Fulgêncio de Cartagena

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 Nota: Para o santo de mesmo nome, veja Fulgêncio de Ruspe. Para outros significados, veja Fulgêncio.
São Fulgêncio de Cartagena
Fulgêncio de Cartagena
Estátua de São Fulgêncio na Igreja de Santa Maria de Gracia, em Cartagena.
Obra de Francisco Salzillo.
Nascimento século VI
Cartagena, Hispânia
Morte c. 630
Ástigis, (moderna Écija, Espanha)
Veneração por Igreja Católica
Igreja Ortodoxa
Festa litúrgica 14 de janeiro
Portal dos Santos

Fulgêncio de Cartagena (em castelhano: San Fulgencio de Cartagena; em latim: Fulgentius), nascido em Cartagena no século VI e morto em 630, foi bispo de Ástigis (moderna Écija), na Hispânia.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Como seus irmãos Leandro e Isidoro, ambos arcebispos de Sevilha, o primeiro mais velho e o segundo, mais novo, Fulgêncio também se dedicou à Igreja. A irmã dos três, uma dedicada religiosa, era Santa Florentina. O pai deles, Severiano, viveu primeiro em Cartagena, era romano e, segundo informações de confiabilidade duvidosa, era prefeito imperial[1].

Datas exatas sobre a vida de Fulgêncio são raras, pois ele é mencionado apenas de forma incidental nas fontes da época. Leandro, em seu "Libellus" sobre a vida religiosa, escrito para Florentina, afirma ter enviado Fulgêncio de volta à sua cidade-natal, Cartagena, e, preocupado com o que poderia acontecer com ele, pede à irmã que reze por ele. Não há, porém, como saber a quais perigos estaria Fulgêncio exposto. Provavelmente sob a influência de Leandro, que foi consagrado arcebispo de Sevilha em 584 e detinha uma importante função nos assuntos religiosos do Reino Visigótico, Fulgêncio tornou-se bispo de Ástigis (Écija), na diocese eclesiástica de Sevilha[1].

Quando Leandro morreu em 600 e provou-se que Pegásio (Pegasius) ainda era bispo de Écija (590), podemos assumir com segurança que a data da consagração de Fulgêncio estava entre 590 e 600; seja como for, ele já ocupava a sé em 610. Isidoro, que sucedeu ao irmão em Sevilha, dedicou a Fulgêncio, "seu senhor, o servo de Deus", suas obras sobre a origem e os autores da liturgia da Igreja, "De ecclesiasticis officiis". Foi a pedido de Fulgêncio que Isidoro escreveu-a[1].

No Segundo Sínodo de Sevilha (619), que reuniu os bispos da província da Bética, uma controvérsia entre o bispo de Ástigis e o bispo de Córdoba sobre uma igreja que ambos reivindicavam para paróquias em suas respectivas dioceses foi julgada; uma comissão foi nomeada e declarou-se que trinta anos de posse sem perturbações seriam equivalentes a um título legal. Fulgêncio compareceu pessoalmente e seu nome aparece nas assinaturas dos atos do concílio. Este foi o último evento na vida dele para o qual existe uma prova definitiva. Seja como for, Fulgêncio morreu antes de 633, quando prova-se que um tal Marciano tornou-se bispo de Ástigis.

Veneração[editar | editar código-fonte]

Fulgêncio, como sua irmã e irmãos, foi venerado como santo. Na Hispânia, sua festa era celebrada em dias diferentes: na "Acta Sanctorum" dos bolandistas, a data era 14 de janeiro.

Ele é frequentemente confundido nas obras medievais com São Fulgêncio de Ruspe e algumas obras lhe foram atribuídas, mas nada delas sobreviveu.

Sabe-se que muito depois de sua morte, uma parte dos ossos de São Fulgêncio e os de sua irmã, Santa Floretina, foram levados em segurança para Sierra de Guadalupe, e, no século XIV, estavam na vila de Berzocana. A outra parte está na Catedral de Múrcia, da qual São Fulgêncio é o padroeiro.

Referências