São Nicolau (Marco de Canaveses)

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Portugal São Nicolau 
  Freguesia portuguesa extinta  
Símbolos
Brasão de armas de São Nicolau
Brasão de armas
Localização
São Nicolau está localizado em: Portugal Continental
São Nicolau
Localização de São Nicolau em Portugal Continental
Mapa
Mapa de São Nicolau
Coordenadas 41° 11' 20" N 8° 08' 39" O
Município primitivo Marco de Canaveses
Município (s) atual (is) Marco de Canaveses
Freguesia (s) atual (is) Marco
História
Extinção 28 de janeiro de 2013
Características geográficas
Área total 0,84 km²
População total (2011) 447 hab.
Densidade 532,1 hab./km²

São Nicolau foi uma freguesia portuguesa do concelho de Marco de Canaveses, com 0,84 km² de área[1] e 447 habitantes (2011).[2] Densidade: 532,1 hab/km².

Foi extinta pela reorganização administrativa de 2013,[3] sendo o seu território integrado na freguesia do Marco.

População[editar | editar código-fonte]

População da freguesia de São Nicolau[4]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
259 229 287 307 312 296 237 336 334 284 353 269 491 447
Distribuição da População por Grupos Etários
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 86 78 270 57 17,5% 15,9% 55,0% 11,6%
2011 63 66 260 58 14,1% 14,8% 58,2% 13,0%

No censo de 1878 estava anexada à freguesia de Fornos

Caracterização[editar | editar código-fonte]

Apesar de integrada na cidade do Marco de Canaveses, São Nicolau era uma das menos povoadas do concelho e a de menor extensão. Tinha 269 habitantes em 1991 e 491 dez anos depois. Comércio e indústria representam parcelas importantes na economia, com particular incidência para o sector terciário, que naturalmente engloba alguns dos serviços essenciais para a população do Marco de Canaveses.


História[editar | editar código-fonte]

São Nicolau corresponde à antiga Vila de Canaveses. Aqui foi fundada a Albergaria da Rainha, por D. Mafalda, que também mandou construir a Igreja românica e a ponte sobre o Tâmega; aqui se estabeleceu o Concelho de Canaveses, com pelourinho hoje classificado monumento nacional.

Em breves linhas, a história de São Nicolau, que com cerca de quinhentos habitantes, pouco conserva, hoje, do seu antigo esplendor. Melhor do que nós, Manuel de Vasconcelos resumiu séculos de vida em "A Vila de Canaveses" (1935): «Dentro da província de Entre-Douro-e-Minho, sob a alçada da antiga comarca de Guimarães, com os braços abertos de uma e outra parte do rio Tâmega, assenta a pequena e antiquada vila de Canaveses. No recanto onde jaz, entre as colinas do vale do Tâmega, férteis e verdejantes, esquecida, ignorada, ninguém ousaria chamá-la ao tablado da publicidade, se não fora o precioso manancial de águas sulfurosas arsenicais, que muito perto brota.

Terra antiga, que vem, pelo menos, da fundação da monarquia portuguesa, gozou de privilégios e regalias e possui ainda uma das mais belas obras da arte românica, a majestosa ponte sôbre o rio Tâmega.»

Na altura em que o autor escreveu (1935), ainda a velhinha ponte românica se erguia, orgulhosa, depois de ter vencido as duras refregas da Segunda Invasão Francesa. Soult bem tentou atravessar o rio, mas encontrou a oposição de António da Serpa Pinto, capitão-mor do Concelho de Canaveses, Soalhães e Tuias. Durante longos dias, a ponte foi defendida, tão bem que os franceses não passaram, mesmo que à custa de muitos mortos e feridos.

Grandemente danificada, seria reparada mais tarde, com os seus sete arcos e guardas ameadas. Estava em ruínas nos inícios do nosso século, tendo sido demolida e substituída por outra semelhante, em 1944. Atitude incompreensível do poder de então, impensável hoje em dia.

A Igreja Paroquial de São Nicolau é românica. Muito simples, localiza-se perto da margem esquerda do Tâmega. A frontaria é rematada por uma sineira, colocada no vértice da empena, e o pórtico principal é de arco quebrado. O interior é também muito simples e guarda a sepultura de Álvaro Pessoa de Carvalho (século XVIII).

Em 1977, foram, descobertos alguns frescos renascentistas, representando Santa Catarina, de Alexandria; e um eclesiástico trajado de negro. Classificado como imóvel de interesse público, em 1971, este templo apresenta, segundo o saudoso Carlos Alberto Ferreira de Almeida, "feição românica, embora possa não datar dos séculos XII ou XIII ".

Do antigo poder municipal protagonizado pelo Concelho de Canaveses, é hoje símbolo perene o Pelourinho de São Nicolau, classificado em Junho de 1910. É constituído por um pódio de quatro degraus que suporta uma coluna cilíndrica, encimada por um elemento quadrangular, rematado nos seus vértices por quatro pequenas pirâmides e uma maior, no centro. Canaveses foi Honra e Vila. Detinha os privilégios daí decorrentes. Era também uma das poucas Beetrias portuguesas, lugares geralmente ermos beneficiados pelos primeiros monarcas para albergar os viandantes.

Não se sabe quando recebeu o título de Vila, tudo aponta para que tenha sido no tempo de D. Mafalda. Foi integrado, no século XIX, no Concelho de Soalhães e posteriormente no de Marco de Canaveses.

Património[editar | editar código-fonte]


Referências

  1. IGP (2012). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2012.1» (XLS-ZIP). Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2012.1. Instituto Geográfico Português. Consultado em 30 de julho de 2013. Cópia arquivada em 9 de novembro de 2013 
  2. INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP). Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_NORTE". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013. Cópia arquivada em 8 de outubro de 2014 
  3. Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  4. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes