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Realismo sujo

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Realismo sujo (Dirty realism, no original) é um movimento literário norte-americano nascido em 1970, em que a narrativa é despojada de suas características fundamentais,[1] caracterizada por uma linguagem econômica, direta e seca, e por uma abordagem crua e desromantizada da vida cotidiana. Essa vertente está inserida dentro de uma tradição minimalista norte-americana, muitas vezes associada ao pós-modernismo literário.

Este movimento é um derivado do minimalismo. No minimalismo, o realismo sujo é caracterizado por uma economia de palavras e um foco na descrição superficial. Autores que trabalham dentro do gênero tendem a afastar-se de advérbios e preferem permitir que o contexto dite os significados. Os personagens de histórias minimalistas e romances tendem a ser corriqueiros.[2]

O termo "dirty realism" foi cunhado pelo crítico Bill Buford[3], então editor da revista britânica Granta, para descrever um grupo de autores norte-americanos que estavam sendo publicados e celebrados nos anos 1980 por sua prosa contida e foco nos aspectos ordinários da vida.

Embora tenha nascido como um rótulo editorial, o realismo sujo é hoje reconhecido como uma estética particular dentro da ficção contemporânea norte-americana. Sua influência pode ser observada em autores mais recentes como Denis Johnson e Mary Gaitskill.

Autores notáveis

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Autores ligados ao realismo sujo frequentemente exploram temas como a solidão, o alcoolismo, a pobreza, os relacionamentos fracassados, a banalidade da vida suburbana e a alienação social. A prosa é marcada por frases curtas, vocabulário simples e ausência de sentimentalismo.

Entre os principais representantes do realismo sujo estão:

  • Raymond Carver: Frequentemente considerado o expoente máximo do gênero. Sua coletânea "What We Talk About When We Talk About Love" (1981) é emblemática do estilo. Carver foi também editor e colaborador da revista "Esquire", um dos espaços de divulgação do movimento.
  • Charles Bukowski: Embora mais próximo do chamado "realismo visceral" ou "literatura bruta", Bukowski é frequentemente associado ao realismo sujo por seu retrato descarnado da marginalidade urbana e da vida boêmia. Obras como "Factotum" e "Mulheres" exemplificam bem esse universo.
  • Richard Ford: Com a coletânea de contos "Rock Springs" (1987), Ford também se insere na vertente, abordando vidas ordinárias e perdidas em pequenas cidades norte-americanas.
  • Tobias Wolff e Jayne Anne Phillips: Outros autores por vezes vinculados ao grupo, embora com variações formais.

Referências

  1. Online dictionary service in English, Spanish, German and other languages. (20 de junho de 2008). «"Definition: Dirt Realism".». Consultado em 30 de dezembro de 2008 
  2. Wolf, Tobias (20 de julho de 2008). «"Our Story Begins excels in dirty realism». 30 Dec. 2008  Texto " Metro.co.uk."" ignorado (ajuda)
  3. Rossi, Daniel (2017). «Dirty realism e formas narrativas breve: o "renascimento" do conto na literatura americana» (PDF). Revista de Estudos Literários da UEMS (REVELL). Literatura e Oralidade. 2 (16): 220. ISSN 2179-4456. Consultado em 10 de junho de 2025 
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