Ricardo Giovannini

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ricardo Giovannini
Nascimento 1853
Parma
Morte 1930
Rio Grande
Cidadania Reino de Itália
Ocupação fotógrafo, ator

Ricardo Giovannini (Parma, 23 de julho de 1853 — Rio Grande, 23 de julho de 1930), foi um cantor, ator, cenógrafo, decorador, pintor e fotógrafo italiano, radicado no Brasil.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Seus primeiros registros no Brasil datam de 1882 e o mostram como cantor, cenógrafo e ator cômico da Companhia Lírica Italiana de Ópera Bufa, que estava itinerando pelo estado do Rio Grande do Sul. Refere a imprensa da época que sua voz era agradável e seu desempenho teatral era eficiente, sendo ainda responsável por quase toda a cenografia do grupo. No inverno de 1882 apresentaram-se no Theatro São Pedro de Porto Alegre, com grande sucesso. Rapidamente fez boas relações e ganhou projeção na cidade, ajudado pelas suas habilidades como pintor, realizando em cena a pintura de telas.[1]

Pouco depois a companhia foi dissolvida. Nesta altura aceitou um convite para realizar o pano de boca e outras decorações no Teatro Sete de Abril de Bagé. Ali permaneceria por vários anos, abandonando os palcos e dedicando-se à pintura. Foi através do trabalho de decoração e cenografia do Teatro Sete de Abril que Giovannini conheceu o fotógrafo José Grecco, abrindo um estúdio de fotografia "Giovannini & Greco", à rua Três de Fevereiro, 15 como se pode verificar no informe publicitário.[2] Em 1889 encarregou-se de reformas e redecoração do Hotel Aliança em Pelotas. Dois anos depois expôs algumas telas em Porto Alegre, destacando-se um retrato do general Silva Tavares.[1]

Em 1903 radicou-se em Rio Grande, onde passaria o resto de sua vida. Decorou o Teatro Sete de Setembro, fundou um curso de desenho e pintura e um atelier fotográfico que breve se tornariam muito procurados, permanecendo em atividade até seu último ano de vida. Ainda constam como seus trabalhos artísticos, o pano de boca do Teatro Polytheama e a decoração do vasto templo da Loja Maçônica Fiel ao Oriente Rio-Grandense.[3]

Foi também agente consular do Governo Italiano, depois promovido a vice-cônsul. Por seus relevantes serviços nesta função recebeu do rei da Itália o título de cavaleiro.[1]

Na análise de Athos Damasceno, sem ser um artista de qualidade excepcional, não obstante deu importante contribuição para a dinamização e qualificação do circuito artístico estadual, especialmente na condição de professor, desfrutando de considerável prestígio.[1] Sua coleção pode ser encontrada na Fototeca que leva o seu nome, em Rio Grande.[2]

Foi casado com Alzira Cuppertino, que deu continuidade ao seu trabalho. Em suas fotos, sua marca registrada aparecia como "R. Giºvannini".

Referências

  1. a b c d Ferreira, Athos Damasceno. Artes Plásticas no Rio Grande do Sul. Globo, 1971, pp. 284-286
  2. a b Welington Silva, Denise Stumvoll (2019). «Carte de Visite e Outros Formatos» (PDF). Catálogo 45 Anos do MuseCom. Consultado em 13 de junho de 2020 
  3. Barrozo Teixeira, Vanessa (2010). «A lente da memória: Releitura do acervo fotográfico da Fototeca Municipal Ricardo Giovannini nas décadas de 1930 até 1950» (PDF). Universidade Federal de Pelotas. Consultado em 13 de junho de 2020  line feed character character in |titulo= at position 20 (ajuda)