Religiões afro-americanas
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Religiões afro-americanas ou religiões da diáspora africana são religiões relacionadas entre si que evoluíram nas Américas entre escravos africanos e seus descendentes em diversos países do Caribe e América Latina, bem como na parte do sul dos Estados Unidos. Provêm das religiões tradicionais africanas, especialmente da África Ocidental e da África Central, apresentando semelhanças com a religião iorubá e o Vodum da África Ocidental em particular.
Características[editar | editar código-fonte]
Essas religiões geralmente envolvem Culto aos egunguns (ancestrais) e/ou de um panteão de divindades, como os loás do vodu haitiano, ou os orixás da Santería. Similares espíritos divinos também são encontrados nas tradições da África Central e África Ocidental de onde eles derivam - o Orixá da cultura iorubá, o inquice dos tradições Bantu (Congo), e o Vodum do Daomé (Benim), Togo, sul de Gana, e Burquina Fasso. Além de misturar estas diferentes mas relacionadas tradições africanas, muitas religiões afro-americanas incorporam elementos do Cristianismo, indígenas americanos, Espiritismo e mesmo das tradições Islâmicas. Esta mistura de tradições religiosas é conhecida como sincretismo.
Tabela de correspondência[editar | editar código-fonte]
Lista de tradições[editar | editar código-fonte]
Religiões afro-americanas | |||||
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Religião | Desenvolvido em* | Raiz Ancestral | Também praticado em | Observações | |
Candomblé | Brasil | Candomblé Queto - iorubá - orixás Candomblé Jeje - fom - Voduns Candomblé Banto - Banto - Inquices |
Alemanha, Argentina, Colômbia, Espanha, Guianas, Itália, México, Panamá, Portugal, Uruguai, Estados Unidos, Canadá, Venezuela |
Nações Queto, Jeje, Bantu (Bantu refere-se às nações Congo e Angola) Nação Ijexá são poucas casas. O Candomblé de Caboclo é sincrético |
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Batuque | Brasil - Rio Grande do Sul | Sincretismo, espiritismo Iorubá - orixás |
Argentina, Uruguai, | Nações Jeje, Ijexá, Oió, Cabinda e mescladas. | |
Umbanda | Brasil | sincretismo, espiritismo e candomblé |
Alemanha, França, Japão, Argentina, Colômbia, Espanha, Guianas, Itália, México, Panamá, Portugal, Uruguai, Estados Unidos, Venezuela |
Adiciona elementos Indígenas (principais guiasː Preto Velho, Caboclo, Crianças, Exus e Pombagiras). Fundada no início do século XX. |
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Quimbanda | Brasil | sincretismo Congo Angola Feitiçaria xamanismo |
Uruguai, Inglaterra, Espanha, Estados Unidos |
Veneração de espíritos chamados Exu e Pombajira Não confundir com quimbanda (magia negra). |
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Santeria | Cuba | sincretismo orixás iorubás |
Estados Unidos, Porto Rico, República Dominicana, Venezuela, México |
catolicismo sincrético | |
Regla de Arará | República Dominicana | vudu do Daomé | |||
Regla de Palo | República Dominicana | Congo inquice | Cuba, Porto Rico |
Também chamado Palo Mayombe, Palo Monte, Regla de Congo. |
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Tambor de Mina | Brasil - Maranhão | Principalmente jeje, sobretudo no Kwerebentã de Zomadonu, mas também possui fortes e incontestáveis raízes nagô. Sincrético (Catolicismo e Pajelança) Embora as tradições jeje e nagô sejam melhor documentadas, na Mina também estão presentes elementos de outras procedências africanas como agrôno, nupé, cacheu, fulupa ou felupe, bijagó, balanta, nalu, manjaro, mandinga, fanti, ashanti, gangá, cambinda, congo e angola. |
Praticamente em toda a região amazônica. Guianas |
Na Mina, são cultuados, principalmente, voduns, alguns orixás (que se comportam como voduns) e grande número de entidades da Encantaria, os encantados - gentilheiros e caboclos - de comportamento diferente dos caboclos da umbanda; A maioria dos terreiros comumente realiza rituais predominantemente indígenas como cura, borá e canjerê. Apesar de complexa, a Mina consegue congregar grande número de elementos diferentes que coexistem de maneira autônoma. A existência de centros de culto abertos a influências do candomblé e da umbanda leva a que a Mina seja errônea e grosseiramente confundida com estes últimos. |
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Vodu, Vodum | Haiti, Brasil | vodum do Daomé | Cuba, República Dominicana, Estados Unidos | (O vodum, no Brasil, é chamado de Tambor de Mina e Candomblé Jeje) | |
Obeah | Jamaica | vudu do Daomé | Trinidad e Tobago | ||
Winti | Suriname | ||||
Kumina | Jamaica | Congo | |||
Trinidad Orisha | Trinidad e Tobago | Sincretismo orixás iorubás |
Jamaica, Estados Unidos | protestantismo, sincretismo. Desde o início do século XIX. | |
Hodu, Vodu da Luisiana | Estados Unidos | Congo, Daomé, Togo | Principalmente no sul dos Estados Unidos. Não é uma religião mas está enraizada em todas as religiões indígenas da África Central e África Ocidental. |
* "Desenvolvido em" Como indicado no gráfico, não referem-se às religiões de origem indígena no interior da África continental. Refere-se apenas ao seu desenvolvimento no Novo Mundo.
Outras religiões regionais intimamente relacionadas incluem:
- Xangô do Recife[3] ou Xangô do Nordeste no Brasil
- Tambor de Mina no Brasil
- Candomblé Queto na Bahia, no Brasil
Novos movimentos religiosos[editar | editar código-fonte]
Alguns novo movimento religioso sincréticos têm elementos destas religiões Africanas, Mas são predominantemente enraizadas em outras tradições espirituais. A primeira onda de tais movimentos originou-se na década de 1930:
- Santo Daime (Catolicismo e Espiritismo, Brasil)
- Nação do Islã (Islamismo, Estados Unidos)
- Rastafarianismo (Cristianismo e Judaísmo, Jamaica),
Uma segunda onda de novos movimentos origina-se nas décadas de 1960 a 1970, no contexto da emergência de Nova Era e Neopaganismo nos Estados Unidos:
- União do Vegetal (Brasil, entheogenic, desde 1961)
- Vale do Amanhecer (Brasil, Espiritismo, desde 1965)
- Ausar Auset Society (USA, Kemetism, Pan-Africanismo, desde 1973),
- Black Buddhist Community in America (USA, Budismo, desde os anos 1960)
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am AZEVEDO, Janaina. Orixás na umbanda. São Paulo: Universo dos Livros, 2010. link.
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am VERGER, Pierre. Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns na Bahia de Todos os Santos, no Brasil, e na antiga Costa dos Escravos, na África. Tradução por Carlos Eugênio Marcondes de Moura. São Paulo: Edusp, 1999. link.
- ↑ «Xangô do Recife». Consultado em 30 de março de 2008. Arquivado do original em 18 de junho de 2007