Rogério de Montgomery

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Rogério de Montgomery (morto por volta de 1094), também conhecido como Rogério de Montgomery, o Grande, foi o primeiro conde de Shrewsbury. Seu pai era Rogério de Montgomery, Senhor de Montgomery, e era um parente, provavelmente, um sobrinho-neto, da duquesa Gunora, esposa do duque Ricardo I da Normandia. Seu pai teve grandes participações no centro de Normandia, principalmente no vale do Dives, no qual Rogério herdou.

Vida[editar | editar código-fonte]

Rogério foi um dos principais conselheiros de Guilherme, o Conquistador. Ele pode não ter lutado na invasão inicial da Inglaterra, em 1066, em vez ficou para trás para ajudar a governar a Normandia. De acordo com Roman de Rou de Wace, no entanto, ele comandou o flanco normando direito em Hastings, retornando para a Normandia com o rei Guilherme em 1067.[1] Depois disso, foi confiado a terra em dois locais críticos em defesa da Inglaterra, recebendo a Rape de Arundel, no final de 1067 (ou no início de 1068), e em novembro 1071 foi criado conde de Shrewsbury; alguns historiadores acreditam que, enquanto ele recebeu os territórios de Shropshire em 1071 não recebeu o título de conde até alguns anos mais tarde.

Rogério foi, assim, um dos maiores magnatas de meia dúzia de terras na Inglaterra durante o reinado Guilherme, o Conquistador. O rei deu ao conde Rogério quase tudo do que é hoje o condado de West Sussex, que na época do Domesday Book era a Rape de Arundel.[2] A Rape de Arundel acabou sendo dividida em duas Rapes, uma continuou com o nome de Arundel e a outra tornou-se a Rape de Chichester.[2] Além dos 83 feudos em Sussex, seus bens também incluíam sete oitavos de Shropshire, que foi associado com o condado de Shrewsbury, tinha propriedades em Surrey (4 feudos), Hampshire (9 feudos), Wiltshire (3 feudos), Middlesex (8 feudos), Gloucestershire (1 feudo), Worcestershire (2 feudos), Cambridgeshire (8 feudos), Warwickshire (11 feudos) e Staffordshire (30 feudos).[3] A renda das propriedades de Rogério equivaleria a cerca de 2 000 libras por ano, em 1086 sua riqueza na Inglaterra era em torno de 72 000 libras, por isso teria representado quase 3% do PIB do país.[4][5]

Após a morte de Guilherme I, em 1087, Rogério se juntou com outros rebeldes para derrubar o recém-coroado rei Guilherme II na rebelião de 1088. No entanto, Guilherme foi capaz de convencer Rogério a abandonar a rebelião e aliar-se a ele. Isso funcionou favoravelmente para Rogério, enquanto os rebeldes foram derrotados e perderam suas propriedades de terra na Inglaterra.

Casou-se pela primeira vez com Mabel de Bellême, que era herdeira de um grande território abrangendo a fronteira entre a Normandia e o Maine. O cronista medieval Orderico Vital pinta um retrato de Mabel de Bellême como uma uma mulher intrigante e cruel.[6] Ela foi assassinada por Hugo Bunuel e seus irmãos, que em dezembro 1077? entrou em seu castelo de Bures-sur-Dive e cortou a cabeça dela enquanto ela estava deitada na cama.[6][7] Sua motivação para o assassinato era que Mabel lhe privou da sua herança paterna.[8] Rogério e sua esposa tiveram 10 filhos:

Rogério então se casou com Adelaide de Le Puiset, com quem teve um filho, Everard, que entrou na Igreja.

Após sua morte, suas propriedades foram divididas.[17] O filho mais velho sobrevivente, Roberto, recebeu a maior parte das propriedades normandas (bem como propriedades de sua mãe); o próximo filho, Hugo, recebeu a maior parte das propriedades inglesas e o condado de Shrewsbury.[17] Após a morte de Hugo o filho mais velho Roberto herdou o condado.[17]

Referências culturais[editar | editar código-fonte]

Na tela, Rogério foi retratado pelo ator John Greenwood na peça de duas partes Conquest (1966), parte da série Theatre 625, da rede de televisão BBC.

Ancestrais[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Lee, S., ed. (1897). Dictionary of National Biography vol. 49 (em inglês). Londres: Smith, Elder & Co. p. 101 
  2. a b Salzmann.'The rape of Chichester: Introduction', A History of the County of Sussex: Volume 4: The Rape of Chichester (1953), pp. 1-2. URL: http://www.british-history.ac.uk/report.aspx?compid=41682 Data de acesso: 8 de agosto de 2010
  3. Horsfield. History of Sussex. pp.76 - 77
  4. Domesday Pase
  5. Britnel, R.H.; Campbell, Bruce M. S., ed. (1995). «Apêndice 2». A Commercialising Economy: England, 1086 to c1300 (em inglês) 1° ed. Manchester: Manchester University Press. ISBN 0-7190-3994-0 
  6. a b Vitalis. The ecclesiastical history of Orderic Vitalis, Volume 2 Book 3. pp.49-55
  7. Vitalis. The ecclesiastical history of Orderic Vitalis, Volume 2 Book 3. Nota pp.54-55. Discussão sobre data da morte de Mabel de Bellême, 1077 e 1079, sendo o mais provável.
  8. Allen Brown. Proceedings of the Battle Conference on Anglo-Norman studies: 1978. p.41.
  9. George Edward Cokayne, The Complete Peerage; or, A History of the House of Lords and all its Members from the Earliest Times, Volume XI, Ed. Geoffrey H. White (The St. Catherine Press, Ltd., Londres, 1949), p. 695
  10. George Edward Cokayne, The Complete Peerage of England Scotland Ireland Great Britain and the United Kingdom, Extant Extinct or Dormant, Vol. I, Ed. Vicary Gibbs (The St. Catherine Press, Ltd., Londres, 1910), p. 233
  11. George Edward Cokayne, The Complete Peerage of England Scotland Ireland Great Britain and the United Kingdom, Extant Extinct or Dormant, Vol. IV, Ed. Vicary Gibbs (The St. Catherine Press, Ltd., Londres, 1916), p. Apêndice I, p. 762
  12. a b c K.S.B. Keats-Rohan, Domesday People, Vol. I Domesday Book (The Boydell Press, Woodbridge, RU, 1999), p. 399
  13. W.H. Turton, The Plantagenet Ancestry; Being Tables Showing Over 7,000 of the Ancestors of Elizabeth (daughter of Edward IV, and wife of Henry VII) the Heiress of the Plantagenets (Genealogical Publishing Co., Baltimore, 1968), p. 144
  14. George Edward Cokayne, The Complete Peerage of England Scotland Ireland Great Britain and the United Kingdom, Extant Extinct or Dormant, Vol. V, Ed. H. A. Doubleday & Howard de Walden (The St. Catherine Press, Ltd., Londres, 1926), p. 683
  15. J.R. Planché, The Conqueror and His Companions, Vol. I (Tinsley Brothers, Londres, 1874), p. 202
  16. K.S.B. Keats-Rohan, Domesday People, Vol. I Domesday Book (The Boydell Press, Woodbridge, RU, 1999), p. 372
  17. a b c George Edward Cokayne, The Complete Peerage; or, A History of the House of Lords and all its Members from the Earliest Times, Vol XI, Ed. Geoffrey H. White (Londres: The St. Catherine Press, Ltd., 1949), pp. 688, 689-92

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Nova criação
Conde de Shrewsbury
1074–1094
Sucedido por
Hugo de Montgomery