Rogério Miranda de Almeida
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Rogério Miranda de Almeida | |
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Rogério Miranda de Almeida | |
Nascimento | 9 de abril de 1953 (70 anos) Crato, CE |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação | filósofo, teólogo, escritor e professor universitário |
Magnum opus | Nietzsche e o paradoxo |
Principais interesses | filosofia da linguagem, ética, antropologia filosófica, psicanálise, teologia sistemática |
Página oficial | |
www.rogeriomirandadealmeida.com |
Rogério Miranda de Almeida (Crato, Ceará, 9 de abril de 1953) é um filósofo, teólogo, escritor e professor universitário brasileiro.[1][2]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Rogério Miranda de Almeida [3] é filho de José Rogério de Almeida e de Nair Miranda Rogério. Cursou a escola primária em sua cidade natal, no Grupo Escolar Dom Quintino; o ginasial e até o segundo ano científico no Colégio Estadual Wilson Gonçalves. Em 1973 concluiu o terceiro ano científico no Colégio Diocesano do Crato. No mesmo ano, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou o latim e o grego clássico. Cursou um ano de filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em 1978. Na Pontifícia Universidade Católica de Campinas concluiu a licenciatura em filosofia, em 1985.[4] Na Universidade de Estrasburgo, na França, estudou teologia de 1986 a 1993, onde obteve os seguintes diplomas: bacharelado, licenciatura, mestrado, D. E. A. (Diplôme d'Études Approfondies), D. S. T. C. (Diplôme Supérieur de Théologie Catholique) e, finalmente, o doutorado, com uma tese intitulada: Nietzsche et le paradoxe.[5] Em 1997 doutorou-se em filosofia pela então Universidade de Metz, na França [6], que hoje pertence à Universidade de Lorraine. O título de sua tese em filosofia foi: L'au-delà du plaisir: une lecture de Nietzsche et Freud.[7] De 1995 a 2003 foi professor de teologia e filosofia no Saint Vincent College, Latrobe, Pensilvânia, Estados Unidos.[8] Em 1997 foi convidado para lecionar filosofia no Pontificio Ateneo Santo Anselmo, em Roma e, a partir de 1999, passou também a lecionar teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana.[9] Em 2007, voltou para o Brasil e, até 2019, lecionou na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (programa de pós-graduação em filosofia), campus Curitiba.[10] Atualmente é professor de filosofia na Faculdade São Basílio Magno (FASBAM) e professor de teologia sistemática no Studium TheologicumClaretiano - Centro Universitário (Curitiba). Suas pesquisas se desenvolvem principalmente nestas áreas: história da filosofia antiga e medieval (Platão e Agostinho de Hipona); as relações entre fé e razão, fé e ciência; filosofia contemporânea (Schopenhauer e Nietzsche); filosofia e psicanálise (Freud, Lacan, a questão da linguagem, do sujeito e do desejo).[11]
Filosofia, teologia e psicanálise[editar | editar código-fonte]
Nos seus livros e artigos, assim como na sua atividade de professor, Rogério Miranda de Almeida acentua o caráter de inter-relação que, na sua concepção, existe entre a filosofia, a teologia e a psicanálise. Dando ênfase à questão da linguagem, da escrita, do desejo e, em última análise, do inconsciente, ele dialoga sobretudo com Platão, Santo Agostinho, Schopenhauer, Nietzsche, Kierkegaard, Freud e Lacan. Importante também é o papel que desempenha a literatura nos seus escritos, no sentido da expressão ou da interação dialética que se desenrola entre o pensar e o escrever. O seu pensamento se desenvolve, portanto, através do entre-dois, ou da letra, no sentido lacaniano do termo, que se apresenta como resistência, obstáculo e, ao mesmo tempo, como passagem ou manifestação do desejo que, na sua tensão fundamental, não cessa de se significar e de se simbolizar. No que diz respeito à reflexão teológica, os seus interesses se voltam principalmente para a teologia contemporânea e para o período da Patrística. Em Santo Agostinho, por exemplo, ele dá um especial enfoque à coincidência de intuições que intercorrem entre as análises agostinianas da linguagem, da memória e do desejo e aquilo que, sobre estas mesmas questões, será desenvolvido e explorado pelas teorias analíticas de Freud e Lacan. [12][13] Outro conceito de que constantemente se serve Rogério Miranda de Almeida para expressar esta multiplicidade de perspectivas, de releituras, de reinterpretações e ressignificações é o conceito de paradoxo. É paradoxal tudo aquilo que desperta perplexidade, resistência, angústia e gozo em virtude da impossibilidade mesma de se apreender, de maneira definitiva, o significante, ou o simbólico do real.[14]
Obras[editar | editar código-fonte]
Em francês[editar | editar código-fonte]
- L'au-delà du plaisir: Une lecture de Nietzsche et Freud, Lille, Université de Lille III, 1998[15]
- Nietzsche et le paradoxe, Strasbourg, Presses Universitaires de Strasbourg, 1999[16]
Em inglês[editar | editar código-fonte]
- Nietzsche and Paradox, Albany, State University of New York Press, 1ª ed. 2006; 2ª ed. 2007[17]
Em português[editar | editar código-fonte]
- História da filosofia moderna, Curitiba, FASBAMPRESS, 2022[18]
- História da filosofia medieval, Curitiba, FASBAMPRESS, 2021[19]
- História da filosofia antiga, Curitiba, FASBAMPRESS, 2021[20]
- A memória, o esquecimento e o desejo, São Paulo, Ideias & Letras, 2016[21]
- Nietzsche e Freud: Eterno retorno e compulsão à repetição, São Paulo, Loyola, 2005
- Nietzsche e o paradoxo, São Paulo, Loyola, 2005[22]
- Eros e Tânatos: A vida, a morte, o desejo, São Paulo, Loyola, 2007[23]
- A fragmentação da cultura e o fim do sujeito, São Paulo, Loyola, 2012
Em colaboração[editar | editar código-fonte]
- Filosofia: Os desafios do pensar, São Paulo, Científica, 2021[24]
Referências
- ↑ «Filósofos Brasileiros - Sócrates e Filosofia | Cultura - Cultura Mix». cultura.culturamix.com. Consultado em 19 de dezembro de 2017
- ↑ OpenLibrary.org. «Rogério Miranda de Almeida». Open Library. Consultado em 19 de dezembro de 2017
- ↑ «Rogério Miranda de Almeida». Biografia
- ↑ «Rogério Miranda de Almeida - Filósofo, Teólogo e Escritor». www.rogeriomirandadealmeida.com. Consultado em 28 de dezembro de 2017
- ↑ Marcel, Metzger, (1994). «Chronique : Vie de la faculté». Revue des Sciences Religieuses (em francês). 68 (2)
- ↑ «Sobre o Professor». PUC-PR
- ↑ «Catalogue SUDOC». www.sudoc.abes.fr. Consultado em 29 de dezembro de 2017
- ↑ «Rogério Miranda de Almeida - The Brazilian Network of Science for Education - Rede Cpe». The Brazilian Network of Science for Education - Rede Cpe (em inglês)
- ↑ «Rogério Miranda de Almeida». Escavador
- ↑ «Rogério Miranda de Almeida - Autores no SKOOB». www.skoob.com.br. Consultado em 19 de dezembro de 2017
- ↑ «Entrevista com o Prof. Rogério Miranda de Almeida». Consultado em 29 de maio de 2014. Arquivado do original em 29 de maio de 2014
- ↑ «Entrevista com o Prof. Rogério Miranda de Almeida». Consultado em 29 de maio de 2014. Arquivado do original em 29 de maio de 2014
- ↑ Mendonça, Samuel (11 de dezembro de 2017). «Esquecer-se e lembrar-se: o desejo em questão». Natureza Humana - Revista Internacional de Filosofia e Psicanálise. 19 (2). ISSN 2175-2834
- ↑ «Nietzsche and Paradox». www.goodreads.com. Consultado em 27 de dezembro de 2017
- ↑ Miranda de Almeida, Rogério (1997). Jean-Paul Resweber. «L'au-delà du plaisir: une lecture de Nietzsche et Freud». France. Consultado em 4 de outubro de 2022
- ↑ Almeida, Rogério Miranda de (1999). Nietzsche et le paradoxe (em francês). [S.l.]: Presses Universitaires de Strasbourg
- ↑ Almeida, Rogerio Miranda de (2006). Nietzsche and Paradox. [S.l.]: State University of New York Press
- ↑ Almeida, Rogério Miranda de (15 de outubro de 2022). História da Filosofia Moderna. [S.l.]: FASBAMPRESS
- ↑ Almeida, Rogério Miranda de (19 de janeiro de 2022). História da Filosofia Medieval. [S.l.]: FASBAMPRESS
- ↑ Almeida, Rogério Miranda de (28 de março de 2021). História da Filosofia Antiga. [S.l.]: FASBAMPRESS
- ↑ «A memória, o esquecimento e o desejo». www.editoraideiaseletras.com.br. Consultado em 4 de outubro de 2022
- ↑ «Livro: Nietzsche e o Paradoxo - Rogério Miranda de Almeida». Estante Virtual. Consultado em 4 de outubro de 2022
- ↑ «EROS E TÂNATOS - A VIDA, A MORTE, O DESEJO - Pook Book». Estante Virtual. Consultado em 4 de outubro de 2022
- ↑ «Editora Científica Digital». www.editoracientifica.org. Consultado em 6 de outubro de 2022