Raxique de Nacim

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Raxique de Nacim
Morte 966
Alepo
Nacionalidade Califado Abássida
Ocupação General e governador

Raxique de Nacim (Rashiq al-Nasimi) foi um oficial árabe do século X que atuou como governador de Tarso pelo emir hamadânida Ceife Adaulá (r. 945–967) de 962 até a rendição da cidade para o imperador bizantino Nicéforo II Focas (r. 963–969) em 965. Ele então assumiu o governo de Antioquia e lançou um ataque mal-sucedido contra a capital hamadânida, Alepo, no começo de 966. Ele tomou a cidade baixa e sitiou a cidadela por três meses, mas foi morto e seus homens retornaram para Alepo.

História[editar | editar código-fonte]

Zona fronteiriça árabe-bizantina

Raxique é mencionado pela primeira vez no final de 961, como comandante de um exército tarsense enviado para confrontar a invasão dos bizantinos sob o comandante Nicéforo Focas, que estavam sitiando Anazarbo. Raxique tentou quebrar o cerco, mas foi derrotado com pesadas baixas: segundo Iáia de Antioquia, 5 000 tarsenses caíram e 4 000 foram levados prisioneiros, enquanto Raxique conseguiu escapar. Como resultado, Anazarbo rendeu-se em dezembro de 961 / janeiro de 962.[1] Então o governador de Tarso, ibne Azaiate, que tentou libertar-se do controle hamadânida, confrontou os bizantinos, mas também foi derrotado. Os tarsenses viraram-se mais uma vez para Ceife Adaulá por proteção contra os bizantinos, e ibne Azaiate cometeu suicídio, levando Ceife Adaulá a nomear Raxique como seu sucessor.[2]

Em 963, Raxique liderou um raide de verão (ṣā’ifa) em território bizantino, e capturou o comandante bizantino de Heracleia Cibistra (possivelmente identificado com Eustácio Maleíno).[1] Tais feitos, contudo, não foram capazes de mudar a maré do conflito. Após o saque de Alepo, a residência de Ceife Adaulá, em dezembro de 962, os bizantino sob Nicéforo Focas, que tornou-se imperador em 963, firmemente mantiveram a dianteira, enquanto o governante hamadânida, cujo prestígio estava extremamente abalado pelo saque de sua capital, estava debilitado por revoltas internas.[3] Já tento diminuído o efetivo militar de Tarso em suas vitórias anteriores e removido a ameaça hamadânida, Nicéforo concentrou-se na conquista da Cilícia: Adana caiu em 963, enquanto Mopsuéstia foi atacada em 964 e os bizantinos invadiram profundamente através da região.[4] Chipre foi tomado pela frota bizantina no começo de 965, enquanto no verão, Nicéforo moveu seu exército mais uma vez contra Mopsuéstia, que capitulou em 13 de julho. Tarso foi a próxima, e após um breve cerco, a cidade rendeu-se em 16 de agosto.[5]

Dinar de ouro de Ceife Adaulá (r. 945–967)
Histameno de Nicéforo II (r. 963–969) e Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025)

Raxique fugiu para Antioquia, onde conseguiu explorar o vaco de poder para tornar-se governador e lançar um ataque contra Alepo, embora as fontes divergem sobre o exato curso dos eventos. Segundo a hagiografia do patriarca Cristóvão de Antioquia, ele prometeu tributo e reféns para Nicéforo, enquanto adquiriu o apoio da população. Junto do coletor de impostos hamadânida Haçane ibne Alauazi, ele então depôs o governador nomeado por Ceife Adaulá, Abu Tamal Fate Aliamqui. Ibne Xadade, por outro lado, relatou que foi ibne Alauazi que incitou Raxique a revoltar-se, e que o último jogou um jogo duplo, prometendo tributo a Ceife Adaulá e Nicéforo Focas.[1]

Ceife Adaulá aceitou sua oferta de uma soma anual de 600 000 dirrãs, mas, citando a eminência da ameaça bizantina, Raxique depôs o governador Abu Tamal, tomou controle da cidade (outubro de 965) e ofereceu o dinheiro prometido a Ceife Adaulá para o imperador bizantino. Todas as fontes concordam que o golpe de Raxique foi seguido por um acordo entre os antioquianos e Nicéforo, que obrigou o primeiro a pagar um tributo anual. Raxique. Raxique então (em 31 de janeiro de 966, segundo ibne Xadade) lançou um ataque contra Alepo. Suas tropas e os lealistas hamadânidas sob Carcuia travaram muitas batalhas, mas Raxique conseguiu capturar a cidade baixa e sitiar a cidadela por três meses e 10 dias, até ser morto em uma escaramuça e seus homens fugirem para Antioquia.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Ibne Azaiate
Governador de Tarso
962–965
Sucedido por
Conquista bizantina

Referências

  1. a b c d Lilie 2013, Rašīq an-Nasīmī (#26804).
  2. Lilie 2013, Ibn az-Zayyāt (#22686).
  3. Garrood 2008, p. 133–134.
  4. Garrood 2008, p. 135–137.
  5. Garrood 2008, p. 137–138.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Garrood, William (2008). «The Byzantine Conquest of Cilicia and the Hamdanids of Aleppo, 959–965». Anatolian Studies (Instituto Britânico de Ancara). 58: 127–140. ISSN 0066-1546 
  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt