Rhythm changes

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No jazz, rhythm changes faz referência a uma progressão de acordes com a mesma estrutura. São padrões do tipo AABA dividida em quatro seções de oito compassos em cada,[1] que o compositor George Gershwin introduziu na canção "I Got Rhythm". Um dos veículos de improvisação mais comuns, constitui a base das canções jazzísticas e popularizou-se na época do swing.

Pode encontrar no tema "Shoeshine Boy" (Lester Young com Count Basie, 1936) ou num clássico como "Cotton Tail", escrita por Duke Ellington em 1940; também pode escutar na composição de Charlie Christian "Seven Come Elevem", no tema de Charlie Parker "Salt Peanuts" e no de Thelonious Monk, "Rhythm-a-Ning", entre outros muitos.[2][3][4][4][4]

História[editar | editar código-fonte]

Esta progressão teve uma especial difusão como consequência de seu uso intensivo no bebop, sub-estilo musical de jazz da década de 1940, especialmente porque "I Got Rhythm" era nessa época um dos mais populares regulares.[5] O exemplo mais antigo de rhythm changes foi gravado por Sidney Bechet em 1932, na canção "Shag" e foi interpretado junto com seus "New Orleans Feetwarmers".[6]

Inclusive hoje em dia, o blues e os rhythm changes seguem sendo os elementos críticos para construir um repertório de jazz.[7]

Estrutura[editar | editar código-fonte]

O rhythm change é uma forma musical do tipo AABA, que possui trinta e dois compassos, divididos em quatro seções com oito compassos em cada uma,[1] usando numeração romana. Os conformes originais usados na seção "A" são:

| I  vi | ii V  | I  vi | ii V  |

uma frase musical de dois conformes, repetida duas vezes (I−vi−ii−V) e depois

| I  I7 | IV iv7 | I  V  | I     |

Os changes estão usualmente tocados em Si[5] com vários conformes de substituição. Esta seria uma típica forma da seção A:

| Bbmaj7 G7  | Cm7    F7  | Bbmaj7 G7 | Cm7 F7 | 
| Fm7    Bb7 | Ebmaj7 Ab7 | Dm7    G7 | Cm7 F7 |

A "ponte" (parte "B") consiste numa série de conformes de sétima dominante que segue a forma de ciclo de quintas (também chamado ragtime progression):

| III7  |   +   | VI7   |   +   |
| II7   |   +   | V7    |   +   |
| D7    |   +   | G7    |   +   |
| C7    |   +   | F7    |   +   |

Esta estrutura conhece-se como Sears Roebuck bridge.[8]

Parte B ou "ponte" é seguida de outra secação "A" de oito compassos:

| Bbmaj7 G7  | Cm7    F7  | Bbmaj7 G7 | Cm7 F7 | 
| Fm7    Bb7 | Ebmaj7 Ab7 | Cm7    F7 | Bbmaj7 |[9]

As seções A e B componentes dos rhythm changes usam-se às vezes outro tipo de melodias. Por exemplo, o tema de Charlie Parker, "Scrapple from the Apple", ou o de Duke Ellington, "Lost", usam progressão de acordes diferente para a parte A, mas recorrem aos rhythm changes na seção B.[10]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Spitzer (2001), p.81.
  2. Dziuba, Mark (2003): The Big Book of Jazz Guitar Improvisation, p.140. ISBN 9780739031728.
  3. Luvenia, George A.: "Duke Ellington the Man and His Music", p.20. en Music Educators Journal, Vol. 85, No. 6 (mayo de 1999), pp. 15-21. Editor: The National Association for Music Education
  4. a b c Yaffe, David (2005): Fascinating Rhythm: Reading Jazz in American Writing, p.17. ISBN 0-691-12357-8
  5. a b Spitzer, Peter (2001): Jazz Theory Handbook, p.67. ISBN 0-7866-5328-0
  6. "Rhythm Changes", MoneyChords (angelfire.com). Incluye una extensa lista de temas que utilizan los rhythm changes
  7. Thomas, John (2002): Voice Leading for Guitar: Moving Through the Changes, p.85. ISBN 0-634-01655-5
  8. Holbrook, Morris B. (2008): Playing the Changes on the Jazz Metaphor, p.104. ISBN 9781601981721
  9. Rawlins, Robert and Bahha, Nor Eddine (2005): Jazzology: The Encyclopedia of Jazz Theory for All Musicians, p.128. ISBN 9780634086786
  10. Spitzer (2001), p.71.