Segunda Revolução do Poder Popular

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Revolução EDSA II)

Segunda Revolução do Poder Popular (ou Segunda Revolução EDSA ou EDSA II) foi um protesto político de quatro dias, ocorrido entre 17 de janeiro a 20 de janeiro de 2001, que pacificamente derrubou o governo de Joseph Estrada, o décimo terceiro presidente das Filipinas. Estrada foi sucedido por sua vice-presidente Gloria Macapagal-Arroyo, que foi empossada no cargo pelo então presidente da Suprema Corte Hilario Davide, Jr. por volta do meio-dia em 20 de janeiro de 2001, várias horas antes de Estrada fugir do Palácio Malacañang.

EDSA é um acrônimo derivado de Epifanio de los Santos Avenue, a principal via que liga cinco cidades na Grande Manila, ou seja: Pasay, Makati, Mandaluyong, Quezon City e Caloocan.

Os defensores descrevem o EDSA II como "popular", mas críticos vêem a revolta como uma conspiração entre as elites políticas e empresariais, o alto escalão militar e o cardeal católico Jaime Sin.[1] A reação internacional à revolta foi mista, com algumas nações estrangeiras, incluindo os Estados Unidos reconhecendo imediatamente a legitimidade da presidência de Arroyo, e analistas estrangeiros descrevendo-a como "uma derrota para o devido processo legal", "governo da multidão" e um "golpe de facto". [2]

A única forma de legitimar o evento foi a decisão de último minuto da Suprema Corte no qual "o bem-estar das pessoas era a lei suprema".[3] Mas nessa altura, as Forças Armadas das Filipinas já haviam retirado o apoio ao presidente, o que alguns analistas chamaram de inconstitucional, e a maioria dos analistas políticos estrangeiros concordaram com esta avaliação. William Overholt, um economista político baseado em Hong Kong, afirmou que "ou é o que está sendo chamado governo da multidão ou governo da multidão seria como uma fachada para um golpe bem planejado... mas de qualquer forma, não é democracia".[2] Também deve-se notar que a opinião foi dividida durante o EDSA II sobre se Gloria Macapagal-Arroyo como vice-presidente em exercício deveria ser presidente se Joseph Estrada fosse deposto; muitos grupos que participaram do EDSA II declararam expressamente que não queriam Arroyo para presidente também, e alguns mais tarde iriam participar do EDSA III. A Constituição vigente das Filipinas exige que o Vice-Presidente das Filipinas, Arroyo na época, agisse como presidente interino somente no caso de falecimento, demissão ou incapacitação do presidente, e nenhum dos quais ocorreu durante o EDSA II.

Referências

  1. Bowring, Philip. Filipino Democracy Needs Stronger Institutions. International Herald Tribune website. 2001, January 22.
  2. a b Mydans, Seth. 'People Power II' Doesn't Give Filipinos the Same Glow. February 5, 2001. The New York Times.
  3. «SC: People's welfare is the supreme law». The Philippine Star. 21 de janeiro de 2001