Racismo no futebol

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Aldo Rebelo, então Ministro dos Esportes, recebe o jogador Tinga e o árbitro Márcio Chagas da Silva, que foram vítimas de atos racistas.

Entende-se por racismo no futebol qualquer prática racista (normalmente xingamentos ou algum tipo de sinal) realizada em campo durante alguma partida de futebol ou ainda nas arquibancadas, direcionada a algum dos participantes diretos da partida. Isso tende a acontecer com certa facilidade mesmo havendo a pressão da mídia e da sociedade contra esses casos porque o futebol é um esporte que facilmente une pessoas de todas as "raças", considerando-se principalmente afro-descendentes. Apesar de estar voltado para uma situação em particular (o jogo de futebol), é considerado como racismo normal e punido da mesma forma que qualquer outra manifestação racista contra a pessoa.[1]

O livro O Negro no Futebol Brasileiro, de Mário Rodrigues Filho (1947), é sem dúvida, em língua portuguesa, um texto ótimo para se iniciar a discussão sobre relações étnico-raciais no futebol brasileiro. Nesta obra prima, Mário Filho brinda-nos com os capítulos: Raízes do saudosismo; O campo e a pelada; A revolta do preto; A ascensão social do negro; A provação do preto e A vez do preto. Mário Filho utiliza tanto o termo "negro" quanto "preto". Atualmente, o termo "preto" poderia ser interpretado como de cunho racista. Entretanto, à época, não existia este tipo de discussão.

Anatol Rosenfeld publica em 1954, 1955 e 1956, no anuário Staden Jahrbuch, do Instituto Hans Staden, três trabalhos sobre as questões étnico-raciais no Brasil. Escritos na língua alemã, estes três estudos foram reunidos no livro Negro, Macumba e Futebol, lançado no Brasil em 1993 pela editora Perspectiva.

Outro livro em língua portuguesa que trata da temática do racismo no futebol é O Desporto e as Estruturas Sociais de Esteves (1967). Este escritor português desenvolve, no capítulo "O Negro e o Desporto", reflexões que posteriormente seriam ampliadas em outro livro: Racismo e Desporto (1978), no qual destaca os aspectos do racismo desportivo no Brasil.

A questão do racismo no futebol é retomada no Brasil em 1998 por meio de um artigo contundente: "A linguagem racista no futebol brasileiro" (SILVA, 1998). Neste trabalho, o autor interpreta notícias veiculadas em jornais após as derrotas da seleção brasileira em Copas do Mundo. Discute o papel da mídia na reprodução e construção do racismo no futebol brasileiro e conclui que nas derrotas o sentido construído socialmente para determinadas metáforas desclassifica o jogador, sobretudo, como ser humano e não apenas como atleta. Esse sentido desclassificatório dirige-se com mais ênfase a determinados grupos de jogadores, que em geral são negros ou mestiços.

Em 1999, Soares publica um artigo na Revista Estudos Históricos que contesta as descrições elaboradas por Mário Filho em O Negro no Futebol Brasileiro, dizendo que as narrativas da obra funcionam como história mítica que vai sendo atualizada, principalmente, em função das demandas às denúncias racistas. Esta tese recebe críticas contundentes de Murad (1999) e um pouco mais brandas de Helal e Gordan Jr. (1999).

A primeira tese de doutorado que vai tocar diretamente na questão do racismo no futebol brasileiro é o trabalho de Silva (2002), intitulado Futebol, Linguagem e Mídia: Entrada, Ascensão e Consolidação dos Jogadores Negros e Mestiços no Futebol Brasileiro. Além de ratificar as conclusões demonstradas no artigo A linguagem racista no futebol brasileiro, Silva apresenta um tópico inédito até então. Em sua conclusão, introduz uma discussão sobre as estruturas de dominação que dificultam a ascensão dos treinadores negros no Brasil. Nas entrevistas que realizou com jornalistas, ficou evidenciado que os negros têm muitas dificuldades para ingressar no mercado de trabalho de treinadores de futebol.

Em 2010, Marcel Diego Tonini defendeu a dissertação de mestrado “Além dos gramados: história oral de vida de negros no futebol brasileiro (1970-2010)”. Neste trabalho, o autor focaliza o mercado de trabalho dos treinadores negros. A partir da análise e interpretação de 20 entrevistas, realizadas com ex-jogadores, árbitros e outras pessoas do cotidiano do futebol, conclui que existe uma herança do ideário escravocrata, cuja ideia é a de que o negro não serve para pensar e, por esta razão, seria incapaz de comandar.

Casos marcantes de racismo no futebol[editar | editar código-fonte]

África[editar | editar código-fonte]

  • Hanif Adams, proprietário do Lusaka Dynamos, acusou o presidente da Associação de Futebol da Zâmbia, o ex-atacante Kalusha Bwalya, de tê-lo ofendido por ele ser de origem indiana.
  • Durante o Apartheid, o futebol na África do Sul não teve a participação de atletas negros. Em meados da década de 1950, a SAFA impediu qualquer tentativa de inscrever tais jogadores, motivo pelo qual a FIFA suspendeu o país em 1961. 2 anos depois, a Associação liberou a presença de negros em clubes de futebol, porém em 1964 a proibição foi novamente sancionada, obrigando a FIFA a banir a África do Sul de qualquer competição sancionada pela entidade. Em 1991, a Associação de Futebol do país foi readmitida, sem restrição entre as etnias.
  • Antes do jogo contra a Polônia pela Copa de 2018, os jogadores do Senegal foram alvos de uma provocação do empresário britânico Alan Sugar, ex-presidente do Tottenham. Ele publicou uma imagem da seleção africana e escreveu que "reconhecia alguns jogadores da praia de Marbella", em referência a africanos que vendiam produtos na cidade, situada no sul da Espanha.[2] Criticado, apagou o post e pediu desculpas.

Europa[editar | editar código-fonte]

Bélgica e França[editar | editar código-fonte]

  • Oguchi Onyewu, ex-zagueiro norte-americano que é filho de nigerianos, foi alvo de racismo por parte de alguns torcedores enquanto atuava pelo Standard de Liège. Ele também se envolveria em incidentes com outros jogadores, como Jelle Van Damme, que segundo Onyewu, teria o chamado de "macaco sujo" várias vezes.[3] Van Damme negou as acusações, e disse que fora o norte-americano que o havia xingado de "flamengo sujo".
  • Zola Matumona, à época atleta do FC Brussels, deixou o clube magoado com declarações do presidente Johan Vermeersch, que disse para o congolês "pensar em outras coisas, como árvores e bananas".
  • Milan Baroš, então jogador do Lyon, foi acusado pelo camaronês Stéphane Mbia, do Rennes, de fazer gestos racistas contra ele.[4] Embora tivesse negado as acusações, o atacante tcheco foi punido com 3 partidas de suspensão.[5] O Lyon afirmou que Baroš fez um gesto para expressar alguma coisa que não entendia em francês.
  • Em 17 de setembro, o burquinês Boubacar Kébé foi insultado por torcedores do Bastia, e fez gestos obscenos para os agressores. A repreensão custou caro a Kébé: ele receberia um cartão vermelho. Ele novamente se envolveria em confusão com a torcida do Bastia, que levaria um cartaz com mensagem racista. Irritado, Kébé deixou o campo, atrasando o reinício da partida entre Libourne e Bastia por três minutos.
  • Em 2008, o marroquino Abdeslam Ouaddou, do Valenciennes, foi alvo de xingamentos da torcida do Metz. O árbitro da partida não viu o incidente. No mês de março, Frédéric Mendy, do Bastia, disse que havia recebido insultos da torcida do Grenoble.
  • Em dezembro de 2020, a partida entre Paris Saint-Germain e İstanbul Başakşehir, válida pela última rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões, foi interrompida aos 14 minutos do primeiro tempo depois que o senegalês Demba Ba discutiu com o quarto árbitro Sebastian Colțescu, acusando-o de ter feito ofensas racistas contra o camaronês Pierre Webó, ex-atacante da Seleção Camaronesa e auxiliar-técnico do Başakşehir. Neymar e Kylian Mbappé chegaram a confrontar com o árbitro principal, Ovidiu Hațegan, e ameaçaram não continuar jogando se Colțescu permanecesse,[6] e após alguns minutos de paralisação, os jogadores das 2 equipes deixaram o gramado do Parc des Princes, gerando repercussão internacional.[7] O jogo foi reiniciado no dia seguinte, com um novo trio de arbitragem, e o Paris Saint-Germain venceu por 5 a 1.
  • Durante o jogo entre Club Brugge e Anderlecht, o técnico dos Mauves, Vincent Kompany, denunciou insultos racistas vindos da torcida da equipe mandante contra ele[8].
  • Em novembro de 2021, o atacante Suk Hyun-jun, do Troyes, foi xingado por alguns jogadores reservas do Olympique de Marseille[9]. 3 dias depois, o OM condenou a atitude e mostrou apoio ao sul-coreano[10].

Alemanha[editar | editar código-fonte]

  • Em 1994, o zagueiro brasileiro Júlio César, então no Borussia Dortmund, ameaçou sair do time por ter sido barrado em uma boate em virtude dele ser negro. O incidente foi decisivo para que ele não disputasse a Copa dos Estados Unidos.
  • O ex-atacante alemão Gerald Asamoah, nascido em Gana, foi alvo frequente de preconceito racial. Em 2006, o Hansa Rostock foi investigado por causa do comportamento de sua torcida contra ele. A equipe foi multada em 25 mil euros.
  • Asamoah, em 2007, acusaria o goleiro Roman Weidenfeller, do Borussia, de tê-lo xingado de "porco negro".[11]
  • Kevin Großkreutz, também do Borussia, também foi alvo de acusações de Asamoah,[12] agora no Greuther Fürth. O zagueiro foi defendido por seu treinador Jürgen Klopp, que declarou que Großkreutz não ofendeu o atacante, e sim fazia referência à cor azul, do Schalke 04, clube do qual Asamoah é considerado ídolo.
  • Na partida entre Sachsen Leipzig e Hallescher, em março de 2006, o nigeriano Adebowale Ogungbure, do Sachsen, foi insultado pela torcida do Hallescher com imitações de macaco quando foi substituído. Em resposta, colocou dois dedos no rosto e simulou o bigode de Adolf Hitler, além de fazer o gesto nazista[13][14]. Ogungbure foi detido pela polícia sob acusação de fazer gestos nazistas para fins políticos ou abusivos, mas o processo contra o jogador foi anulado 24 horas depois.
  • Um mês depois, torcedores do Chemnitzer invadiram lojas de alemães de origem turca, gritando "Sieg Heil" e ostentando imitações de bandeiras nazistas. Em seguida, disseram: "Nós vamos construir um metrô de St. Pauli para Auschwitz", numa referência ao antigo campo de concentração de Auschwitz. O incidente foi antes da partida entre Chemnitzer e St. Pauli, pela terceira divisão alemã.
  • Em outubro de 2008, o meio-campista Torsten Ziegner, do Carl Zeiss Jena, foi acusado pelo nigeriano Kingsley Onuegbu, do Eintracht Braunschweig, de ter feito ofensas racistas contra ele. Ziegner, que foi punido com 5 jogos de suspensão,[15] alegou que as ofensas foram "no calor do momento" e pediu desculpas a Onuegbu.
  • Em fevereiro de 2020, durante o jogo entre Preußen Münster e Würzburger Kickers, pela terceira divisão alemã, um torcedor das Águias Negras fez ofensas racistas contra o zagueiro Leroy Kwadwo, do Würzburger. Revoltados, outros torcedores do Münster gritaram "Fora nazis"[16] e o agressor foi detido pouco depois.[17] Kwadwo, que possui origem ganesa, agradeceu a atitude dos torcedores do Preußen Münster, enquanto o técnico do Würzburger, Michael Schiele, classificou o ato como "sensacional" e o capitão Sebastian Schuppan pediu para que o torcedor fosse proibido de acompanhar jogos de futebol.
  • Após o empate por 2 a 2 entre Köln e Borussia Dortmund, em março de 2021, o volante inglês Jude Bellingham foi alvo de mensagens racistas em seu instagram, que também mencionavam a mãe do jogador.[18]
  • 2 meses depois, Jens Lehmann foi expulso da diretoria do Hertha Berlim após a descoberta de uma mensagem ofensiva em seu WhatsApp sobre o ex-zagueiro Dennis Aogo, que estreava como comentarista na Sky Sports.[19][20] O ex-goleiro pediu desculpas ao ex-companheiro de Seleção Alemã após o incidente.

Bulgária[editar | editar código-fonte]

Escócia[editar | editar código-fonte]

Hungria[editar | editar código-fonte]

  • Em 2 de setembro de 2021, as seleções de Hungria e Inglaterra se enfrentaram pelas eliminatórias da Copa de 2022, quando torcedores locais vaiaram o gesto antirracista dos jogadores do English Team e ofenderam o volante Jude Bellingham e o atacante Raheem Sterling. Antes da partida, os jogadores e o técnico da Hungria, Marco Rossi, pediram em vão para que respeitassem o gesto. A FIFA puniu a Hungria com 2 jogos com portões fechados, enquanto a Federação Húngara de Futebol levou uma multa de 200 mil francos suíços.[26]

Itália[editar | editar código-fonte]

  • Na década de 1990, o volante neerlandês Aron Winter, jogando pela Lazio, foi vaiado por parte da própria torcida. Os 2 prenomes do jogador, que nasceu no Suriname e possui também ascendência indiana e negra, são de origem hebraica (Aron, ou Arão) e árabe (Mohamed,ou Maomé). A equipe romana é conhecida por parte de sua torcida ter orientação de extrema-direita.
  • Em 1984, o ex-lateral brasileiro Júnior foi 2 vezes alvo de ofensas raciais quando atuava pelo Torino. Na primeira, torcedores da Juventus exibiam faixas contra ele, e em resposta a torcida do Toro mostrou uma faixa onde se lia "Meglio negro che juventino" ("melhor (ser um) negro do que (um torcedor) juventino");[27] no mesmo ano, seria novamente ofendido - agora por torcedores do Milan, enquanto saía de campo.[28]
  • O meia inglês Paul Ince disse ter sido alvo de racismo durante sua passagem pela Inter de Milão, entre 1995 e 1997.
  • Em novembro de 2005, durante a partida entre o Messina e a Inter de Milão, o marfinense Marc Zoro interrompeu o jogo após ser insultado diversas vezes pela torcida nerazzurri. Ameaçou sair de campo, mas foi persuadido por vários jogadores da Inter, principalmente pelo atacante brasileiro Adriano.
  • Mario Balotelli, que possui ascendência ganesa, foi xingado por torcedores da Juventus em abril de 2009. A Vecchia Signora foi punida com um jogo de portões fechados.
  • Em 1989, a Udinese pagou 1,5 milhão de libras ao Standard de Liège para contratar o atacante israelense Ronny Rosenthal. Pressionados por uma parte dos ultras da torcida do time italiano chamada Teddy Boys, que enviaram uma carta com uma suástica ao presidente Giampaolo Pozzo e pediram para que não contratassem um jogador judeu e vandalizaram a sede do clube com ofensas antissemitas. Para ocupar a vaga que seria de Rosenthal, a Udinese contratou o argentino Abel Balbo.[29] O israelense processaria mais tarde os Friulani por danos morais[30] e, em 1995, as autoridades consideraram a equipe responsável pelo comportamento discriminatório, condenando-a a pagar uma indenização de 61 milhões de liras.[31]
  • Num amistoso realizado em janeiro de 2013 entre Pro Patria e Milan, o meia ganês Kevin-Prince Boateng foi alvo de xingamentos racistas da torcida local. Revoltado, o jogador abandonou o gramado juntamente com os companheiros de equipe.
  • Em maio de 2014, torcedores da Atalanta jogaram bananas contra Kévin Constant e Nigel de Jong, do Milan. O clube de Bérgamo, que venceu o jogo por 2 a 1, foi punido com multa de 40 mil euros.
  • Em abril de 2019, o atacante Moise Kean, que é descendente de marfinenses, foi alvo de xingamentos da torcida do Cagliari depois de fazer um gol. Seu companheiro de equipe na Juventus, Leonardo Bonucci, disse que Kean teve "50% de culpa" por ter encarado os torcedores do clube sardo.[32]
  • Em setembro de 2021, os volantes Tiemoué Bakayoko e Franck Kessié foram alvos de ofensas da torcida da Lazio na vitória do Milan por 2 a 0[33]. O incidente foi relatado para uma avaliação pela Federação Italiana de Futebol. Em uma publicação no seu instagram, o francês escreveu que "alguns torcedores da Lazio cometeram atitudes racistas" contra ele e o marfinense, e que os dois jogadores tinham "orgulho da cor da pele"[34].
  • Durante o jogo entre Cagliari e Milan, em março de 2022, torcedores da equipe mandante ofenderam o goleiro Mike Maignan e o zagueiro Fikayo Tomori no final da partida[35]. Enquanto o técnico rossonero, Stefano Pioli, confirmou os insultos, porém o atacante ítalo-brasileiro João Pedro alegou que não ouviu nada, mas que "estava no clube havia 8 anos e que defenderia os torcedores"[36].

Espanha[editar | editar código-fonte]

  • Na temporada 1992–93, o nigeriano Wilfred Agbonavbare (falecido em 2015), que defendia o Rayo Vallecano, foi alvo de xingamentos da torcida do Real Madrid.[37] Questionado, o goleiro falou que as ofensas "eram normais" e que "seguia focado" nas partidas.[38][39]
  • Após se transferir para o Barcelona, Luis Enrique foi provocado por torcedores do Real Madrid,[40] que gritavam "Luis Enrique, tu padre es Amunike", numa referência ao também nigeriano Emmanuel Amunike, seu novo companheiro de equipe.[41][42][43]
  • Em sua primeira temporada no Levante, o meio-campista Félix Dja Ettien enfrentou vários problemas com o técnico Roberto Álvarez, que o deixava de fora por acreditar que o marfinense havia contraído AIDS ou malária[44].
  • Durante uma sessão de treinos em 2004, o técnico espanhol Luis Aragonés ofendeu o atacante francês Thierry Henry. Ele tentava incentivar o também atacante José Antonio Reyes, companheiro de Henry no Arsenal, dizendo que este era melhor que o francês, chamado por Aragonés de "negro de m...".
  • Em novembro de 2004, Espanha e Inglaterra disputaram um amistoso em Madri. Toda vez que os ingleses tocavam na bola, a torcida espanhola ofendia o lateral Ashley Cole e o meia Shaun Wright-Phillips, fazendo imitações de macacos.
  • O camaronês Samuel Eto'o, então jogador do Barcelona, ameaçou deixar o jogo contra o Zaragoza por conta dos insultos racistas que sofria da torcida rival. Os catalães venceram a partida por 4 a 1, e Eto'o respondeu aos insultos imitando um macaco.
  • O goleiro Idriss Carlos Kameni, do Espanyol, também virou alvo de racismo da torcida do Atlético de Madri, que o vaiava quando o camaronês pegava na bola. Um torcedor chegou a jogar uma banana após o camaronês ter defendido um pênalti cobrado por Fernando Torres.[45] O Atlético levaria uma multa de 6 mil euros.
  • Daniel Alves, do Barcelona, protagonizou uma imagem surpreendente na partida contra o Villarreal, em março de 2014. Um torcedor do Submarino Amarillo jogou uma banana exatamente no instante que o lateral cobraria um escanteio. Antes da cobrança, o jogador pegou a fruta e a comeu. O gesto gerou muita repercussão.
  • 2 meses depois, Papakouli Diop, do Levante, foi bastante xingado pela torcida do Atlético de Madri. Em resposta, imitou um macaco.
  • O Espanyol baniu 12 torcedores após descobrir que eles foram os responsáveis por xingarem o atacante Iñaki Williams, do Athletic Bilbao, em janeiro de 2020.[46]
  • Em abril de 2021, os jogadores do Valencia abandonaram o jogo contra o Cádiz após o zagueiro Mouctar Diakhaby ter sido supostamente ofendido pelo também defensor Cala.[47][48] Após 20 minutos, os Ches voltaram ao gramado sem Diakhaby, substituído por Hugo Guillamón.
  • No dia 20 de maio de 2023, Vinícius Júnior foi alvo de ofensas racistas praticadas pelos torcedores do Valencia chamando de macaco.

Portugal[editar | editar código-fonte]

  • Ao sofrer insultos racistas da torcida do Rio Ave, o volante Renato Sanches, do Benfica, respondeu as provocações aplaudindo ironicamente e imitando a pose de um macaco.
  • A 16 de fevereiro de 2020, no Estádio D. Afonso Henriques, durante o jogo da Primeira Liga entre o Vitória Sport Clube e o Futebol Clube do Porto, Moussa Marega foi desde o período de aquecimento alvo de provocações e insultos racistas por parte de alguns adeptos do Vitória. Os ataques tornaram-se particularmente virulentos depois de Marega ter marcado o golo que deu a vitória ao Porto (2-1) e o ter festejado, dirigindo-se para quem o insultava e apontando para o seu braço.[49] Isto valeu-lhe um cartão amarelo por parte do árbitro Luís Godinho. Adeptos do Vitória assobiaram-no, atiraram cadeiras para o campo e urraram imitando um macaco. Indignado, Marega pediu para ser substituído e abandonou o campo, 20 minutos antes do fim do jogo. A maioria do mundo desportivo, social e político condenou o ataque abjecto, à excepção de André Ventura, deputado do Chega («país de hipocrisia em que tudo é racismo»), de Miguel Pinto Lisboa, presidente do Vitória Sport Clube, que teve uma reacção ambígua e desculpabilizante dos agressores, e dos White Angels, claque do Vitória, que acusou Marega e Sérgio Conceição de terem provocado os insultos racistas.

Inglaterra[editar | editar código-fonte]

  • Em novembro de 2011, o uruguaio Luis Suárez, do Liverpool, foi acusado pelo lateral francês Patrice Evra, do Manchester United, de fazer ofensas racistas. O atacante foi suspenso por oito partidas devido aos xingamentos ao jogador do Manchester United.
  • Peter Odemwingie, logo após assinar com o West Bromwich, foi alvo da torcida dos "Magpies", que mostravam fotos da torcida comemorando a saída do atacante do Lokomotiv Moscou com declarações racistas contra ele, que é uzbeque de nascimento, mas optou em defender a Nigéria.
  • Ron Atkinson, ex-técnico do Manchester United, se afastou do cargo de comentarista da ITV após fazer um comentário racista sobre o zagueiro Marcel Desailly, então no Chelsea. Não tendo percebido que seu microfone estava ligado, Atkinson disse que o francês era "um negro preguiçoso" na escola. A declaração, que chegou até mesmo aos meios de comunicação do Oriente Médio, fez com que Atkinson deixasse o trabalho de colunista no jornal The Guardian.
  • Em abril de 2007, o goleiro trinitário Kelvin Jack, do Gillingham, foi xingado por um torcedor do Rotherham United, que foi proibido de frequentar qualquer jogo de seu clube.[50]
  • Promovido ao comando técnico do Chelsea em setembro de 2007, Avram Grant recebeu ofensas de cunho antissemita de torcedores dos Blues - seu pai, que era polonês, era um sobrevivente do Holocausto.[51]
  • Em novembro de 2008, o atacante egípcio Mido, então no Middlesbrough, foi xingado por alguns torcedores do Newcastle United.[52] Ele foi comparado a um "Homem-Bomba" por torcedores do próprio Newcastle, do Southampton e do West Ham United, devido à semelhança com Richard Reid, terrorista preso em 2003.[53]
  • Em março de 2014, os nigerianos Carl Ikeme e George Elokobi disseram que foram xingados pela torcida do Walsall[54].
  • Em agosto do mesmo ano, Malky Mackay estava acertado para comandar o Crystal Palace quando um escândalo de preconceito envolvendo o ex-zagueiro e Ian Moody, na época diretor-esportivo do Cardiff City, foi descoberto[55][56][57] Eles foram acusados de trocarem mensagens de teor homofóbico, racista, xenofóbico e sexista - em uma delas, Mackay chama o agente de jogadores Phil Smith de "gordo", enquanto Moody responde: "Nada como um judeu que vê o dinheiro escorrendo pelos dedos". O escocês ainda chama um dirigente de "homo" e "cobra gay", fez uma piada sexista para ser referir a uma empresária de jogadores, questiona a inclusão de jogadores franceses em uma lista de contratações feita por ele e diz que a agência deveria se chamar "All Blacks" (todos negros), declarando ainda que "não há muitos rostos brancos, mas vale a pena considerar", além de criticar a chegada do sul-coreano Kim Bo-Kyung ao Cardiff City, utilizando o termo ofensivo "Chinky" (usado para se referir a orientais em geral). Após a repercussão do caso, o Palace anunciou que desistiu de Mackay[58].
  • Após perderem suas cobranças de pênalti na decisão da Eurocopa de 2020, Jadon Sancho, Bukayo Saka e Marcus Rashford foram xingados em suas redes sociais.[59] O autor das ofensas foi preso 3 dias depois.[60]
  • O técnico do Crawley Town, John Yems, foi demitido após acusações de segregação nos vestiários e abusado de jogadores negros e asiáticos[61].

Montenegro[editar | editar código-fonte]

O norte-americano DaMarcus Beasley e o francês Jean-Claude Darcheville, então jogadores do Rangers, foram ultrajados racialmente por torcedores do Zeta, que acabou penalizado com multa de 9 mil euros.

Países Baixos[editar | editar código-fonte]

  • Stanley Menzo, ex-goleiro da Seleção Neerlandesa, era alvo de ofensas na década de 1980, quando defendia o Ajax[62].
  • Durante uma entrevista em 1991, o então técnico do Heerenveen, Fritz Korbach, chamou Bryan Roy, do Ajax, de "pequeno sujo" e Romário, do PSV, de "grão de café". Ele também chamou o atacante Simon Tahamata (que é descendente de indonésios) de "ladrão de trens"[63].
  • Em novembro de 2011, o atacante Guyon Fernandez agrediu o zagueiro Rens van Eijden durante o jogo entre Feyenoord e NEC Nijmegen, após ser xingado pelo rival.[64] A atitude rendeu uma suspensão de 6 jogos a Fernandez.[65]
  • Em 2006, o atacante dinamarquês Kenneth Pérez, então jogador do Ajax, foi punido com 5 jogos de suspensão após chamar o bandeirinha Nicky Siebert de kankerneger ("câncer preto"),[66] além de pagar multa de 12,5 mil euros.
  • Durante um jogo entre Den Bosch e Excelsior, pela segunda divisão local, Ahmad Mendes Moreira (que possui origem guineense) foi alvo de ofensas da torcida do clube mandante, que inicialmente afirmou que os sons eram de corvos, porém voltou atrás.[67] Ao fazer o segundo gol do Excelsior, o atacante festejou em frente aos torcedores que o xingaram.

Rússia[editar | editar código-fonte]

  • O camaronês André Bikey disse que era frequentemente afetado por insultos racistas quando jogava no Lokomotiv Moscou[68]
  • O zagueiro brasileiro Géder chegou a ser ofendido racialmente por torcedores do Zenit enquanto defendia o Saturn[69].
  • Em 2008, o clube de São Petersburgo foi notificado por novos insultos racistas, direcionados a jogadores do Olympique de Marseille; André Ayew, Ronald Zubar e Charles Kaboré foram as vítimas da torcida do Zenit, que chegou a imitar macacos e atirar bananas cada vez que algum dos três pegasse na bola. Mais tarde, o técnico Dick Advocaat admitiu que os torcedores do Zenit são mesmo racistas. Mathieu Valbuena quase foi alvo de preconceito dos torcedores, que pensavam que ele também era negro. O camaronês Serge Branco, com passagem pelo Krylya Sovetov, foi outro clube que acusou o Zenit de racismo.
  • No Campeonato Russo de 2006, o ganês Baffour Gyan acusou Yegor Titov, capitão do Spartak, de cometer ofensas racistas na partida envolvendo seu clube na época, o Saturn.[70] O atacante falou que Titov incentivou a torcida a imitar e fazer sons de macaco, e também afirmou que o meio-campista não "agiu como um verdadeiro capitão".
  • Em maio de 2009, na partida válida pela semifinal da Copa da Rússia, torcedores do Dínamo hostilizaram o nigerino Moussa Maazou toda vez que ele participava de alguma jogada, forçando a saída do jogador do CSKA aos 28 minutos do primeiro tempo. O técnico do CSKA, Zico, mostrou-se revoltado com a atitude e pediu punição ao Dínamo pelas ofensas contra Maazou.[71]
  • Em março de 2011, o lateral brasileiro Roberto Carlos, recém-contratado pelo Anzhi, foi alvo de racismo de um torcedor do Krylya Sovetov, que ofereceu uma banana ao jogador.
  • O marfinense Yaya Touré, do Manchester City, foi alvo de xingamentos da torcida do CSKA, em outubro de 2013. Como punição, uma parte de seu estádio foi fechada. Touré afirmou que, se o racismo continuasse, os atletas negros promoveriam um boicote à Copa de 2018, sediada justamente pela Rússia.
  • No clássico entre Dínamo e Torpedo, o zagueiro Christopher Samba, dos Belo-golubye, recebeu ofensas da torcida rival. O Torpedo também foi punido com uma parte de seu estádio fechadaref>Rafael Saakov (25 de setembro de 2014). «Torpedo Moscow: Partial fan ban over racism at Christopher Samba». BBC Sport. Consultado em 28 de setembro de 2014 </ref>, e Samba recebeu suspensão de 2 jogos por ameaçar os autores da ofensa[72].
  • O atacante Pavel Pogrebnyak, do Ural, foi multado em 250 mil rublos[73] após uma declaração considerada racista sobre a convocação do brasileiro Ari para a Seleção Russa, classificando-a como "engraçada" e "ridícula"[74]. Pogrebnyak negou a intenção de ofender, mas alegou que "estrangeiros não poderiam ser convocados".

Suécia[editar | editar código-fonte]

  • Em 2009, torcedores do IFK Göteborg chamaram a torcida do Malmö FF de "Rosengårdstattare" ("ciganos de Rosengårdstattare"), referindo-se à população imigrante da cidade de Malmö[75].
  • O meio-campista Jimmy Durmaz, que integrou a Seleção Sueca na Copa de 2018, foi alvo de ofensas racistas em suas redes sociais, depois de ter cometido a falta que originou o gol da vitória da Alemanha.[76] Durmaz, que tem origem turca, leu uma mensagem de repúdio e foi defendido pelos companheiros de equipe.

Turquia[editar | editar código-fonte]

Em abril de 2012, o meia Emre Belözoğlu foi acusado pelo marfinense Didier Zokora de tê-lo chamado de "negro sujo" no jogo entre Fenerbahçe e Trabzonspor. A resposta do volante foi imediata no reencontro entre os dois clubes, nos playoffs do Campeonato Turco: sem visar a bola, Zokora acertou os testículos de Emre.[77] O árbitro puniu o marfinense com cartão amarelo.

América do Sul: incidente diplomático[editar | editar código-fonte]

Em abril de 2005, o atacante brasileiro Grafite, então no São Paulo, foi chamado pelo argentino Leandro Desábato, então no Quilmes, de "macaco". Desábato ficou detido por 40 horas, e ao deixar a delegacia, foi extraditado.

Outros casos no Brasil[editar | editar código-fonte]

  • Em março de 2005, durante o clássico entre América e Atlético Mineiro, o zagueiro Wellington Paulo insultou André Luiz durante uma discussão. O jogador do Coelho foi punido com suspensão de 30 dias.[78]
  • Um mês depois, no jogo entre São Paulo e Marília, o zagueiro Fabão acusou o argentino Carlos Frontini de supostamente tê-lo chamado de "macaco" após uma disputa de bola.
  • Após o empate contra a Portuguesa, pelo Campeonato Brasileiro da Série B, o goleiro Felipe, então no Vitória (que terminaria rebaixado com o resultado), entrou com uma queixa contra o presidente do Leão da Barra, Paulo Carneiro, acusando-o de xingá-lo com ofensas raciais. O dirigente foi afastado do cargo.[79]
  • Em novembro, o Juventude foi punido com multa de 200 mil reais e a perda de 2 mandos de campo após alguns torcedores ofenderem o volante Tinga, então no Internacional, durante o jogo entre os clubes pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro.[80] A equipe de Caxias do Sul voltaria a protagonizar um incidente quando o então zagueiro Antônio Carlos, depois de ser expulso após se desentender com o volante Jeovânio, do Grêmio, passou a mão no braço esquerdo, que segundo ele, tinha um corte e havia respondido a uma provocação do lateral Patrício. O TJD da Federação Gaúcha de Futebol suspendeu Antônio Carlos por 120 dias.[81] A decisão revoltou Jeovânio, que ficou sentado ao lado do zagueiro durante o julgamento. Em 2016, o volante (que já havia encerrado a carreira no mesmo ano) perdoou Antônio Carlos.[82]
  • Durante o jogo entre Grêmio e Santos, válido pela Copa do Brasil de 2014, o goleiro Aranha foi ofendido por torcedores do time gaúcho.[83] O STJD puniu o Grêmio com a exclusão da Copa do Brasil, além de multá-lo em 54 mil reais por se atrasar na volta para o segundo tempo e pelo arremesso de um rolo de papel higiênico no gramado.[84]

Argentina[editar | editar código-fonte]

O zagueiro colombiano Breyner Bonilla, então no Boca Juniors, afirmou em 2010 que o atacante Esteban Fuertes o teria xingado de "negro de m..." e "morto de fome" durante a partida entre os Xeneizes e o Colón, onde Fuertes atuava na época[85].

Ásia[editar | editar código-fonte]

  • Durante um amistoso entre Indonésia e Filipinas, em junho de 2012, um grupo de torcedores indonésios gritava "Hindi kayo Pilipino!" ("Vocês não são filipinos!"), em referência aos jogadores de ascendência não-filipina.[86]
  • Em março de 2014, torcedores do Urawa Red Diamonds exibiram uma faixa onde se lia "Japanese Only" ("somente japoneses"), de cunho racista. Tal atitude causou uma inédita punição na J-League: pela primeira vez na história do futebol japonês, uma partida foi realizada com portões fechados.[87]
  • Ao comemorar um gol de pênalti sobre Portugal no Mundial Sub-17, Federico Valverde foi acusado pela torcida sul-coreana de ter feito um gesto ofensivo ao puxar os olhos. O uruguaio afirmou que fizera uma homenagem a seu empresário "El Chino" Saldavia, porém os espectadores ficaram incomodados com o gesto de Valverde, que continuou recebendo críticas.
  • Durante o jogo entre Shanghai Shenhua e Changchun Yatai, em 2018, o senegalês Demba Ba partiu para cima do meio-campista Zhang Li, acusando-o de ter feito uma ofensa.[88] Os 2 jogadores foram punidos com cartão amarelo.
  • Em fevereiro de 2019, o atacante granadino Antonio German rescindiu seu contrato com o Selangor FA (Malásia), alegando posteriormente que o racismo foi a causa de sua saída do clube[89].

Mistifório jurídico[editar | editar código-fonte]

A expressão racismo no futebol é empregada de forma tecnicamente equivocada, porque o que é assim classificado pela mídia se trata, na verdade, do crime de injúria qualificada, definido no artigo 140, § 3º, do Código Penal Brasileiro, e não do crime de racismo, prescrito na lei 7.716 de 1989.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

ESTEVES, José. O desporto e as estruturas sociais. Aveiro: Prelo Editora, 1967.

ESTEVES, José. Racismo e desporto. Aveiro: Básica Editora, 1978.

FILHO, Mário. O negro no futebol brasileiro. 4ª edição. Rio de Janeiro: Mauad, 2003.

HELAL, Ronaldo; GORDAN Jr., Cesar. Sociologia, historia e romance na construção da identidade nacional atraves do futebol. Revista Estudos Historicos, v. 13, n. 23, 1999.

MURAD, Mauricio. Considerações possíveis de uma resposta necessária. Revista Estudos Historicos, v. 13, n. 24, 1999. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2094/1233

NOGUEIRA, Claudio. Futebol Brasil memória: de Oscar Cox a Leônidas da Silva (1897-1937). Rio de Janeiro: Editora Sena Rio, 2006.

ROSENFELD, Anatol. Negro, macumba e futebol. São Paulo: Editora Perspectiva, 1993.

SILVA, Carlos Alberto Figueiredo. A linguagem racista no futebol brasileiro. In: Anais do VI Congresso Brasileiro de História do Esporte, Lazer e Educação Física, Rio de Janeiro: Universidade Gama Filho, p. 394-406, 1998.

SILVA, Carlos Alberto Figueiredo. Futebol, linguagem e mídia: entrada, ascensão e consolidação dos jogadores negros e mestiços no futebol brasileiro. (Tese de Doutorado). Doutorado em Educação Física - Universidade Gama Filho, 2002. Disponível em: Parte I e Parte II

SILVA, Carlos Alberto Figueiredo. Racismo para dentro e para fora: o caso Grafite-Desábato. Revista Lecturas EFDeportes, n. 84, maio de 2005. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd84/racismo.htm

SILVA, Carlos Alberto Figueiredo; VOTRE, Sebastião Josué. Racismo no futebol. Rio de Janeiro: HP Comunicaçao Editora, 2006.

SILVA, Carlos Alberto Figueiredo; VOTRE, Sebastião Josué. Futebol, imaginário e mídia: as metáforas da discriminação no futebol brasileiro. Educação MultiRio, 2007. Disponível em: http://portalmultirio.rio.rj.gov.br/sec21/chave_artigo.asp?cod_artigo=1256[ligação inativa]

SOARES, Antonio J. História e a invenção de tradições no futebol brasileiro. Revista Estudos Históricos, v. 12, n. 23, 1999. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/viewFile/2087/1226

TONINI, Marcel Diego. Além dos gramados: história oral de vida de negros no futebol brasileiro (1970-2010). (Dissertação de Mestrado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, 2010. Disponivel em: http://www.ludopedio.com.br/rc/upload/files/190518_Tonini%20(M)%20-%20Alem%20dos%20gramados.pdf

TONINI, Marcel Diego. Racismo no futebol brasileiro: revisitando o caso Grafite/Desábato. Revista de História Regional 17(2): 438-468, 2012. Doi: 10.5212/Rev.Hist.Reg.v.17i2.0004. Disponível em:http://www.eventos.uepg.br/ojs2/index.php/rhr/article/viewFile/4197/3247

Referências

  1. Pires, Breiller (17 de julho de 2017). «Grêmio e Aranha, uma história de racismo perverso e continuado». EL PAÍS 
  2. «Ex-presidente do Tottenham é acusado de racismo após post sobre Senegal». GloboEsporte.com. 20 de junho de 2018. Consultado em 27 de dezembro de 2020 
  3. «Defensor do Standard Liège acusa rival do Anderlecht de racismo». Trivela. 2 de junho de 2009. Consultado em 2 de junho de 2009 
  4. «Milan Baros é acusado de fazer gesto racista». Trivela. 19 de abril de 2007. Consultado em 11 de outubro de 2021 
  5. «Gesto polêmico rende suspensão de três jogos a Baros». Trivela. 3 de maio de 2007. Consultado em 11 de outubro de 2021 
  6. «Neymar e Mbappé confrontam árbitro da partida entre PSG e Basaksehir: "Não vamos jogar!"». GloboEsporte.com. 8 de dezembro de 2020. Consultado em 27 de dezembro de 2020 
  7. «Jogadores do PSG e Istanbul Basaksehir deixam jogo após acusação de racismo». GloboEsporte.com. 8 de dezembro de 2020. Consultado em 27 de dezembro de 2020 
  8. «Ídolo do Manchester City, Kompany denuncia insultos racistas em jogo pelo Campeonato Belga». Gazeta Esportiva. 19 de dezembro de 2021. Consultado em 19 de dezembro de 2021 
  9. cnn.com https://www.cnn.com/2021/12/01/football/suk-hyun-jun-racial-abuse-spt-intl/index.html  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  10. «Ligue 1 fan trouble: Marseille condemn racism». ESPN.com. 2 de dezembro de 2021 
  11. «Weidenfeller é acusado de racismo contra Asamoah». Trivela. 19 de agosto de 2007. Consultado em 19 de agosto de 2007 
  12. «Grosskreutz, do Dortmund, é acusado de racismo contra Asamoah». Trivela. 21 de março de 2012. Consultado em 21 de março de 2012 
  13. Longman, Jere (4 de junho de 2006). «Surge in Racist Mood Raises Concerns on Eve of World Cup». The New York Times. Consultado em 25 de junho de 2014 
  14. «Saudação nazista em jogo causa polêmica na Alemanha». Trivela. 29 de março de 2006. Consultado em 19 de dezembro de 2021 
  15. «German player banned for racism». BBC Sport. 28 de outubro de 2008. Consultado em 28 de outubro de 2008 
  16. «"Fora nazista": torcida reage e homem é preso por racismo durante jogo». DW. 17 de fevereiro de 2020. Consultado em 25 de setembro de 2021 
  17. Leandro Stein (17 de fevereiro de 2020). «Exemplo na Alemanha: Sob gritos de "fora nazis", racista é expulso do estádio e preso pela polícia». Trivela. Consultado em 25 de setembro de 2021 
  18. «Bellingham, do Dortmund, é alvo de ofensas racistas no Instagram após empate com o Colônia». Terra. 21 de março de 2021. Consultado em 25 de setembro de 2021 
  19. «Hertha Berlin sack Jens Lehmann after racist WhatsApp message». Sky Sports. 5 de maio de 2021. Consultado em 29 de maio de 2021 
  20. «Ex-goleiro da Alemanha, Lehmann é demitido do Hertha após mensagem racista no WhatsApp». GloboEsporte.com. 5 de maio de 2021 
  21. AS, Diario (11 de maio de 2018). «Bulgaria investigates case of 'Nazi' boys at Levski-Slavia cup final». AS.com (em inglês). Consultado em 3 de fevereiro de 2021 
  22. «England: Gareth Southgate says team will plan how to respond to racism». BBC Sport. 12 de setembro de 2019 – via www.bbc.co.uk 
  23. «Inglaterra responde a gestos nazistas e cantos racistas no campo e goleia Bulgária». GloboEsporte.com. 14 de outubro de 2019. Consultado em 14 de outubro de 2019 
  24. «Após racismo em jogo contra Inglaterra, presidente da federação da Bulgária se demite». GloboEsporte.com. 15 de outubro de 2019. Consultado em 15 de outubro de 2019 
  25. «Meia do Rangers acusa zagueiro rival de racismo na Liga Europa: "Você é uma p... de um macaco"». GloboEsporte.com. 19 de março de 2021 
  26. «Fifa pune Hungria com multa e dois jogos sem público após episódios de racismo contra a Inglaterra». ge.com. 21 de setembro de 2021. Consultado em 21 de setembro de 2021 
  27. «Cori razzisti, da Leo Junior a Balotelli ecco quando la curva odia il nero | Torino la Repubblica.it». torino.repubblica.it 
  28. «RAZZISMO ALLO STADIO JUNIOR PROTESTA - la Repubblica.it». Archivio - la Repubblica.it (em italiano) 
  29. Ghezzi, Riccardo (12 de agosto de 2017). «La storia di Rosenthal, il calciatore israeliano ripudiato dall'antisemitismo degli ultras dell'Udinese». L'Informale (em italiano) 
  30. «CALCIO NEWS - la Repubblica.it». Archivio - la Repubblica.it (em italiano) 
  31. Morando, Paolo (14 de janeiro de 2016). '80: L'inizio della barbarie (em italiano). [S.l.]: Gius.Laterza & Figli Spa. 127 páginas. ISBN 978-88-581-2408-6 
  32. «Kean é vítima de racismo e Bonucci diz que colega tem '50% de culpa'». GloboEsporte.com. 3 de abril de 2019. Consultado em 3 de abril de 2019 
  33. «Torcida da Lazio entoa cantos racistas contra jogadores do Milan». UOL Esporte. 13 de setembro de 2021. Consultado em 15 de março de 2023 
  34. «Tiemoue Bakayoko and Franck Kessie: Lazio fans investigated for alleged racism towards AC Milan players». Sky Sports 
  35. «Pioli: Cagliari fans racially abused Milan players». ESPN.com. 21 de março de 2022 
  36. Blow, Tom (20 de março de 2022). «Ex-Chelsea star Fikayo Tomori reports racist abuse in AC Milan vs Cagliari». Mirror 
  37. Bort/SD, J. M. (4 de abril de 2021). «"Negro cabrón, recoge el algodón" y otros precedentes racistas en el fútbol español». Levante-EMV (em espanhol) 
  38. «Cinco años sin Willy». AS.com (em espanhol). 27 de janeiro de 2020 
  39. «The Tragic Story of Wilfred Agbonavbare». Breaking The Lines 
  40. «Liga Santander: LaLiga denuncia los insultos a Luis Enrique en Leganés». Marca.com (em espanhol). 21 de setembro de 2016 
  41. «Amunike: «¿Soy el padre de Luis Enrique? No, pues no tengo tiempo para chorradas»». abc (em espanhol). 19 de novembro de 2020 
  42. «El origen del cántico entre Luis Enrique y Amunike». Memedeportes (em espanhol) 
  43. «Liga Santander: LaLiga denuncia los insultos a Luis Enrique en Leganés». Marca.com (em espanhol). 21 de setembro de 2016 
  44. Phil Minshull (17 de novembro de 2004). «Felix who?». BBC. Consultado em 17 de fevereiro de 2008 
  45. «Torcida do Atlético de Madri atira banana em adversário negro». NSC Total. 17 de abril de 2005. Consultado em 11 de outubro de 2021 
  46. Lowe, Sid (28 de janeiro de 2020). «Espanyol bans 12 supporters». The Guardian. Consultado em 4 de fevereiro de 2021 
  47. «Valencia leave pitch in racism protest» – via www.bbc.co.uk 
  48. «Francês Diakhaby deixa jogo do Valencia após acusar espanhol Juan Cala, do Cádiz, de racismo». GloboEsporte.com. 4 de abril de 2021 
  49. Pires, Breiller (17 de fevereiro de 2020). «Conivência com o racismo, uma regra não escrita do futebol». EL PAÍS 
  50. «Life ban for racist football fan». BBC. 13 de abril de 2007. Consultado em 17 de fevereiro de 2008 
  51. «Chelsea angry at Grant barracking». BBC Sport. 30 de setembro de 2007. Consultado em 17 de fevereiro de 2008 
  52. «Major racist incidents in European soccer». Fox Sports. 6 de fevereiro de 2008. Consultado em 11 de março de 2009 [ligação inativa] [ligação inativa]
  53. Hardy, Martin (28 de agosto de 2007). «I just wanted to silence the drunkards, says Mido». www.dailymail.co.uk. Consultado em 7 de novembro de 2012 
  54. «Wolves complain to Walsall and FA about racial abuse». BBC Sport. 10 de março de 2014. Consultado em 27 de março de 2014 
  55. Ornstein, David (21 de agosto de 2014). «Malky Mackay: Crystal Palace will not appoint ex-Cardiff manager». BBC Sport. BBC. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  56. Ornstein, David. «Malky Mackay text claims: Iain Moody leaves Crystal Palace». BBC Sport. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  57. «Técnico escocês é investigado por homofobia, racismo e sexismo». UOL Esporte. 21 de agosto de 2014 
  58. «Treinador perde cargo no futebol inglês por declarações racistas, xenofóbicas e machistas». R7. 27 de agosto de 2014 
  59. «Saka, Rashford e Sancho sofrem racismo após perderem pênaltis na final da Eurocopa». Band.com.br. 11 de julho de 2021. Consultado em 22 de outubro de 2021 
  60. «Homem é preso por insultos racistas nas redes sociais a jogadores ingleses após final da Euro». ge.com. 14 de julho de 2021. Consultado em 22 de outubro de 2021 
  61. «Yems leaves Crawley in wake of racism claims» – via www.bbc.co.uk 
  62. «The former Ajax keeper who struck back at racist abusers». BBC Sport 
  63. «Fritz Korbach moet vooral uit de media blijven». www.vi.nl (em neerlandês) 
  64. «Fernandez hit for six». Soccerway. 8 de novembro de 2011. Consultado em 13 de novembro de 2014 
  65. «Fernandez claims van Eijden abuse». Soccerway. 9 de novembro de 2011. Consultado em 13 de novembro de 2014 
  66. «Dinamarquês é suspenso por ofensas racistas». NSC Total. 1 de dezembro de 2006. Consultado em 1 de dezembro de 2006 
  67. «Ahmad Mendes Moreira: Den Bosch apologise for 'crow sounds' statement». BBC Sport. 18 de novembro de 2019 – via www.bbc.co.uk 
  68. «Bikey embraces English culture». BBC. 18 de abril de 2007. Consultado em 17 de fevereiro de 2008 
  69. «Racism in football». Luciano Monteiro. 18 de abril de 2007. Consultado em 16 de março de 2009 
  70. «Gyan acusa capitão do Spartak Moscou de racismo». Trivela. 10 de novembro de 2006. Consultado em 10 de novembro de 2006 
  71. «Zico denuncia racismo contra atleta do CSKA em semi da Copa da Rússia». UOL Esporte. 14 de maio de 2009. Consultado em 14 de maio de 2009 
  72. Rafael Saakov (27 de setembro de 2014). «Samba banned for his reaction to racist abuse in Moscow». BBC Sport. Consultado em 28 de setembro de 2014 
  73. «Atacante russo é multado em R$ 15,3 mil por ofensa racista a brasileiro Ari». GloboEsporte.com. 26 de março de 2019. Consultado em 26 de março de 2019 
  74. «Russian striker Pavel Pogrebnyak's comment on black players 'smells of racism'». BBC Sport. 19 de março de 2019 
  75. Av Lars Johansson 26 FEBRUARI 18.00 (15 de março de 2010). «Malmö — Skånskan.se». Skanskan.se. Consultado em 19 de março de 2010 
  76. «Após cometer falta que originou gol alemão, sueco recebe ofensas racistas». GloboEsporte.com. 23 de junho de 2018. Consultado em 23 de junho de 2018 
  77. «Após acusação de insultos racistas, jogador turco leva "golpe baixo" de rival». UOL Esporte. 7 de maio de 2012. Consultado em 7 de maio de 2012 
  78. «Wellington Paulo é punido por racismo em Minas». ImiranteEsporte.com. 23 de março de 2005. Consultado em 11 de outubro de 2021 
  79. «Paulo Carneiro deixa a presidência do Vitória». GloboEsporte.com. 12 de setembro de 2005. Consultado em 13 de outubro de 2021 
  80. «Juventude perde mando de campo por caso de racismo». UOL Esporte. 4 de novembro de 2005. Consultado em 11 de outubro de 2021 
  81. «Antônio Carlos pega 120 dias por agressão; acusação de racismo é desqualificada». UOL Esporte. 16 de março de 2006. Consultado em 11 de outubro de 2021 
  82. «Dez anos depois do caso de racismo, Jeovânio perdoa Antônio Carlos: "Desejo tudo de bom para ele"». Zero Hora. 18 de dezembro de 2016. Consultado em 11 de outubro de 2021 
  83. «Aranha é chamado de 'macaco' por torcida do Grêmio». ESPN.com.br. 28 de agosto de 2014 
  84. «STJD exclui Grêmio da Copa do Brasil por ofensas racistas a Aranha». Zero Hora. 3 de setembro de 2014. Consultado em 11 de outubro de 2021 
  85. «Colombiano Bonilla, do Boca Juniors, afirma ter sofrido racismo». UOL Esporte. 15 de abril de 2010. Consultado em 15 de maio de 2022 
  86. «Indonesian fans hurl racist abuse at Azkals». ABS-CBNnews.com 
  87. «No Japão, torcedores responsáveis por xenofobia são banidos; clube jogará com portões fechados». ESPN.com.br. 13 de março de 2014. Consultado em 13 de março de 2014 
  88. «Demba Ba parte para cima de adversário após suposta ofensa racista na China». ge.com. 4 de agosto de 2018. Consultado em 27 de outubro de 2021 
  89. «Antonio German: Former QPR striker says racism forced him out of Malaysian club». BBC Sport. 17 de setembro de 2019