Ronin

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O ronin (que foi um herói nacional japonês) Miyamoto Musashi praticando a sua técnica de duas espadas com boken.

Ronin (浪人; 浪 = Onda, 人 = Homem), no Japão feudal foi um samurai que não seguia a um daimyo, ou seja, que não possuía um mestre — princípio básico do bushido de lealdade ao daimyo. Era considerado a profunda forma de penitência de um guerreiro samurai, pois além de não mais possuírem o direito de ter um mestre para seguir, não podiam ceifar a própria vida através do seppuku (ação restauradora da honra), estando eles "presos" a uma vida desonrosa — não possuindo, portanto, um sentido para sua existência.

História[editar | editar código-fonte]

O samurai que perdesse seu daimyo deveria praticar o seppuku (切腹) de acordo com o bushido (武士道), porém houve casos em que isso não ocorreu, seja por vontade do daimyo, ou por diversos outros motivos como, por exemplo, a vingança dos quarenta e sete ronin.[nota 1]

Os ronin não seguíam o princípio básico do bushido de lealdade ao daimyo — lembrado que ser ronin nunca foi uma opção e sim uma condição imposta normalmente pelo daimyo — sendo assim, não eram considerados samurai, mas ainda assim portavam um daishō (大小), o símbolo máximo da casta samurai.

Ser ronin consistia em viver peregrinando, ocupando-se de pequenos serviços em troca normalmente da refeição do dia e da pratica das artes samurai. Os ronin tornaram-se temidos por sua grande habilidade em combate e por sua independência do código samurai, o que os tornava muito mais temíveis que os já temidos samurai.

O Ronin em geral é um solitário. Na cultura Japonesa, crê-se que todo homem segue um destino, uma linha. O Ronin por sua vez faz jus ao seu nome: Homem-Onda. Não tem sentido, nem destino (como as ondas do mar).

Lenda dos 47 ronin[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: 47 rōnin

A lenda dos 47 rōnin (四十七士 Shi-jū Shichi-shi?, Yon-jū Nana-shi), "Incidente de Akō" (赤穂浪士, Akō rōshi?), "Acidente de Genroku Akō (元禄赤穂事件 Genroku akō jikeno?) "Lenda dos 47 samuráis", é uma história japonesa, considerada como lenda nacional.[1] Este evento aconteceu aproximadamente no período de 1701 à 1703. É a lenda mais famosa do código de honra Samurai: o Bushidō.

A história conta que um grupo de samurais (exatamente 47) foram forçados a se tornarem rōnin (浪人?) (Samurais sem um senhor), de acordo com o código de honra samurai,[2] depois que seu daimyō (senhor feudal) foi obrigado a cometer seppuku (ritual suicida) por ter agredido um alto funcionário judicial nomeado Kira Yoshinaka, em uma sede do governo. Os rōnin elaboraram um plano para vingar o seu daimyō, que consistia em matar Kira Yoshinaka, e toda sua família. Os 47 rōnin esperaram cerca de três anos para não despertarem qualquer suspeita entre a justiça japonesa. Após o assassinato de Kira, se entregaram à justiça e foram condenados a cometer seppuku.[3] Esta lendária história tornou-se muito popular na cultura do Japão, porque mostra lealdade, sacrifício, persistência e honra que as boas pessoas devem preservar em sua vida cotidiana. A popularidade da mística história aumentou rapidamente na modernização da era Meiji no Japão, onde muitas pessoas neste país anseiam em voltar às suas raízes culturais.

Ficção[editar | editar código-fonte]

  • O anime Samurai X, tem como protagonista um Ronin, que ao contrário do que muitos pensam, não é um samurai.
  • O filme 47 Ronin, com uma mistura de realidade e ficção, faz referência à história desses samurais.

Notas

  1. Na língua japonesa não há variação entre singular ou plural nas palavras, ambas as formas tem a mesma grafia e pronúncia, sendo diferenciadas apenas pelo artigo ou número.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Kanadehon, Chûshingura (2005). «El Tesoro de Loyal Retainers». Consultado em 3 de fevereiro de 2008 
  2. Anónimo (2005). «HAGAKURE (hojas cultas) El Libro del Samurai». Bibliotecas Virtuales. Consultado em 3 de fevereiro de 2008. Arquivado do original em 21 de fevereiro de 2008 
  3. Allyn, John (1999). «Los Cuarenta y Siete Samurai». Consultado em 3 de fevereiro de 2008. Arquivado do original em 21 de janeiro de 2008