Regeneration (1915)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Regeneration
Regeneration (1915)
Cartaz promocional do filme.
No Brasil Regeneração
 Estados Unidos
1915 •  p&b •  72 min 
Gênero drama biográfico criminal
Direção Raoul Walsh
Produção William Fox
Roteiro Carl Harbaugh (adaptação)
Raoul Walsh (adaptação)
Baseado em
  • My Mamie Rose
    livro de 1903
    de Owen Frawley Kildare
  • The Regeneration
    peça teatral de 1908
    de Walter C. Hackett
    e Owen Frawley Kildare
Elenco Rockcliffe Fellowes
Anna Q. Nilsson
James A. Marcus
Carl Harbaugh
Cinematografia Georges Benoit
Distribuição Fox Film Corporation
Lançamento
  • 13 de setembro de 1915 (1915-09-13) (Estados Unidos)[1]
Idioma mudo (intertítulos em inglês)
Regeneration

Regeneration, também conhecido como The Regeneration (bra: Regeneração)[2] é um filme mudo estadunidense de 1915, do gênero drama biográfico criminal, dirigido por Raoul Walsh, e estrelado por Rockcliffe Fellowes e Anna Q. Nilsson. O roteiro de Carl Harbaugh e do próprio Walsh foi baseado no livro de memórias "My Mamie Rose" (1903), de Owen Frawley Kildare; e na peça teatral homônima de 1908, de Kildare e Walter C. Hackett.[1]

A produção foi o primeiro longa-metragem dirigido por Walsh.[3] Era considerado perdido, até que uma cópia foi localizada no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.[4]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Citado como um dos primeiros longas-metragens sobre gângsteres,[5] "Regeneration" conta a história de um pobre órfão que se reergue para controlar a máfia até conhecer uma mulher por quem vale a pena mudar.

O filme é uma "adaptação sincera" da autobiografia de Owen Frawley Kildare.[6] A história segue a vida de Owen Conway (Rockcliffe Fellowes), um jovem irlandês que é forçado a uma vida de pobreza depois que sua mãe morre. Como resultado, Owen é forçado a viver na rua, eventualmente entrando na vida do crime. No entanto, Owen acaba sendo reformado pela benevolente assistente social Marie Deering (Anna Q. Nilsson). As escolhas de Deering deixam seu namorado Ames (Carl Harbaugh), um promotor público que declarou guerra às gangues, perplexo.[7]

Elenco[editar | editar código-fonte]

  • Rockcliffe Fellowes como Owen Conway
  • Anna Q. Nilsson como Marie "Mamie Rose" Deering
  • James A. Marcus como Jim Conway
  • Maggie Weston como Maggie Conway
  • Willam Sheer como Skinny
  • John McCann como Owen Conway (aos 10 anos)
  • Harry McCoy como Owen Conway (aos 17 anos)

Produção[editar | editar código-fonte]

Situado na cidade de Nova Iorque, "Regeneration" foi filmado em locações na Zona Leste de Nova Iorque, e utilizou prostitutas, gângsteres e moradores de rua reais como figurantes.[8] O primeiro produzido pela Fox Film Corporation, precursora da 20th Century Fox.[9]

Em 1915, o diretor Raoul Walsh, de 28 anos, estava em Nova Iorque com um contrato de três filmes com a Fox Film Corporation por US$ 400 por semana – ele recebeu "Regeneration" para dirigir e torná-lo o primeiro longa-metragem sobre gângsteres nos Estados Unidos. Baseado no livro "My Mamie Rose", a declaração de Raoul de que ele escreveu o roteiro sozinho foi contrariada por outros comentários dele mesmo, de que havia escrito juntamente com Carl Harbaugh. Raoul já havia interpretado John Wilkes Booth em "O Nascimento de uma Nação", e este foi seu primeiro projeto de direção[10] em um longa. Walsh participou da produção de outros 140 longas-metragens.[11]

Quando filmou a cena com atores pulando de um barco no rio, bombeiros e policiais apareceram para acalmar a "multidão", e Walsh foi levado para a delegacia local, achando graça da situação. O estúdio "aproveitou" a publicidade gratuita.[12] O diretor de fotografia francês, Georges Benoit, estreou em projetos da Fox com esse filme.[12]

Lançamento[editar | editar código-fonte]

"Regeneration" foi originalmente lançado em 13 de setembro de 1915, com aclamação da crítica e sucesso de bilheteria.[8][12] Foi relançado no cinema em 12 de janeiro de 1919.[9]

O lançamento estava "repleto de elementos dramáticos que agradaram o grande público do cinema – violência e redenção, sentimento pesado, romance e tragédia".[12] Ele abriu para o sucesso de crítica e bilheteria.[12] William Fox ficou tão satisfeito que comprou a Walsh um automóvel Simplex, e lhe deu um salário de US$ 800 por semana, uma pequena fortuna em 1915.[12] Walsh cimentou sua reputação como diretor de filmes de ação,[13] embora os críticos observassem que ele "teve um presente para revelar vulnerabilidade emocional até em seus heróis mais difíceis e mais durões".[7]

Mídia doméstica[editar | editar código-fonte]

Em 2001, "Regeneration" foi lançada para a Região 1 em DVD pela Image Entertainment, junto com o filme "Young Romance", também de 1915. O mesmo conjunto de dois filmes foi lançado em DVD, fabricado sob demanda pela Image Entertainment em 2012.[14] O filme está atualmente em domínio público.[9]

Legado[editar | editar código-fonte]

"Regeneration" foi anteriormente considerado perdido, mas foi redescoberto na década de 1970. Uma cópia do filme é preservada e mantida pelo Departamento de Cinema do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, e pela Film Preservation Associates.[9] TimeOut escreveu que "intrigantemente, seu enredo agitado é revelado como contradizendo categoricamente o relato sinótico aceito e fornecido por Walsh em sua autobiografia. Lá, os destinos finais de Nilsson e Fellowes são revertidos, e um final é transposto inteiramente de outro filme".[4] The Guardian diz que "é um marco na história dos filmes sobre gângsteres e, com seus temas religiosos, câmera móvel e evocação potente de seus locais sombrios, é o ancestral espiritual de Mean Streets, de Martin Scorsese".[10]

A TimeOut diz que é notável por sua "abordagem notável ao elenco físico, um tratamento robusto de ação violenta, e um ritmo narrativo puro para envergonhar a ponderação contemporânea".[4]

Em 2000, "Regeneration" foi selecionado para preservação no National Film Registry, seleção filmográfica da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, como sendo "culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo".[15]

Referências

  1. a b «The First 100 Years 1893–1993: Regeneration (1915)». American Film Institute Catalog. Consultado em 5 de julho de 2023 
  2. «Regeneração (1915)». Brasil: CinePlayers. Consultado em 21 de junho de 2022 
  3. Solomon, Aubrey (2011). The Fox Film Corporation, 1915-1935: A History and Filmography. [S.l.]: McFarland. p. 229. ISBN 978-0-786-48610-6 
  4. a b c PT (20 de novembro de 2015). «Regeneration». Timeout.com (em inglês). Consultado em 16 de novembro de 2021 
  5. Hahn Rafter, Nicole (2006). Shots in the Mirror: Crime Films and Society. [S.l.]: Oxford University Press. p. 23. ISBN 0-195-17506-9 
  6. «Regeneration. 1915. Dirigido por Raoul Walsh | MoMA». Moma.org. Consultado em 16 de novembro de 2021 
  7. a b «A Master of Action and Reaction». Los Angeles Times. 28 de setembro de 2000. Consultado em 16 de novembro de 2021 
  8. a b Finler, Joel Waldo (1986). Movie Directors Story. [S.l.]: Random House Value Publishing. p. 80. ISBN 0-517-48079-4 
  9. a b c d «Regeneration (1915)». silentera.com 
  10. a b «Why cinema came of age 100 years ago». The Guardian. 24 de agosto de 2015. Consultado em 16 de novembro de 2021 
  11. Tracy, Tony. "The Pauper and the Prince: Transformative Masculinity in Raoul Walsh's Regeneration." Film History: An International Journal, vol. 23 no. 4, 2011, p. 414-427. Project MUSE muse.jhu.edu/article/464612.
  12. a b c d e f Moss, Marilyn Ann (2013). Raoul Walsh: The True Adventures of Hollywood's Legendary Director. [S.l.]: The University Press of Kentucky. p. 50. ISBN 978-0-813-14444-3 
  13. «Gangsters and pranksters in eclectic Walsh retrospective». Villagevoice.com. 28 de junho de 2005. Consultado em 16 de novembro de 2021 
  14. «Regeneration (1915): DVD Release Info». silentera.com 
  15. «Complete National Film Registry Listing». Library of Congress. Consultado em 5 de julho de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]