Rio Vermelho (Salvador)
Esta página cita fontes confiáveis, mas que não cobrem todo o conteúdo. (Abril de 2012) |
| ||
---|---|---|
Bairro do Brasil | ||
Vista da praia do Rio Vermelho. | ||
Localização | ||
Mapa de Salvador detalhado no entorno do Rio Vermelho. | ||
Unidade federativa | Bahia | |
Região administrativa | Prefeitura-Bairro VI, Barra/Pituba | |
Município | Salvador | |
Fonte: Não disponível |
O Rio Vermelho é um bairro localizado na orla marítima da cidade de Salvador, na Bahia, no Brasil.[1] Pelo plano diretor de 2007, o bairro estava situado na região administrativa denominada Região Rio Vermelho, RA VII,[2] até quando em 2016 passou a vigorar outro plano, que situou o bairro na Prefeitura-Bairro VI, Barra/Pituba.[3]
Localização e descrição[editar | editar código-fonte]
Localizado entre os bairros de Ondina e Amaralina, tendo ao norte o Engenho Velho da Federação, Santa Cruz e o Nordeste de Amaralina.
Neste bairro estão situados luxuosos hotéis e pousadas, sendo intensa sua vida noturna.
Conhecido pelo clima boêmio, pelos acarajés de Cira, de Regina e de Dinha, e pela colônia de pescadores, seus moradores comemoram anualmente, no dia 2 de fevereiro, a Festa de Iemanjá, rainha do mar.
Em razão de suas estreitas vias, mesmo as principais (ruas Oswaldo Cruz e Odilon Santos) possuem tráfego de veículos difícil.
Confluindo para o Largo de Sant'Anna — onde a capela dedicada a esta santa situa-se bem ao meio do caminho, a Rua da Paciência (que recebe o intenso tráfego da Avenida Oceânica), a Avenida Cardeal da Silva e Rua João Gomes — o trânsito sofre ali um afunilamento que em certos horários fica praticamente estagnado. Nas imediações do Largo há outro templo dedicado a Sant'Anna.
O Rio Vermelho, que dá nome ao bairro mas também é conhecido como Rio Lucaia, margeia a Avenida Juracy Magalhães Júnior. Próximo a sua foz, existe uma estação de condicionamento prévio de esgotos domésticos, onde resíduos sólidos e partículas em suspensão são separadas do efluente final, que é lançado a 2,7 quilômetros da costa pelo emissário submarino do Rio Vermelho, evitando a contaminação da praia.
Apesar do grande crescimento vertical verificado noutras áreas da capital, o Rio Vermelho ainda conserva-se um bairro essencialmente de casas. As estreitas vias mais antigas receberam nomes que homenageiam importantes cidades baianas, como Caetité, Itabuna, Ilhéus, etc.
Na rua Alagoinhas está a casa que foi a residência do falecido escritor Jorge Amado e de sua esposa Zélia Gattai, e onde estão guardadas as cinzas do imortal.
Outro importante logradouro do bairro é o Largo da Mariquita, onde está situado o Mercado do Rio Vermelho (também conhecido como Mercado do Peixe), antiga e tradicional feira livre.
História[editar | editar código-fonte]
O Rio Vermelho tem sua história iniciada no século XVI, com o naufrágio de Caramuru ao seu território. Aqui viviam os tupinambás e Caramuru foi o elo de comunicação entre os nativos e os europeus. Quando o primeiro governador-geral chegou a Salvador, as terras a uma légua para o norte e duas léguas para o sertão do Rio Camarajipe foram doadas a Antônio de Ataíde. E assim nasceu o Rio Vermelho. Inicialmente a região tinha poucos habitantes, com uma paisagem de currais, armação de pesca e jesuítas.
Com a invasão holandesa de 1624, muito moradores vieram para o Rio Vermelho, pela distância do local invadido. Aproveitando o clima tenso e a desorganização dos brancos, alguns escravos fugiram para as matas frondosas, formando em 1629 um quilombo no Rio Vermelho. Este quilombo foi esmagado três anos depois pelos capitães-do-mato Francisco Dias de Ávila e João Barbosa Almeida. Os pescadores, que tem presença marcante até hoje, dominavam o lugar no século XVII. Nas palavras do visitante francês Tollenare:
é um povoado de pescadores, de umas 100 cabanas, na foz de um pequeno rio que se lança no mar a uma légua a leste do Cabo de Santo Antônio. Os arredores são encantadores e um forte muito arruinado contribui para o pitoresco da paisagem
Com o passar dos anos, em meados do século XIX, o Rio Vermelho tinha três núcleos de povoamento definidos: Paciência, Mariquita e Sant'Anna. No último havia a igreja velha da matriz, e atraía pessoas de todos os cantos da cidade devido aos festejos religiosos.
Uma pesquisa feita pelo jornal Correio em 2016 indicou que o bairro tem o quinto melhor preço de aluguel de imóvel em Salvador.[4]
Cultura e religiosidade[editar | editar código-fonte]

O bairro é referido em algumas canções, tais como:
E agora estamos aqui
Do outro lado do espelho
Com o coração na mão
Pensando em jamelão no Rio Vermelho— Onde o Rio é mais baiano, de Caetano Veloso
Havia rosas no mar
Havia ondas na areia
Vá brincar no Rio Vermelho
A festa de Iemanjá
O bairro concentrou as festas de devoção a Sant'Anna e, com a mística da religiosidade afrodescendente, também reuniu o culto a Iemanjá, divindade protetora dos pescadores, ambas com festejos anuais bastante populares na Capital.
A festa de Iemanjá fará o bairro ser retratado no enredo da escola de samba carioca Renascer de Jacarepaguá no carnaval de 2019.
Demografia[editar | editar código-fonte]
O bairro do Rio Vermelho foi listado como um dos menos violentos de Salvador, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgados no mapa da violência de bairro em bairro pelo jornal Correio em 2012.[6] O bairro ficou entre os mais tranquilos em consequência da taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes por ano (com referência da ONU) ter sido "1-30", o segundo menor nível.[6]
Referências
- ↑ G1 Bahia (17 de abril de 2012). «Artistas baianos realizam mostra coletiva no bairro do Rio Vermelho». G1
- ↑ «PDDU 2007». www.cms.ba.gov.br. Consultado em 13 de agosto de 2016
- ↑ «Prefeitura implanta Conselhos Comunitários nos bairros de Salvador». G1 Bahia. 5 de agosto de 2013. Consultado em 24 de agosto de 2015
- ↑ Eduardo Bittencourt (15 de dezembro de 2016). «Pesquisa indica os bairros mais baratos para alugar um imóvel; veja lista». Correio (jornal). Consultado em 27 de abril de 2019
- ↑ Hornhardt, Nathalie (2 de fevereiro de 2012). «Rosas ao mar». cmais+. Consultado em 1 de abril de 2015
- ↑ a b Juan Torres e Rafael Rodrigues (22 de maio de 2012). «Mapa deixa clara a concentração de homicídios em bairros pobres». Correio (jornal). Consultado em 28 de abril de 2019
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Arraial do rio Vermelho, núcleo original de povoamento do bairro
- Forte de São Gonçalo do rio Vermelho
- Praia do Rio Vermelho, praia famosa pelo culto a Iemanjá
- Reduto do rio Vermelho, fortim que originalmente ali se situava
- Rio Vermelho, rio que passa pelo bairro e lhe dá nome
- Mercado do Rio Vermelho
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Seixas, Thaís (27 de março de 2015). «Salvador em bairros: boemia e tradição do Rio Vermelho». Salvador. A TARDE
- Rodrigues, Danutta (29 de julho de 2017). «Ruínas de maternidade no Rio Vermelho recontam parte da história e de figuras ilustres do bairro mais boêmio de Salvador». G1
- Academia dos Imortais do Rio Vermelho
- Associação dos Moradores da rua Barro Vermelho
- Associação dos Moradores e Amigos do Rio Vermelho (AMARV) no Facebook