Turbina eólica de emergência

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Turbina eólica de emergência ou turbina de ar de impacto (do inglês ram air turbine - RAT) é um gerador eólico de energia movido por uma hélice, instalado em aeronaves para servir como fonte de energia adicional em situações de emergência. Pode gerar tanto energia hidráulica (com o acionamento de uma bomba hidráulica) como energia elétrica (com o acionamento de um gerador elétrico). O equipamento gera energia a partir do movimento rotativo das pás da hélice, causado pela pressão de impacto [en] do ar devido à velocidade da aeronave.

Turbina eólica de emergência vista em detalhe na parte inferior traseira de um Airbus A350

Uma das primeiras aeronaves comerciais a utilizar a turbina eólica de emergência foi o jato britânico Vickers VC-10, produzido na década de 60. Comandada por uma alavanca na cabine, acionava um alternador que gerava energia elétrica para a instrumentação, controles de voo, sistemas de comunicação e navegação, entre outros. A mudança do barramento principal para o de emergência era realizada automaticamente, assim como a desconexão dos serviços não essenciais.[1] Na atualidade, a maior turbina eólica de emergência já construída é a do Airbus A380, fabricada pela Hamilton Sundstrand, com uma hélice com diâmetro de 64 polegadas (1,63 metros). Fica alojada na carenagem da asa e aciona um gerador elétrico de 70 kVA. A energia hidráulica de emergência é fornecida por outros sistemas, sendo suficiente para manter o controle da aeronave e acionamento do trem de pouso.[2]

Operação[editar | editar código-fonte]

Turbina eólica de emergência para geração de energia elétrica, utilizada no Embraer C-390 Millennium

As aeronaves modernas produzem energia a partir dos motores principais ou de uma unidade de energia auxiliar (APU), normalmente montada na cauda. Ambos os sistemas geram energia queimando combustível. A turbina eólica de emergência gera energia apenas devido à velocidade do avião, mantendo operacionais os sistemas necessários para o controle de voo, instrumentação e comunicação. Em condições normais, o equipamento fica contido dentro da fuselagem ou da carenagem da asa. Quando é necessário utilizá-lo, projeta-se para fora de seu compartimento, recebendo assim o ar de impacto para seu acionamento.

As hélices das turbinas eólicas de emergência têm um sistema de controle de rotação para evitar que girem a velocidades excessivas, com o risco de danificarem o equipamento. Nem todos os aviões utilizam essa turbina de emergência. O Boeing 737 usa cabos metálicos para controle de voo em caso de emergência, acionados por ação mecânica da tripulação, através de alavancas, em caso de falha do sistema hidráulico. Já a alimentação elétrica de emergência é fornecida por baterias, com capacidade de suprir energia durante uma hora para os sistemas essenciais de navegação e comunicação.[3]

Incidentes na aviação civil, com utilização do RAT[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. - 0741.html «Vickers VC-10» Verifique valor (ajuda). Flight Global. 10 de maio de 1962. Arquivado do - 0741.html original Verifique valor |url= (ajuda) em 31 de outubro de 2018 
  2. «Major systems content: Hamilton Sundstrand and the Airbus A380». Hamilton Sundstrand. Arquivado do original em 6 de julho de 2009 
  3. Alexandre Saconi (16 de junho de 2021). «Piloto controla avião com energia de 'catavento' quando motor não funciona». Portal UOL. Cópia arquivada em 19 de junho de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]