Palacete de São Bento

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Palacete de São Bento
Residência Oficial do Primeiro-Ministro
Palacete de São Bento
Tipo
Estilo dominante
Construção 1877
Proprietário inicial Joaquim Machado Cayres
Função inicial Residência particular
Proprietário atual Estado Português
Função atual Residência oficial do Primeiro-Ministro de Portugal
Património Nacional
SIPA 23170
Geografia
País Portugal
Cidade Lisboa
Coordenadas 38° 42' 46.4" N 9° 9' 19" O
Palacete de São Bento está localizado em: Lisboa
Palacete de São Bento
Geolocalização no mapa: Lisboa

O Palacete de São Bento é um edifício do último quartel do século XIX, que é, actualmente, a residência oficial do Primeiro-Ministro de Portugal. Situa-se em Lisboa, na freguesia da Estrela, nas traseiras do Palácio de São Bento, sede da Assembleia da República.

História[editar | editar código-fonte]

Construção[editar | editar código-fonte]

O edifício foi mandado construir em 1877 pelo bracarense Joaquim Machado Cayres (1827-1886) para sua residência particular, num lugar com cerca de 2 hectares que integrava o Convento de São Bento desde 1598.[1]

Aquisição pelo Estado[editar | editar código-fonte]

Em 1934, o palacete foi comprado pelas Escravas do Sagrado Coração de Jesus, religiosas espanholas que estavam então a estabelecer-se em Portugal, para ali fundarem o seu Colégio de Lisboa. Este abriu em dezembro de 1934, primeiro com alunas espanholas e, no ano seguinte, também com portuguesas. Três anos depois, a 4 de julho de 1937, deu-se o atentado à bomba contra António de Oliveira Salazar, que fez com que o ditador decidisse mudar a sua residência oficial para outro local. O palacete foi então expropriado pelo Estado, sendo o colégio das Escravas realojado provisoriamente em dois pavilhões do Hospital Júlio de Matos.[2]

Adaptação e renovação[editar | editar código-fonte]

Concluídas as obras de adaptação, Salazar instalou-se no palacete em maio de 1938, ainda que a inauguração só tenha tido lugar onze meses mais tarde, em abril de 1939. Aquando das obras, construiu-se uma escadaria monumental, da autoria do arquitecto Cristino da Silva, ligando o terreno do palacete aos jardins do Parlamento.[1]

Com Marcello Caetano a chefiar o governo, a residência sofreu uma grande renovação e transformação. Pouco mais do que as fachadas foram mantidas. Estas obras incluíram ainda a edificação de um novo andar no lugar do antigo sótão.[1]

Modificações após 1974[editar | editar código-fonte]

Depois da Revolução dos Cravos, a moradia e o jardim sofreram algumas modificações, mas foi após 1986, com novas renovações, que o palacete e o jardim ganharam uma maior operacionalidade uma imagem mais moderna e adequada aos novos tempos. A garagem, existente até à altura, deu lugar a um edifício para receber visitantes estrangeiros. O antigo pavimento de alcatrão foi substituído por calçada portuguesa.[1]

Em 2007, com o fim de aumentar a eficiência energética da residência, foram instalados uma microturbina eólica de concepção nacional, com uma capacidade de produção de 3,5 MWh/ano, e painéis fotovoltaicos, capazes de produzir até 6,7 MWh/ano.[3]

Organização[editar | editar código-fonte]

António Costa recebe o Primeiro-Ministro da Itália, Paolo Gentiloni, na Sala de Audiências, em Janeiro de 2017

No rés-do-chão do edifício encontra-se, imediatamente à direita do vestíbulo, a Sala de Visitas. Esta comunica através de uma porta com a Sala de Audiências, que fica adjacente à Sala de Jantar, com vista sobre os jardins. Os jardins abrigam uma piscina, um parque arborizado, e uma pérgula.

O piso superior é destinado à actividade do executivo propriamente dito, com a Sala de Reuniões do Conselho de Ministros, e os gabinetes do Primeiro-Ministro.

Lista de ocupantes desde 1938[editar | editar código-fonte]

Chefes de governo desde 1938
Nome Período no poder Período em residência
Estado Novo
António de Oliveira Salazar 19 de Março de 1933 – 27 de Setembro de 1968 Maio de 1938 – Julho de 1970
Marcello Caetano 27 de Setembro de 1968 – 25 de Abril de 1974 Não residiu
PREC
Adelino da Palma Carlos 16 de Maio – 18 de Julho de 1974 Não residiu
Vasco Gonçalves 18 de Julho de 1974 – 19 de Setembro de 1975 Setembro de 1974 – Setembro de 1975
José Pinheiro de Azevedo 19 de Setembro de 1975 – 23 de Junho de 1976 Setembro de 1975 – Julho de 1976
Terceira República Portuguesa
Mário Soares 23 de Julho de 1976 – 28 de Agosto de 1978 Não residiu
Alfredo Nobre da Costa 28 de Agosto – 22 de Novembro de 1978 Não residiu
Carlos Mota Pinto 22 de Novembro de 1978 – 1 de Agosto de 1979 Novembro de 1978 – Julho de 1979
Maria de Lourdes Pintasilgo 1 de Agosto de 1979 – 3 de Janeiro de 1980 Não residiu
Francisco Sá Carneiro 3 de Janeiro – 4 de Dezembro de 1980 Não residiu
Francisco Pinto Balsemão 9 de Janeiro de 1981 – 9 de Junho de 1983 Não residiu
Mário Soares 9 de Junho de 1983 – 6 de Novembro de 1985 Não residiu
Aníbal Cavaco Silva 6 de Novembro de 1985 – 28 de Outubro de 1995 Novembro de 1985 – Outubro de 1995
António Guterres 28 de Outubro de 1995 – 6 de Abril de 2002 Não residiu
José Manuel Durão Barroso 6 de Abril de 2002 – 17 de Julho de 2004 Não residiu
Pedro Santana Lopes 17 de Julho de 2004 – 12 de Março de 2005 Julho 2004 – Março de 2005
José Sócrates 12 de Março de 2005 - 21 de Junho de 2011 Não residiu
Pedro Passos Coelho 21 de Junho de 2011 - 26 de Novembro de 2015 Não residiu
António Costa Desde 26 de Novembro de 2015 Não reside

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências