Sérvio Cornélio Cipião Salvidieno Orfito (cônsul em 51)

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 Nota: Para outros significados, veja Sérvio Cornélio Cipião Salvidieno Orfito.
Sérvio Cornélio Cipião Salvidieno Orfito
Cônsul do Império Romano
Consulado 51 d.C.
Morte 66 d.C.

Sérvio Cornélio Cipião Salvidieno Orfito (em latim: Servius Cornelius Scipio Salvidienus Orfitus; m. 66) foi um senador romano da gente Cornélia eleito cônsul em 51 com o imperador Cláudio[1]. Seu pai, chamado Orfito, foi um dos sete filhos (de seis maridos diferentes) da famigerada Vistília[2].

Carreira[editar | editar código-fonte]

Sua carreira está descrita numa inscrição encontrada em Léptis Magna data em 61-62[3]. O cargo mais antigo foi o de questor do imperador Cláudio e o próximo foi de pretor urbano, ambos cargos prestigiosos que ele provavelmente devia à influência do meio-irmão de seu pai, Públio Suílio Rufo, outro filho de Vestília e um poderoso aliado de Cláudio na época. Depois de seu consulado, em 51, Sérvio foi admitido nos colégios dos pontífices e dos sodais augustais, dois grupos igualmente poderosos. Depois disto, a inscrição menciona que ele foi procônsul da África, indicando que ele manteve o cargo entre 62 e 63.

Tácito relata que Sérvio propôs, em 65, que os meses de maio e junho fossem renomeados para "Cláudio" e "Germânico", homenagens a Cláudio e Nero respectivamente, justificando a decisão afirmando que a execução dos dois Júnios Torquatos — Marco Júnio Silano Torquato e Lúcio Júnio Silano Torquato — havia tornado o mês de "junho" (junius) pouco auspicioso[4]. Frederik Juliaan Vervaet argumenta que, ao invés de um ato bajulatório, Nero e seus aliados interpretaram a proposta como uma crítica sutil. Se for este o caso, isto explicaria a motivação por trás da acusação feita por Marco Aquílio Régulo contra Sérvio no Senado Romano de que ele seria um traidor de Nero no ano seguinte[5]. Seja qual for o motivo, Sérvio foi considerado culpado e executado[6][7][8].

Família[editar | editar código-fonte]

Seu filho, Sérvio Cornélio Cipião Salvidieno Orfito, e seu neto, Sérvio Cornélio Cipião Salvidieno Orfito seguiram seus passos e tornaram-se cônsules durante o reinado de Domiciano e em 110 respectivamente.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul do Império Romano
Precedido por:
Caio Antíscio Veto

com Marco Suílio Nerulino

Cláudio V
51

com Sérvio Cornélio Cipião Salvidieno Orfito
com Lúcio Calvêncio Veto Carmínio (suf.)
com Tito Flávio Vespasiano (suf.)

Sucedido por:
Fausto Cornélio Sula Félix

com Lúcio Sálvio Otão Ticiano
com Quinto Márcio Bareia Sorano (suf.)
com Lúcio Salvidieno Rufo Salviano (suf.)


Referências

  1. Paul Gallivan, "The Fasti for the Reign of Claudius", Classical Quarterly, 28 (1978), p. 409
  2. Ronald Syme, "Domitius Corbulo", Journal of Roman Studies, 60 (1970), p. 31
  3. Inscriptions of Roman Tripolitania, 341
  4. Tácito, Anais XIV.12
  5. Vervaet, "A Note on Syme's Chronology of Vistilia's Children", Ancient Society, 30 (2000), pp. 108f
  6. Tácito, Histórias IV.42.1
  7. Suetônio, Vidas dos Doze Césares, Vida de Nero 37
  8. Dião Cássio, História Romana 62.27.1

Bibliografia[editar | editar código-fonte]