Reino de Dali

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
大理國
Reino de Dali

Reino


937–1095
1096–1381

 

Localização de Dali
Localização de Dali
O Reino de Dali em meados do século XII
Continente Ásia
Região Sudeste da China
País China
Capital Dali
Língua oficial chinês
Religião Budismo
Governo Monarquia
História
 • 937 Fundação
 • 1094 Golpe de Gao Shengtai
 • 1096 Reestabelecimento
 • 1253 Incorporação à Corte Yuan
 • 1381 Tomada pela Corte Ming

O Reino de Dali (chinês simplificado:大理国; chinês tradicional:大理國; pinyin: Dàlǐ Guó; Bai: Dablit Guaif), foi um reino situado na atual província de Iunã, China, de 937 até 1253, quando foi conquistado pelo Império Mongol. Seus reis continuaram a administrar a área como vassalos mongóis até a conquista Ming. Hoje a antiga capital do Reino Dali ainda é chamada de Dali. [1]

Origens[editar | editar código-fonte]

O Reino de Dali foi precedido pela Dinastia Nanchao, deposta em 902. Três dinastias seguiram-se em rápida sucessão, até que Duan Siping tomou o poder em 937 e estabeleceu o Reino de Dali, estabelecendo-se na cidade de Dali. [2] O clã Duan afirmava ter ascendência Han, [3] essa afirmação é corroborada pelos registros da dinastia Yuan que afirmam que o Clã Duan é proveniente de Wuwei em Gansu. [4] [5]

Relações com a dinastia Song[editar | editar código-fonte]

A relação de Dali com a dinastia Song foi cordial durante toda a sua existência. Dali felicitou os Song pela conquista sobre os Shu em 965 e estabeleceu relações de tributo voluntariamente em 982. No entanto, era essencialmente um Estado independente. Às vezes, os Song até recusava ofertas de tributo. [1] O fundador da dinastia Taizu declarou todas as terras ao sul do rio Dadu como território Dali e não desejava nenhuma reivindicação para evitar os desastres que a dinastia Tang sofreu ao atacar Nanchao. [6] A importância primordial de Dali para a dinastia Song eram seus cavalos, que eram altamente valorizados. [7]

Reino de Dazhong (1094-1096)[editar | editar código-fonte]

Em 1094, o ex-primeiro-ministro Gao Shengtai forçou o rei Duan Zhengming a renunciar ao trono. Após a renuncia Shengati assumiu o trono e rebatizou o reino para "Reino de Dazhong". Shengtai governou por pouco tempo até sua morte em 1096, após sua morte que o trono foi devolvido ao Clã Duan. O irmão mais novo de Zhengming, Duan Zhengchun, assumiu o trono e restaurou o antigo nome do reino. [8]

Sob o controle Mongol[editar | editar código-fonte]

Em 1252, Mangu Cã encarregou seu irmão Cublai de invadir Dali. Em 1253, o exército de Cublai cruzou o rio Jinsha e recebeu a rendição de Duan Xingzhi, que apresentou a Manguem 1256 mapas de Iunã. Duan Xingzhi foi nomeado mo-he-luo-zuo (摩诃罗嵯, marajá) por Cublai, [9] e a família real Duan continuou a manter o título como vassalos dos mongóis sob a supervisão dos príncipes imperiais e governadores muçulmanos da Mongólia. A família Duan reinou em Dali enquanto seus governadores serviram em Kunming.

o Clã Duan governou Iunã por onze gerações até o fim do domínio mongol. Eles contribuíram voluntariamente com soldados para a campanha da dinastia Yuan mongol contra a dinastia Song, ajudando em 1271 os Yuan a reprimirem rebeliões em Iunã. [9]

Em 1274, Ajall Shams al-Din Omar foi designado por Cublai para estabilizar Iunã. Ele instituiu um sistema que veio a ser conhecido como tusi, que atribuía patentes e postos aos chefes nativos. Sob esta instituição de "governo baseado nos costumes nativos" os moradores mantiveram grande parte de sua autonomia, com exceção de três obrigações: 1) forneceriam tropas ao governo Yuan; 2) os chefes locais prestariam homenagem à corte de Yuan; 3) eles seguiriam as regras de nomeação, sucessão, promoção, degradação, recompensa e punição de chefes nativos criados pela corte de Yuan. [9]

O rei de Dali Duan Gong foi casado com a princesa mongol Agai Borjigin, filha do Príncipe de Liang, Basalawarmi. Duan Bao foi filho e Duan Sengnu filha dessa união. Os mongóis temendo o poder de Duan Gong e o mataram. Duan Sengnu criou Duan Bao para se vingar de Basalawarmi pela morte de seu pai. [10]

A conquista Ming[editar | editar código-fonte]

Entre 1369 e 1375 Imperador Ming Hongwu enviou enviou várias embaixadas pedindo para que Basalawarmi governador de Iunã se rendesse. Alguns dos enviados foram mortos e este foi o pretexto para uma invasão foi lançada contra Iunã. Trezentos mil tropas chinesas Han e muçulmanos Hui sob o comando do general Fu Youde foram enviados para destruir o que ainda restava da dinastia Yuan em Iunã em 1381. Também lutaram pelo lado Ming os generais muçulmanos Mu Ying e Lan Yu, que lideravam as tropas islâmicas leais aos Ming contra as tropas islâmicas leais a Yuan.[11]

Após a conquista da região pelos Ming, [12] os membros do clã Duan foram espalhados por várias áreas distantes da China pelo imperador Hongwu. A resistência organizada contra a dinastia Ming deixaria de existir após serem tomadas todas as cidades importantes de Iunã e já só iriam haver focos específicos de rebelião.[13]

Referências

  1. a b Theobald, Ulrich. «Dali». Chinaknowledge (em inglês). Consultado em 27 de novembro de 2020 
  2. Bing Yang. «Between Winds and Clouds:». The Making of Yunnan -- Chapter 3. Gutenberg-e. Consultado em 30 de novembro de 2020 
  3. Mote, Frederick W. (2003). Imperial China 900-1800 (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press 
  4. Bryson, Megan (2016). Goddess on the Frontier:. Religion, Ethnicity, and Gender in Southwest China (em inglês). [S.l.]: Stanford University Press, p. 41 
  5. Crespigny, Rafe de (2006). A Biographical Dictionary of Later Han to the Three Kingdoms (23-220 AD) (em inglês). [S.l.]: BRILL, p. 188 
  6. Heirman, Ann; Meinert, Carmen; Anderl, Christoph (2018). Buddhist Encounters and Identities Across East Asia (em inglês). [S.l.]: BRILL, p. 97 
  7. Sigley, Gary (2020). China's Route Heritage:. Mobility Narratives, Modernity and the Ancient Tea Horse Road (em inglês). [S.l.]: Routledge 
  8. Daniels, Christian; Ma, Jianxiong (2019). The Transformation of Yunnan in Ming China:. From the Dali Kingdom to Imperial Province (em inglês). [S.l.]: Routledge, p. 141 
  9. a b c Bing Yang. «Between Winds and Clouds:». Chapter 4. Gutenberg-e. Consultado em 30 de novembro de 2020 
  10. Lee, Lily Xiao Hong; Wiles, Sue (2015). Biographical Dictionary of Chinese Women,. Volume II: Tang Through Ming 618 - 1644 (em inglês). [S.l.]: Routledge, p.55 
  11. Sen, Tan Ta (2009). Cheng Ho and Islam in Southeast Asia (em inglês). [S.l.]: Institute of Southeast Asian Studies. ISBN 9789812308375 
  12. Twitchett, Denis Crispin; Fairbank, John King (1978). The Cambridge History of China. Volume 7, The Ming Dynasty, 1368-1644 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. p 144 
  13. Brown, Rajeswary Ampalavanar; Pierce, Justin (4 de dezembro de 2013). Charities in the Non-Western World: The Development and Regulation of Indigenous and Islamic Charities (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781317938521