Lista de rios de Salvador (Bahia)
Esta página contém a lista dos rios de Salvador, a capital do estado brasileiro da Bahia. Os cursos d'água soteropolitanos não possuem níveis bons de potabilidade e psicosidade e são considerados esgotos pela população.[1]
Índice
Rio Camarajipe[editar | editar código-fonte]

O rio Camarajipe é o maior rio soteropolitano, possui 14 quilômetros, mas muito poluído. Sua nascente localiza-se no bairro da Boa Vista de São Caetano e a foz na praia do Jardim dos Namorados. Porém, antes disso, no Iguatemi possui 20 metros de largura, tem o rio das Tripas como afluente, dentre outros, e o rio Lucaia como um braço seu.[2]
Rio das Tripas[editar | editar código-fonte]
O rio das Tripas tem a sua nascente na Barroquinha e é afluente do rio Camarajipe, o qual é alcançado próximo aos viadutos da Rótula do Abacaxi. Seu nome remete aos dejetos nele despejados quando, em sua margem, estava localizado o primeiro matadouro da cidade.[3]
Rio Campinas[editar | editar código-fonte]
O rio Campinas é outro afluente do rio Camarajipe. Também é chamado de rio Bonocô e encontra-se completamente canalizado.[3]
Rio Pernambués[editar | editar código-fonte]
O rio Pernambués é o afluente do rio Camarajipe que não se encontra todo canalizado[4] e o que cedeu seu leito para a transposição do segundo. Passa o lado da avenida Luís Eduardo.[3]
Rio das Pedras[editar | editar código-fonte]


O rio das Pedras, ou rio das Pedrinhas, ou rio Imbuí, que passa pelo bairro homônimo,[5] hoje é um rio canalizado por motivos requalificação urbana, tal como ocorreu com o rio Lucaia e o rio dos Seixos.[6] Ele nasce no terreno do quartel do 19.º Batalhão de Caçadores do Exército Brasileiro, entre os bairros de Pernambués e Saboeiro, atravessando a avenida Paralela, o Imbuí, a Boca do Rio, desaguando na praia da Boca do Rio.[7]
Rio Cascão[editar | editar código-fonte]
O rio Cascão é um afluente do rio das Pedras, com o qual encontra no Imbuí. Suas águas vêm de nascente no Saboeiro e do subafluente rio Saboeiro. A nascente é protegida pelos remanescentes de Mata Atlântica no 19.º Batalhão de Caçadores do Exército, unidade militar que contribui para a continuação da vida e de grande biodiversidade no leito e nas margens nesse trecho de preservação.[8][9] A sub-bacia do rio Cascão espalha-se por 16 quilômetros quadrados.[9]
O rio foi represado para abastecimento da cidade, surgindo então a represa do rio Cascão construída em 1905. Construída ao longo de parte de seu vale, a avenida Jorge Amado era anteriormente denominada avenida Vale do Cascão.[8][9]
Rio Pituaçu[editar | editar código-fonte]
O rio Pituaçu é um dos afluentes do rio das Pedras.[10]
Rio Saboeiro[editar | editar código-fonte]
O rio Saboeiro, cujas nascentes estão localizadas entre os bairros da Engomadeira e Narandiba, percorre o Cabula e o Saboeiro até encontrar o rio Cascão no Imbuí, no começo da avenida Jorge Amado.[8][9]
Rio do Cobre[editar | editar código-fonte]

O rio do Cobre é o que ainda abriga vida em suas águas. Ele nasce na lagoa da Paixão, no bairro de Coutos, é acompanhado pela BA-528 (Estrada Paripe–Base Naval), passa dentro do Parque São Bartolomeu, e deságua na enseada do Cabrito, na península de Itapagipe.[2]
Rio dos Seixos[editar | editar código-fonte]

O rio dos Seixos, apesar de cortar os bairros nobres da Canela, Graça e Barra, ele recebe esgoto doméstico.[11] Também tamponado, na área da avenida Centenário, para reurbanização e conter o transbordamento no inverno chuvoso, ele tem a sua foz situada na praia do Farol da Barra, ao lado do morro do Cristo.[12]
Rio Jaguaribe[editar | editar código-fonte]
O rio Trobogi (ou Trobogy) nasce no bairro de Águas Claras e chega à represa de Ipitanga, a partir daí até a avenida Paralela passa a ser chamado de Trobogi, e finalmente ganha o nome de rio Jaguaribe depois da Paralela e indo até foz na praia de Jaguaribe.[2][13][14]
Rio Passa Vaca[editar | editar código-fonte]
A foz do rio Passa Vaca ocorre na praia de Patamares.[15] Seu estuário constitui o último manguezal da orla atlântica soteropolitana.[15] A área estuarina foi reduzida de 50 para 14 hectares desde a década de 1980 e sofre com expansão da cidade, problemas de saneamento básico (nomeadamente, despejo de esgoto e lixo no rio) e aterramento das nascentes.[15] Ainda assim, guaiamuns — crustáceo brasileiro em risco de extinção — são encontrados no mangue e, na temporada de reprodução (chamada de "andada"), eles adentram o condomínio Veredas do Atlântico II.[15] Este condomínio foi construído na área do mangue em início da década de 1990.[15] Nessa época, o manguezal do rio Passa Vaca não era uma área para proteção do meio ambiente.[15] A situação mudou com o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de 2009 que previu a transformação em Unidade de Conservação Parque do Manguezal do Rio Passa Vaca dedicado à educação ambiental, entretanto o projeto não foi executado.[15] Foi definido na lei municipal n.º 7.400 (PDDU 2009) como «área de proteção de recursos naturais» (ARPN) dentro do Sistema de Áreas de Valor Cultural e Ambiental de Salvador (SAVAM).[16]
O manguezal foi tema do livro intitulado Manguezal do Rio Passa Vaca, escrito pelo professor universitário Carlos Caetano, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).[15]
Rio Lucaia[editar | editar código-fonte]
O rio Lucaia, ou rio Vermelho, nasce no Dique do Tororó e passa pela avenida Vasco da Gama, a rua Lucaia e a avenida Juracy Magalhães até desaguar no largo da Mariquita, no bairro do Rio Vermelho.[17] Sua bacia hidrográfica engloba os bairros de Brotas (Campinas, Acupe e Engenho Velho de Brotas), Itaigara, Santa Cruz, Rio Vermelho, Federação, Ondina, Garcia e Tororó do modo total ou parcial.[18] Encontra-se tamponado sob o corredor exclusivo de ônibus da avenida Vasco da Gama.[19][20] Outros trechos são alvos de projetos de tamponamento, bem como de manifestações contrárias ao encapsulamento em dezembro de 2015.[21]
Compunha a bacia do rio Camarajipe antes da transposição deste último. Desde então, é rio principal com bacia própria e recebe as águas do braço sul do Camarajipe, leito original deste rio em parte das avenidas Antônio Carlos Magalhães e Juraci Magalhães que permaneceu no sentido praça Newton Rique–avenida Juraci Magalhães e nesta mesmo se encontra com o Lucaia.[3][17] Além desse braço sul do Camarajipe, há outros afluentes: riacho da Avenida Anita Garibaldi e o do Ogunjá.[3] O Dique do Tororó, nascente do Lucaia, originalmente era um lago natural e é formado por pequenos rios do entorno do largo do Campo Grande e de parte dos bairros do Garcia, Barris, Tororó e Nazaré, todos eles mananciais a leste da avenida Joana Angélica.[3]
Em março de 2016, um acidente de trânsito com ônibus derrubou um poste da única linha de distribuição de energia da estação de condicionamento prévio de esgoto do Lucaia. Sem eletricidade, o bombeamento dos efluentes ao emissário submarino do Rio Vermelho foi paralisado e por mais de 36 horas dejetos não tratados foram jogados no rio Lucaia e de lá chegou ao mar alterando coloração das águas das praias próximas à foz.[22][23][24][25][26][27]
Rio Paraguari[editar | editar código-fonte]
O Rio Paraguari tem a sua nascente na Fazenda Coutos e a foz na praia de Periperi.[2]
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Lista de praias de Salvador
- Lista de acidentes geográficos de Salvador
- Lista de avenidas de Salvador
- Lista de praças de Salvador
- Lista de museus de Salvador
Referências
- ↑ Ive Deonísio. Rio ou estgoto? Jornal da Metrópole: http://www.jornaldametropole.com.br/pdf/jornaldametropole_PDF_26112010.pdf, p. 4-6.
- ↑ a b c d Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade 2002. Poluição matou os rios de Salvador (webarchive).
- ↑ a b c d e f O Caminho das Águas em Salvador - Bacias hidrográficas, bairros e fontes
- ↑ Daniel Mendes. Situação dos Rios de Salvador. Jornal Educadora/IRDEB.
- ↑ Ingrid Maria Machado. 'Salvador tem transformado seus rios em esgoto', diz professora da UFBA. G1 BA.
- ↑ Marcos A. Rodrigues. Rio das Pedras sob concreto. Imagourbis.
- ↑ a b c SEMA - Secretaria do Meio Ambiente (14 de agosto de 2009). «Estado mantém ritmo acelerado nas obras do Rio Cascão». Consultado em 12 de março de 2014
- ↑ a b c d Embasa (14 de agosto de 2009). «Embasa está despoluindo canal do Imbuí». Consultado em 7 de Setembro de 2015
- ↑ Alexsandro Ramos Santos. Rio Pituaçu. Rios de Salvador.
- ↑ Alexsandro Ramos Santos. Rio dos Seixos. Rios de Salvador.
- ↑ Amélia Vieira e George Brito. Pista concretada vai cobrir rio da Centenário. A Tarde
- ↑ BRITO, Maria (9 de agosto de 2011). slideshare.net/edadelos/rios-de-salvador-geografia «Rios de Salvador - geografia» Verifique valor
|url=
(ajuda) - ↑ Line, A TARDE On. «Projeto monitora qualidade da água de rios». Portal A TARDE
- ↑ a b c d e f g h Adailton, Franco (2 de maio de 2017). «Crustáceo com risco de extinção, guaiamum ainda resiste em Patamares». Portal A TARDE. Consultado em 12 de maio de 2017
- ↑ «LEI Nº 7.400/2008» (PDF). PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR – BAHIA. 20 de fevereiro de 2007. Consultado em 12 de maio de 2017
- ↑ a b «Outros rios de salvador». JORNAL A TARDE. 5 de março de 2006. Consultado em 25 de Março de 2016
- ↑ Nascimento, Sergio Augusto De Morais; Barbosa, Johildo Salomão Figueiredo (2005). «Qualidade Da Água Do Aquífero Freático No Alto Cristalino De Salvador, Bacia Do Rio Lucaia, Salvador, Bahia». Revista Brasileira de Geociências. ISSN 2177-4382. Consultado em 25 de Março de 2016
- ↑ «SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO DIA MUNDIAL DA ÁGUA REALIZADA NA CÂMARA MUNICIPAL DE S ALVADOR NO DIA 22 MARÇO DE 2012» (PDF). Consultado em 25 de Março de 2016
- ↑ Amorim, Felipe (25 de agosto de 2009). «Mais dois canais vão ser cobertos na Vasco da Gama e no Rio Vermelho». CORREIO. Consultado em 26 de Março de 2016
- ↑ Redação (5 de dezembro de 2015). «Moradores do Rio Vermelho farão vigília contra obras no Rio Lucaia». Aratu Online. Consultado em 26 de Março de 2016
- ↑ Bahia Notícias (24 de Março de 2016). «Acidente na Vasco da Gama faz esgoto ser lançado sem tratamento no Rio Vermelho». Bahia Notícias. Consultado em 26 de Março de 2016
- ↑ R7 (25 de março de 2016). «Embasa conclui concerto da linha de distribuição no Rio Vermelho». R7. Consultado em 26 de Março de 2016
- ↑ Da Redação (25 de março de 2016). «Estação de tratamento da Lucaia volta a bombear dejetos». A Tarde. Consultado em 26 de Março de 2016
- ↑ G1 BA (25 de março de 2016). «Reparo de energia não é concluído e esgoto cai no mar sem tratamento». G1. Consultado em 26 de Março de 2016
- ↑ Da Redação (24 de março de 2016). «Batida na Vasco da Gama afeta Embasa e vazamento contamina praia no Rio Vermelho». Correio. Consultado em 26 de Março de 2016
- ↑ «Embasa volta a bombear resíduos para emissário submarino do Rio Vermelho». Correio. 25 de março de 2016. Consultado em 26 de Março de 2016
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- O Caminho das Águas em Salvador - Bacias hidrográficas, bairros e fontes
- Fontes de Poluição e o Controle da Degradação Ambiental dos Rios Urbanos em Salvador
- Nunes, Cleide (2009). «Rios sufocados - Fechamento de canais compromete o equilíbrio ambiental e altera referências urbanísticas de Salvador». Salvador: CREA-BA. Revista Crea-BA (n. 29): 19
- Flores, Noemi (26 de abril de 2014). «Mais de 80% dos rios estão poluídos em Salvador e causa é formação dos bairros». Salvador. Tribuna da Bahia
- Mendonça, Tatiana (26 de março de 2015). «Era uma vez um rio». Salvador: Grupo A Tarde. Muito
- «Qualidade Ambiental das Á guas e da Vida Urbana em Salvador» (PDF). Consultado em 13 de Setembro de 2015