holandês para "ninho de rato".[13]

A palavra "Quokka" é derivada da lingua Nyungar, "gwaga".[14]

Ecologia[editar | editar código-fonte]

Na natureza, o quokka esta restrito uma parte muito pequena no sudoeste da Austrália ocidental, com algumas populações isoladas espalhadas. Uma colônia grande existe em Rottnest Island, e uma menor em Bald Island. Essas ilhas não tem predadores como raposas ou gatos. Em Rottnest, quokkas são comuns e ocupam vários habitats desde arbustos no semiárido a plantações.[15]

Dieta[editar | editar código-fonte]

Como a maioria dos macrópodes, o quokka come vários tipos de vegetação, incluindo grama e folhas. Um estudo mostrou que Guichenota Iedifolia, uma espécie de arbusto, é uma das comidas favoritas dos quokkas.[16] Visitantes são avisados para nunca alimentar os quokka, parcialmente pois comida humana pode causa desidratação e má nutrição.[17] Devido a falta relativa de agua em Rottnest Island, quokkas precisam de grande quantidade de agua, que eles normalmente conseguem por meio do alimento. Fora das ilhas, eles normalmente vivem em locais mais úmidos.[18]

População[editar | editar código-fonte]

Durante a época colonial, os quokkas eram comuns, mas devido a declines na população no século XX, a área de distribuição deles tinha caído pela metade em 1992.[19]

Apesar de serem numerosos em ilhas, são considerados uma espécie vulnerável. No continente australiano, onde é ameaçado por predadores invasivos como gatos, raposas e cachorros, eles necessitam de folhagens e arbustos densos para se esconderem, exploração madeireira, agricultura e a expansão urbana no geral tem reduzido esse habitat, deixando eles mais vulneráveis ainda e contribuindo para a diminuição da espécie.[20]

No continente, existem certa de 2576 quokkas, com todas as populações sendo estimadas em serem menores que 45 indivíduos cada.

Em 2007, a população de quokkas em Rottnest Island era de 8000 a 12000 indivíduos, cobras são os únicos predadores na ilha. A população é menor em Bald Island, onde eles não tem predadores, cerca de 600 a 1000 quokkas.[19][21]

Interação humana[editar | editar código-fonte]

Quokkas normalmente não tem medo de seres humanos, e comumente se aproximam de pessoas. Apesar de terem a reputação de serem "o animal mais feliz do mundo", anualmente casos de mordidas são reportados, especialmente em crianças.[22] Existem certas restrições para com alimentação. E é ilegal que pessoas comuns manuseiem eles de qualquer forma.[23][24][25]

Quokkas podem ser vistos e varios zoologicos e parques na Australia, incluindo Perth Zoo,[26] Taronga Zoo,[27] Wild Life Sydney,[28] e Adelaide Zoo.[29] Interação física não é geralmente permitida sem supervisão.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. IUCN (31 de dezembro de 2012). «Setonix brachyurus: Burbidge, A.A. & Woinarski, J.: The IUCN Red List of Threatened Species 2020: e.T20165A166611530» (em inglês). doi:10.2305/iucn.uk.2020-1.rlts.t20165a166611530.en. Consultado em 28 de março de 2024 
  2. «'Nouveau Tableau du Règne Animal: Mammifères' - Viewer | MDZ». www.digitale-sammlungen.de. Consultado em 28 de março de 2024 
  3. Dumont d'Urville, Jules-Sébastien-César; Dumont d'Urville, Jules-Sébastien-César (1830). Voyage de la corvette l'Astrolabe : exécuté par ordre du roi, pendant les années 1826-1827-1828-1829. Zoologie t.1 (1830). Paris: J. Tastu 
  4. Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. 69 páginas. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  5. «Rottnest Island Wildlife» 
  6. Sinclair, Elizabeth. «Australian endangered species: Gilbert's Potoroo». The Conversation (em inglês). Consultado em 20 de outubro de 2017 
  7. Warburton, Natalie M.; Yakovleff, Maud; Malric, Auréline (2012). «Anatomical adaptations of the hind limb musculature of tree-kangaroos for arboreal locomotion (Marsupialia : Macropodinae)». Australian Journal of Zoology. 60 (4): 246–158. doi:10.1071/ZO12059 
  8. «Quokka videos, photos and facts - Setonix brachyurus». Arkive (em inglês). Consultado em 19 de março de 2018. Arquivado do original em 20 de março de 2018 
  9. a b c Burrell, Sue (30 de outubro de 2015). «Animal Species: Quokka». Consultado em 18 de março de 2018 
  10. «Quokka Facts | Quokkas | Australian Marsupials». Animalfactguide.com. Consultado em 25 de agosto de 2016 
  11. Hayward, Matt W.; de Tores, Paul J.; Augee, Michael L.; Banks, Peter B. (2005). «Mortality and survivorship of the quokka (Setonix brachyurus)(Macropodidae: Marsupialia) in the northern jarrah forest of Western Australia» (PDF). Wildlife Research. 32 (8): 715–722. doi:10.1071/WR04111. Arquivado do original (PDF) em 7 de março de 2019 
  12. Flannery, Tim (2008). Chasing Kangaroos: A Continent, a Scientist, and a Search for the World's Most Extraordinary Creature (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 30. ISBN 9781555848217 
  13. «Quokka». Australian Museum. Consultado em 25 de agosto de 2016 
  14. Dixon, R. M. W.; Moore, Bruce; Ramson, W. S.; Thomas, Mandy (2006). Australian Aboriginal Words in English: Their Origin and Meaning 2nd ed. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-554073-5 
  15. «A close encounter of the furry kind». Australian Geographic. 2010. Consultado em 22 de abril de 2010. Arquivado do original em 21 de setembro de 2013 
  16. Poole, H. L.; Mukaromah, L.; Kobryn, H. T.; Fleming, P. A. (2015). «Spatial analysis of limiting resources on an island: diet and shelter use reveal sites of conservation importance for the Rottnest Island quokka». Wildlife Research. 41 (6): 510–521. doi:10.1071/WR14083 
  17. «Quokkas and Wildlife». Rottnest Island. Consultado em 25 de agosto de 2016 
  18. Jones, Ann (17 de outubro de 2016). «Quokka smiles mask pain on Rottnest Island». Off Track. Radio National. Australian Broadcasting Corporation. Consultado em 14 de dezembro de 2016 
  19. a b de Tores, Paul; Williams, Richard; Podesta, Mia; Pryde, Jill (janeiro 2013). «Quokka (Setonix brachyurus) Recovery Plan» (PDF). Bentley, WA: Department of Environment and Conservation, Government of Western Australia. Consultado em 3 de maio de 2017 
  20. Nocon, Wojtek. «Sentonix Brachyurus». Quokka. University of Michigan. Consultado em 30 de setembro de 2013 
  21. «Setonix brachyurus — Quokka Glossary». Species Profile and Threats Database. Canberra: Department of the Environment. Consultado em 12 de fevereiro de 2017 
  22. «Quokka». rove.me. Consultado em 6 de março de 2019 
  23. «Quokka cruelty: French tourists fined after pleading guilty to burning animal on Rottnest Island - ABC News (Australian Broadcasting Corporation)». Abc.net.au. 17 de abril de 2015. Consultado em 25 de agosto de 2016 
  24. Rottnest Island Regulations 2007 (WA), r 40
  25. Squires, Nick (12 January 2003). "Rare marsupials kicked to death in 'quokka soccer'". The Daily Telegraph (London).
  26. «Quokka - Perth Zoo». perthzoo.wa.gov.au 
  27. «Quokka». taronga.org.au. 10 julho de 2010 
  28. «Our Quokkas Have Arrived (1)». www.wildlifesydney.com.au 
  29. «Quokka Fact Sheet - Adelaide Zoo». adelaidezoo.com.au 

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

  • Ronald M. Nowak (1999), Walker's Mammals of the World, ISBN 0-8018-5789-9 (em inglês) 6th ed. , Baltimore: Johns Hopkins University Press, LCCN 98023686 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • Media relacionados com Quokka no Wikimedia Commons