Rodovia dos Tamoios
Rodovia dos Tamoios
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|---|---|---|---|---|---|---|
| Trecho da Rodovia dos Tamoios no km 25+800 | ||||||
| Identificador | SP-099 | |||||
| Tipo | Transversal | |||||
| Inauguração | 1957 (pista simples) 2014 (duplicação planalto) | |||||
| Legislação | Lei Estadual nº 1796, de 18 de outubro de 1978 Decreto Estadual nº 54.652, de 6 de agosto de 2009 | |||||
| Extensão | 83,4 km (51,8 mi) | |||||
| Extremos • Norte: • Sul: |
São José dos Campos, SP Praça Marechal do Ar Eduardo Gomes (traçado antigo) Anel Viário/Av. Mário Covas (traçado novo) Caraguatatuba, SP Av. Pres. Campos Salles/Trevo do Indaiá | |||||
| Trecho de | SP-099 | |||||
| Cruzamentos | Rodovia SPI-065/099 Rodovia SPI-097/055 | |||||
| Concessionária | Concessionária Tamoios | |||||
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| Rodovias Estaduais de São Paulo | ||||||
A Rodovia dos Tamoios (SP-099), também conhecida como Estrada dos Tamoios[1], é uma rodovia do estado de São Paulo, Brasil, que conecta São José dos Campos, no planalto, à Caraguatatuba, no litoral. Trata-se da principal ligação entre o Vale do Paraíba e o Litoral Norte paulista, desempenhando papel estratégico para o turismo, logística e desenvolvimento regional.[2][3][4]
A denominação Rodovia dos Tamoios foi oficializada pela Lei nº 1.796, de 18 de outubro de 1978, em referência à tribo indígena Tamoios, que habitava o Litoral Norte paulista e o Litoral Sul fluminense.[1]
No trecho entre o km 4+500 m e o km 9+300 m, a rodovia recebe a denominação de Rodovia Octavio Frias de Oliveira, em homenagem ao empresário e jornalista fundador do Grupo Folha.[5][6]
Desde 2015, o maior trecho da rodovia passou a ser administrado pela Concessionária Tamoios, pertencente ao Grupo Queiroz Galvão S/A, responsável pela operação, manutenção e ampliação da infraestrutura viária, incluindo a duplicação do trecho de serra.[7][8]
Histórico
[editar | editar código]Construção
[editar | editar código]A abertura e construção da antiga estrada que hoje corresponde à Rodovia dos Tamoios teve como principais responsáveis o Coronel Edgard Armond, da então Força Pública de São Paulo, e o engenheiro João Fonseca de Camargo e Silva, do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP). [3]
Em dezembro de 1931, durante suas férias, o Coronel Armond embarcou no vapor Iraty, em Santos, com destino a São Sebastião. A bordo, conheceu o ex-deputado estadual Manuel Hipólito do Rego, natural da cidade, com quem conversou sobre o estado de abandono da região e a urgente necessidade de comunicações terrestres com o planalto. Na época, o Litoral Norte estava isolado, com poucas ligações viárias: Paraty a Cunha, Ubatuba a São Luiz do Paraitinga, e Caraguatatuba a Paraibuna por caminhos estreitos, íngremes e acidentados, utilizados apenas por pedestres, cavaleiros e cargueiros. O trânsito marítimo também era precário e irregular. As autoridades governamentais demonstravam pouco interesse pela região, que permanecia isolada e alheia ao progresso que se espalhava por outras partes do estado.[3]
Em 16 de fevereiro de 1932, acompanhado por João Fonseca, Armond realizou pessoalmente o reconhecimento da área. Escolheram Paraibuna, a 35 km de São José dos Campos, como base inicial. Após três horas e meia de viagem de automóvel, chegaram ao ponto extremo da estrada carroçável, no km 35. Fonseca retornou, e Armond seguiu a cavalo pelo caminho de cargueiros até Caraguatatuba, onde chegou ao final da tarde. O reconhecimento seguiu a pé, abrindo-se novas picadas, carregando víveres nas costas e enfrentando chuvas constantes. A expedição durou cerca de 20 dias, percorrendo a Enseada de Caraguatatuba, a barra do Rio Juqueriquerê, a ponta do Arpoar, a Serra do Dom, o bairro de São Francisco, até chegar à cidade de São Sebastião.[3]
Em 12 de abril de 1932, aos 38 anos e sem recursos materiais, Armond iniciou a abertura da rodovia no topo da serra de Caraguatatuba, começando pelo trecho mais difícil. Utilizou 15 praças da Força Pública, em sua maioria soldados prestes a serem desincorporados, e dirigiu pessoalmente os trabalhos. Instalou o grupo no Alto da Serra e lavrou a ata oficial, marcando o início das obras. Como o número de militares era insuficiente, utilizou uma verba de 50 contos para contratar cerca de 30 auxiliares civis, que trabalharam junto à equipe militar sob sua coordenação direta.[3]
Em maio de 1932, com a saída do General Miguel Costa do comando da Força Pública e do Coronel Mendonça Lima da Secretaria da Viação, o novo secretário Fonseca Telles suspendeu a verba concedida. Técnicos da secretaria defendiam que a estrada deveria ser construída pela serra de São Sebastião, e não pela de Caraguatatuba. Armond, junto a 14 municipalistas da região, protestou e solicitou a designação de uma comissão para inspecionar as obras. A comissão foi formada pelos diretores do DER, Carlos Quirino Simões e Aristeu Reis, além do Major Euclides Machado, chefe do Serviço de Engenharia da Força Pública. Após inspeção e análise do traçado, a comissão aprovou o projeto e recomendou a liberação de uma nova verba de 200 contos para continuidade das obras.[3]
Com a eclosão da Revolução Constitucionalista de 1932, em julho, Armond suspendeu os trabalhos e dispensou os civis, mantendo apenas os cavoqueiros, que continuaram atuando mesmo durante o conflito. O efetivo militar foi incorporado às tropas irregulares, formando o Grupamento Capitão Armond. Armond assumiu o comando do litoral, monitorando os movimentos da Armada, que mantinha navios de guerra em São Sebastião. Organizou e comandou tropas em Paraibuna, Caraguatatuba, e posteriormente no sul do estado, em Itaí, Taquarituba e Avaré.[3]
Após o fim do conflito, foi nomeado Chefe de Polícia do Estado de São Paulo e passou a integrar a Casa Militar do governador militar do estado, General Valdomiro Lima. Sessenta dias depois, pediu demissão dos cargos e foi designado para comandar o Batalhão de Sapadores, criado para dar continuidade à construção da estrada. Sensibilizou o governo para obter os recursos necessários e, em 8 de dezembro, deixou o cargo de ajudante de ordens do governador, assumindo o comando interino do batalhão no dia seguinte.[3]
Em 25 de dezembro, os integrantes da 2ª Companhia estavam concentrados no Alto da Serra. Em 4 de fevereiro, Armond fixou a sede do batalhão e da 3ª Companhia em Paraibuna. Os efetivos foram distribuídos da seguinte forma:
- 1ª Companhia – 120 homens – Trecho Rio Ouro – Alto
- 2ª Companhia – 130 homens – Trecho Alto – Rio Ouro
- 3ª Companhia – 120 homens – Trecho Paraibuna – Alto
Em fins de 1934, os trabalhos da equipe militar foram suspensos, segundo Armond, para “satisfazer injunções políticas e dar empreitadas a interessados”. Em agosto de 1934, entregou ao DER o trecho Paraibuna a Caraguatatuba, já em operação, incluindo a serra. Em seguida, o DER completou o trecho Caraguatatuba a São Sebastião.[3]
Pavimentação e recuperação
[editar | editar código]Em 1957, durante o governo Jânio Quadros, a estrada foi pavimentada com o método Mixed in Place, popularmente conhecido como “virado”. A pavimentação resolveu os problemas de excesso de pó e lama, que, somados à neblina constante, causavam graves acidentes. Antes do asfalto, a estrada era praticamente intransitável em períodos de chuva.[3][4]
Em 1967, o município de Caraguatatuba foi atingido por uma catástrofe natural que destruiu o trecho em serra, exigindo sua reconstrução. As obras foram realizadas com tecnologia moderna e novo traçado, demandando grande concentração de recursos e esforços.[3][4]
Em 1970, o DER executou melhorias significativas no traçado entre São José dos Campos e Paraibuna. Com a inundação provocada pelo enchimento da Barragem Paraibuna–Paraitinga, que prejudicou o trecho entre Paraibuna e o alto da serra, a reconstrução ficou a cargo da CESP (Companhia Energética de São Paulo), sob coordenação do DER.[4]
Duplicação
[editar | editar código]A duplicação da Rodovia dos Tamoios teve início em maio de 2012, sob gestão do então governador Geraldo Alckmin. A previsão inicial era de que as obras fossem concluídas em dezembro de 2013, porém a entrega oficial ocorreu em janeiro de 2014.[9][10][11]
O trecho duplicado no planalto correspondeu a quase 50 quilômetros, divididos em dois lotes: o primeiro compreendeu o segmento entre o km 11,5 e o km 35,8, e o segundo, entre o km 35,8 e o km 60,5. A duplicação abrangeu os municípios de São José dos Campos, Jambeiro e Paraibuna, e representou um avanço significativo na infraestrutura viária da região.[10]
O investimento total na obra foi de aproximadamente R$ 1,1 bilhão, refletindo a complexidade do projeto e a importância estratégica da rodovia como principal ligação entre o Vale do Paraíba e o Litoral Norte paulista.[12]
Concessão e administração
[editar | editar código]O trecho inicial da rodovia, em São José dos Campos, foi aberto e integrado à malha viária em 2009, proporcionando acesso direto ao Anel Viário da cidade. Esse segmento é administrado pela Prefeitura Municipal. Até então, a rodovia se iniciava na Praça Marechal do Ar Eduardo Gomes, na entrada do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).[5]
Desde 2009, o trecho da Rodovia dos Tamoios compreendido entre os km 4,5 e 11,5, que faz interseção com a Rodovia Governador Carvalho Pinto (SP-070), passou a ser administrado pela concessionária Ecovias Leste Paulista, integrante do Grupo EcoRodovias, como parte do pacote de concessão do complexo viário Ayrton Senna/Carvalho Pinto.[13][14][15]
Em 3 de outubro de 2014, o Consórcio Litoral Norte, liderado pela empresa Queiroz Galvão, venceu o leilão de concessão da Rodovia dos Tamoios, assumindo a responsabilidade pela administração da via por um período de 30 anos. A nova concessionária, sob o nome de Concessionária Tamoios, passou a operar o restante da rodovia a partir de 18 de abril de 2015, iniciando no km 11,5, incluindo os acessos em Paraibuna.[7][16]
Conforme estabelecido no contrato de concessão, a nova administração ficou encarregada da construção da nova pista no trecho de serra, e, após atingir 6% de execução das obras, foi autorizada a iniciar a cobrança de pedágio. Com a inauguração das rodovias SPI-065/099 (Serra Nova) e SPI-097/055 (Contornos), ambas foram integradas à malha sob responsabilidade da Concessionária Tamoios, ampliando o escopo de gestão e operação do sistema viário.[8][17]
Características
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A rodovia
[editar | editar código]A Rodovia dos Tamoios (SP-099) possui 83,4 quilômetros de extensão e conecta as cidades de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, e Caraguatatuba, no Litoral Norte paulista, passando pelos municípios de Jambeiro e Paraibuna.[2]
Ao longo de seu trajeto, a rodovia estabelece interseções com a Rodovia Presidente Dutra (BR-116), Rodovia Governador Carvalho Pinto (SP-070), Rodovia Júlio de Paula Moraes (SP-103), Rodovia Professor Alfredo Rolim de Moura / Estrada das Pitas (SP-088), Rodovia SPI-097/055 (Contornos), Rodovia SPI-065/099 (Serra Nova) e Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego / Rio-Santos (SP-055).[4][18][19]
O trecho de planalto é totalmente duplicado, com duas faixas de rolamento e acostamento em cada pista. Nesse segmento, o limite de velocidade é de 80 km/h para veículos leves e 60 km/h para veículos pesados.[10][20]
Trecho de serra
[editar | editar código]Entre os km 68 e 81, a Rodovia dos Tamoios atravessa a Serra do Mar, descendo de aproximadamente 750 metros de altitude até o nível do mar. Esse trecho apresenta pista simples, com duas faixas de rolamento e acostamento, em um percurso sinuoso, onde o limite de velocidade varia entre 30 km/h, 40 km/h e 50 km/h.[21] Desde a inauguração da Rodovia SPI-065/099 (Serra Nova), em março de 2022, o trecho passou a operar em sentido único, geralmente no sentido litoral. No entanto, conforme a demanda, é possível realizar a inversão do sentido de tráfego, além da operação em regime bidirecional, quando necessário.[22][23]
Por questões de segurança, o trecho de serra é totalmente interditado quando os pluviômetros registram 100 mm de chuva acumulada em um intervalo de 72 horas. Nesses casos, o tráfego é redirecionado para a Rodovia SPI-065/099 (Serra Nova), onde é implantada a “Operação Comboio”, utilizando o sistema “Pare & Siga”, com alternância de sentido — ora em direção a Caraguatatuba, ora a São José dos Campos — sob acompanhamento da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) e da Concessionária Tamoios.[24][25]
No sentido São José dos Campos, todos os veículos trafegam juntos. Já no sentido Caraguatatuba, os comboios são organizados por categoria: primeiro os veículos de passeio, seguidos pelos veículos de carga, e por último os veículos transportando produtos perigosos. Esse formato pode variar conforme as condições operacionais, e cada comboio tem duração estimada de 1 hora e 30 minutos. As equipes de sinalização se posicionam no km 59, no trecho de planalto (sentido litoral), e no trecho urbano de Caraguatatuba, próximo ao acesso à Serra Nova (sentido São José dos Campos).[25]
O monitoramento das condições climáticas é realizado por cinco estações meteorológicas instaladas em pontos estratégicos da rodovia, que enviam dados em tempo real ao Centro de Controle Operacional (CCO) da Concessionária Tamoios, permitindo decisões rápidas e eficazes para garantir a segurança dos usuários.[24]
Trajeto
[editar | editar código]Relato descritivo rodoviário
[editar | editar código]| km | Descrição | Município |
|---|---|---|
| 00 | Início da Rodovia
Traçado novo: Anel Viário/Av. Mário Covas (Rodovia Octavio Frias de Oliveira) Traçado antigo: Praça Marechal do Ar Eduardo Gomes |
São José dos Campos |
| Interseção com a Rodovia Presidente Dutra | ||
| 01 | Acesso ao bairro Jardim Satélite (Traçado novo - Viaduto Talim) | |
| Acesso aos bairros Vila Letônia e Vila Nair (Traçado antigo) | ||
| 02 | Acesso ao bairro Jardim Satélite/Av. Cassiopeia (Traçado novo - Viaduto Frei Galvão) | |
| Acesso ao bairro Vila São Bento (Traçado antigo) | ||
| 03 | Acesso ao bairro Bosque dos Eucaliptos/Av. Iguape (Traçado novo) | |
| 05 | Acesso ao bairro Torrão de Ouro e ao Instituto de Estudos Avançados - IEAv (Ambos os traçados) | |
| Interseção do traçado novo com o traçado antigo | ||
| 07 | Acesso aos bairros São Judas Tadeu, Capuava e Putim | |
| 10 | Interseção com a Rodovia Governador Carvalho Pinto | |
| 14 | Acesso à Avibras | Jambeiro |
| 16 | Pedágio P1 - Jambeiro (Bidirecional) | |
| 17 | Acesso ao bairro Canaã (Pista sentido Caraguatatuba) | |
| 18 | Acesso à Rosa Mystica (Pista sentido Caraguatatuba) | |
| 19 | Serviço de Atendimento ao Usuário - SAU 1 (Pista sentido Caraguatatuba) | |
| 22 | Base da Polícia Militar Rodoviária - PMRv (Pista sentido São José dos Campos) | |
| Acesso ao bairro Parque Industrial | ||
| 23 | Antiga balança do DER (Pista sentido Caraguatatuba) | |
| Acesso à Jambeiro | ||
| Interseção com a Rodovia Júlio de Paula Moraes | ||
| 26 | Início do trecho da Serrinha | |
| 28 | Ponte sobre a Represa de Paraibuna | Paraibuna |
| Fim do trecho da Serrinha | ||
| 29 | Acesso à Estrada Municipal de Santa Branca | |
| 32 | Acesso à Paraibuna - Via de Acesso SPA-032/099 | |
| 33 | Acesso à Estrada do Itapeva - Via de Acesso SPA-033/099 | |
| 35 | Acesso à Paraibuna pela Av. Benedito Nogueira Santos - Via de Acesso SPA-035/099 | |
| 37 | Acesso à Usina Hidrelétrica de Paraibuna (CESP) - Via de Acesso SPA-037/099 | |
| 38 | Ponte sobre o Rio Fartura | |
| 41 | Acesso ao Condomínio Quinta dos Lagos | |
| 45 | Acesso ao Condomínio Village Parahybuna | |
| 46 | Balança/Posto Geral de Fiscalização - PGF 1 (Pista sentido Caraguatatuba) | |
| 48 | Ponte sobre a Represa de Paraibuna | |
| Serviço de Atendimento ao Usuário - SAU 2 e Mirante (Pista sentido São José dos Campos) | ||
| 55 | Acesso ao bairro do Cedro | |
| Interseção com a Rodovia Professor Alfredo Rolim de Moura | ||
| 57 | Ponte sobre a Represa de Paraibuna | |
| 59 | Pedágio P2 - Paraibuna (Bidirecional) | |
| 60 | Base de Serviço Operacional da Concessionária Tamoios - Antiga Base da Polícia Militar Rodoviária - PMRv (Pista sentido São José dos Campos) | |
| 61 | Ponte sobre a Represa de Paraibuna | |
| 62 | Início do trecho dentro do Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Caraguatatuba | |
| 65 | Interseção com a Rodovia SPI-065/099 (Serra Nova) | Caraguatatuba |
| Centro de Controle Operacional - CCO da Concessionária Tamoios | ||
| 68 | Início do trecho de serra | |
| 71 | Estrada de acesso ao Túnel 2 - Rodovia SPI-065/099 (Serra Nova) | |
| 76 | Estrada de acesso ao Túnel 3/4 - Rodovia SPI-065/099 (Serra Nova) | |
| 81 | Base da Polícia Militar Rodoviária - PMRv | |
| Acesso ao bairro Rio do Ouro | ||
| 82 | Acesso aos bairros Jaraguazinho e Ponte Seca | |
| Interseção com a Rodovia SPI-097/055 (Contornos) | ||
| 83 | Interseção com a Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego | |
| Fim da Rodovia
Av. Pres. Campos Salles/Trevo do Indaiá |
Jurisdição/Administração
[editar | editar código]| Início (km) | Fim (km) | Extensão (km) | Município | Jurisdição | Administração |
|---|---|---|---|---|---|
| 0,0 | 4,5 | 4,5 | São José dos Campos | Estadual | Prefeitura de São José dos Campos |
| 4,5 | 11,5 | 7,0 | Concessionária Ecopistas | ||
| 11,5 | 14,4 | 2,9 | Concessionária Tamoios | ||
| 14,4 | 26,0 | 11,6 | Jambeiro | ||
| 26,0 | 64,2 | 38,2 | Paraibuna | ||
| 64,2 | 83,4 | 19,2 | Caraguatatuba |
Pedágios
[editar | editar código]A Rodovia dos Tamoios possui cobrança de pedágios desde 2016, com duas praças ao longo da rodovia, ambas operadas pela Concessionária Tamoios.[26]
| Pedágio | km | Sentido | Município | Tarifas
(Vigente desde 1 de julho de 2025)[26] | ||||
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Passeio/Utilitário | Caminhão/Ônibus
(por eixo) |
Reboque/Passeio
(3 eixos) |
Reboque/Passeio
(4 eixos) |
Motocicleta | ||||
| P1 | 16,1 | Bidirecional | Jambeiro | R$ 5,80 | R$ 5,80 | R$ 8,70 | R$ 11,60 | R$ 2,90 |
| P2 | 59,3 | Bidirecional | Paraibuna | R$ 12,30 | R$ 12,30 | R$ 18,45 | R$ 24,60 | R$ 6,15 |
Controvérsias
[editar | editar código]Limite de Velocidade
[editar | editar código]O limite de velocidade na Rodovia dos Tamoios tem sido alvo de constantes reclamações por parte dos motoristas e questionamentos de autoridades municipais da região, que consideram os valores adotados baixos em relação aos padrões atuais da via. Desde a duplicação do trecho de planalto, os limites permanecem em 80 km/h para veículos leves e 60 km/h para veículos pesados, valores que também foram aplicados à Rodovia SPI-065/099 (Serra Nova).[27][28]
Em 2015, no trecho de serra, o limite de 30 km/h em determinados pontos gerou insatisfação entre os prefeitos do Litoral Norte, que pressionaram o DER para revisar a velocidade de um dos radares instalados na via. A principal alegação era de que a redução brusca da velocidade poderia provocar colisões traseiras, comprometendo a segurança dos usuários.[21]
Em 2019, a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP) realizou um estudo técnico que descartou a possibilidade de aumento do limite de velocidade, especialmente a adoção de 100 km/h, por não haver parâmetros técnicos que justificassem tal alteração. Segundo a agência, a definição dos limites é baseada em manuais do DNIT e do DER, que consideram critérios como geometria e classe da rodovia, relevo da região e histórico de acidentes. Esse estudo foi realizado em cumprimento a uma promessa de campanha do então candidato ao governo de São Paulo, João Doria, que havia se comprometido a avaliar a viabilidade de revisão dos limites de velocidade na rodovia.[20][29]
Desvio no km 52
[editar | editar código]Em fevereiro de 2016, durante um período de fortes chuvas que atingiu a região de Paraibuna, ocorreu um deslizamento de encosta no km 52 da Rodovia dos Tamoios, obstruindo completamente a pista no sentido Caraguatatuba. Um desvio emergencial foi implantado, utilizando parte da pista no sentido São José dos Campos, devido ao rompimento dos taludes.[30]
Desde então, o desvio permaneceu ativo e nenhuma obra definitiva foi realizada para desobstruir a pista original. A Concessionária Tamoios alegou que o problema se trata de um passivo anterior à sua gestão, já que em abril de 2015, antes de assumir a rodovia, havia emitido um laudo técnico identificando trechos com risco de deslizamento, incluindo o km 52. Na época, a rodovia ainda era administrada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP).[30][31]
Com base nesse laudo, a concessionária solicitou ao DER a realização de obras de contenção nas encostas para prevenir novos deslizamentos. No entanto, o impasse entre as partes acabou sendo judicializado, com o processo tramitando na Comarca de Paraibuna.[30][31]
Após sete anos de interdição, em fevereiro de 2023, o Governo do Estado de São Paulo firmou um acordo com a Concessionária Tamoios, resultando na assinatura de um termo aditivo ao contrato de concessão. Com isso, a concessionária assumiu a responsabilidade pela execução das obras de estabilização dos taludes no trecho afetado, sob fiscalização da ARTESP (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).[32][33]
Interdições do trecho de serra
[editar | editar código]A adoção do protocolo de segurança que determina a interdição total do trecho de serra da Rodovia dos Tamoios em períodos de chuva tem sido alvo de críticas por parte dos motoristas e autoridades locais. As reclamações se intensificam diante da frequência elevada de fechamentos, mesmo quando não há registro de queda de barreiras ou deslizamentos. Em novembro de 2018, por exemplo, o trecho permaneceu interditado por mais de 90 horas, e nos meses de janeiro e fevereiro de 2019, foram registradas seis interdições consecutivas.[34][35]
Diante da situação, o Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou, em maio de 2019, um inquérito civil para apurar se a Concessionária Tamoios estaria adotando medidas eficazes para reduzir as interdições recorrentes. O inquérito solicitou ao Instituto Geológico a realização de uma perícia técnica no trecho, com o objetivo de avaliar se as ações implementadas pela concessionária são suficientes para mitigar os riscos de erosões e deslizamentos.[36]
Em abril de 2022, a rodovia voltou a ser interditada por 19 horas devido ao acumulado de chuvas e ao risco de queda de barreiras, conforme previsto no protocolo de segurança. O episódio gerou novas reclamações, especialmente porque a Rodovia SPI-065/099 (Serra Nova) estava em operação e não havia sido interditada, podendo ser utilizada para a descida da serra no sentido Caraguatatuba. Segundo a concessionária, não havia previsão contratual para que a Serra Nova fosse utilizada como alternativa de descida em caso de interdição da serra antiga.[37][38]
Como medida para mitigar os impactos das interdições, a Concessionária Tamoios passou a adotar a “Operação Comboio” na Serra Nova, utilizando o sistema “Pare & Siga”, com alternância de sentido — ora em direção a Caraguatatuba, ora a São José dos Campos — sob acompanhamento da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) e das equipes operacionais da concessionária.[24]
Ver também
[editar | editar código]- Rodovia Presidente Dutra (BR-116)
- Rodovia Governador Carvalho Pinto (SP-070)
- Rodovia Júlio de Paula Moraes (SP-103)
- Rodovia Professor Alfredo Rolim de Moura (SP-088)
- Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego (SP-055)
- Rodovia SPI-065/099 (Serra Nova)
- Rodovia SPI-097/055 (Contornos)
- Caminhos do mar de São Paulo
- Serra do Mar
- Concessionária Tamoios
- Ecopistas
Referências
[editar | editar código]- ↑ a b «LEI N. 1.796, DE 18 DE OUTUBRO DE 1978». Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo - ALESP. 18 de outubro de 1978. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ a b «A Rodovia». Concessionária Tamoios. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ a b c d e f g h i j k «A RODOVIA DOS TAMOIOS E A FORÇA PÚBLICA». Coronel Oscar Pinheiro. 22 de setembro de 2019. Consultado em 27 de março de 2022
- ↑ a b c d e «História - Rodovia dos Tamoios». Concessionária Tamoios. Consultado em 27 de março de 2022
- ↑ a b «Rodovia Octavio Frias de Oliveira é inaugurada em São José». Prefeitura Municipal de São José dos Campos. 16 de outubro de 2009. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ «DECRETO Nº 54.652, DE 6 DE AGOSTO DE 2009». Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - ALESP. 6 de agosto de 2009. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ a b «Concessionária Tamoios assume a Rodovia SP-099». Concessionária Tamoios. 27 de abril de 2015. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ a b «Concessionária assume rodovia dos Tamoios e pedágio começa em 2016». G1 - Vale do Paraíba e Região. 16 de abril de 2015. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ «SP inicia duplicação da rodovia Tamoios». Frota & Cia. 18 de maio de 2012. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ a b c «SP entrega duplicação do trecho de planalto da Rodovia dos Tamoios». G1 - Vale do Paraíba e Região. 21 de janeiro de 2014. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ «Termina greve dos operários da duplicação da Tamoios». G1. Vale do Paraíba e Região. 25 de outubro de 2012
- ↑ «Tamoios é duplicada no trecho de Planalto». Governo do Estado de São Paulo. 24 de janeiro de 2014. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ «Corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto». Ecovias Leste Paulista. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ «EcoRodovias vai controlar Ayrton Senna/Carvalho Pinto». Exame. 21 de janeiro de 2012. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ «Ecovias Leste Paulista completa 16 anos de gestão do Corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto». Ecovias Leste Paulista. 18 de junho de 2025. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ «Consórcio Litoral Norte vence licitação de concessão da Tamoios». G1 - Vale do Paraíba e Região. 3 de outubro de 2014. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ «Rodovia dos Tamoios e Contornos». Secretaria de Parcerias em Investimentos. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ «Governo do Estado entrega obras do Contorno Norte para desafogar sistema viário em Caraguatatuba». Prefeitura Municipal de Caraguatatuba. 20 de dezembro de 2023. Consultado em 26 de janeiro de 2025
- ↑ «Serra Nova da Tamoios tem nova nomenclatura técnica». Concessionária Tamoios. 17 de julho de 2025. Consultado em 8 de outubro de 2025
- ↑ a b «Após estudo, Artesp descarta aumentar limite de velocidade na Tamoios». G1. 13 de novembro de 2019. Consultado em 27 de março de 2022
- ↑ a b «DER revisa limite de velocidade de radar no trecho de serra da Tamoios». G1. 19 de janeiro de 2015. Consultado em 27 de março de 2022
- ↑ «Governador de SP entrega duplicação do trecho de serra da Rodovia dos Tamoios». G1 - Vale do Paraíba e Região. 26 de março de 2022. Consultado em 8 de outubro de 2025
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