Saúde em Angola

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Evolução da expectativa de vida em Angola para o período 1950-2020

O sistema de saúde em Angola é composto por um grande sistema público, gerido pelo Estado, chamado Sistema Nacional de Saúde (SNS), que serve à maioria da população, pelo setor privado, gerido por fundos de seguros de saúde privados e entidades privadas, e pelas entidades sem fins lucrativos.

Organização[editar | editar código-fonte]

O sistema de saúde em Angola é basicamente dividido em 3 níveis: primário, secundário e terciário. A rede primária abrange os postos/centros de saúde e os hospitais municipais. A rede secundária contém os hospitais provinciais e regionais (essas duas redes são administradas pelos governos provinciais). A rede terciária é constituída pelos hospitais de referência e nacionais, os centros de cirurgia cardíaca, os centros oftalmológicos, os centros de hemodiálise e os centros de tratamento oncológico. Essa rede depende do Ministério da Saúde (MINSA). Enquanto o acesso a serviços de saúde não chega a determinadas regiões, é substituído por clínicas que atuam de forma complementar às instituições principais de saúde pública. O atendimento público de saúde em Angola é gratuito e obrigatório, e a rede privada é obrigada a prestar atendimento de primeiros socorros, independentemente do poder aquisitivo do paciente.[1]

Panorama-geral[editar | editar código-fonte]

Para além da inexistência ou precariedade de estruturas de atendimento primário, secundário e terciário em grandes áreas do territórios nacional, falta leitos de internamento hospitalar, além da lentidão ou morosidade de atendimento dos doentes e ainda a falta de pessoal especializado em certos serviços e áreas específicas da medicina e de cuidados básicos e intermediários de saúde.

Segundo um relatório[2] da OMS e do Banco Mundial, publicado em 2017, o sistema de saúde angolano é o pior em termos de cobertura de serviços básicos entre países lusófonos[3]. A Angola está localizada na zona endêmicas de febre amarela. A incidência de cólera é elevada. Apenas uma pequena fração da população recebe atenção médica ainda rudimentar. A partir de 2004, a relação dos médicos por população foi estimada em 7.7 por 100 mil pessoas [carece de fontes?]. Em 2005, a expectativa de vida foi estimada em apenas 38.43 anos, uma das mais baixas do mundo [carece de fontes?]. A mortalidade infantil em 2005 foi estimada em 187.49 por 1000 nascidos vivos, as mais altas do mundo. A incidência de tuberculose em 1999 foi 271 por 100000 pessoas. Taxas de imunização de crianças de um ano de idade em 1999 foram estimadas em 22% de tétano, difteria e tosse convulsa e 46% para sarampo. Desnutrição afetado cerca de 53% das crianças abaixo de cinco anos de idade a partir de 1999. Desde 1975 e 1992, houve 300 mil mortes relacionadas com a guerra civil. A taxa global de morte foi estimada em 24 por 1000 em 2002. A prevalência de HIV/AIDS foi 3.90 por 100 adultos em 2003. A partir de 2004, havia aproximadamente 240000 pessoas que vivem com HIV/AIDS no país. Em 2000, 38% da população teve acesso à água potável e 44% tinham saneamento adequado. [carece de fontes?]

Número de mortes de crianças menores de cinco anos por 1.000 nascidos vivos em Angola no período 1950-2020

Em Setembro de 2014 foi criado por decreto presidencial o Instituto Angolano de Controlo de Câncer (IACC), que vai integrar o Serviço Nacional Saúde de Angola.[4] O objectivo deste novo centro é assegurar a assistência médica e medicamentosa em oncologia, a implementação de políticas, programas e planos nacionais de prevenção, bem como o tratamento especializado.[5] Este instituto oncológico vai assumir-se como instituição de referência nas regiões central e austral de África.[6]

Em 2014, a Angola lançou uma campanha nacional de vacinação contra o sarampo, destinada a todas as crianças com menos de 10 anos e que percorreu todas as 18 províncias do país.[7] A medida faz parte do Plano Estratégico de Eliminação do Sarampo 2014-2020, elaborado pelo Ministério da Saúde angolano e que prevê o reforço da vacinação de rotina e o manuseamento correto dos casos de sarampo, campanhas nacionais, a introdução da segunda dose de vacinação contra a doença no calendário nacional i vacinação de rotina e a vigilância epidemiológica ativa do sarampo. Esta campanha decorreu em paralelo com uma acção de vacinação contra a poliomielite e a administração de vitamina A.[8] Ainda assim, existem poucos dados disponíveis que permitam correctamente avaliar a situação da saúde em Angola actualmente.

Referências

  1. Angola. RETS-EPSJV. 6 de outubro de 2013.
  2. Tracking Universal Health Coverage: 2017 Global Monitoring Report. Genebra, Suíça: WHO Document Production Services. 2017 
  3. Agência Lusa (14 de dezembro de 2017). «Angola é o país lusófono com pior cobertura de serviços básicos de saúde». Deutsche Welle. Consultado em 12 de abril de 2021 
  4. Novo instituto oncológico de Angola quer ser referência em África Notícias ao Minuto (Fonte: Agência Lusa), 09 de Setembro de 2014
  5. Novo instituto oncológico de Angola quer ser referência em África Diário Digital (Fonte: Agência Lusa), 09 de Setembro de 2014
  6. Novo instituto oncológico angolano quer ser instituição de referência no continente Ver Angola, 11 de Setembro de 2014
  7. Aberta campanha nacional de vacinação contra o sarampo Angola Press, 25 de Setembro de 2014
  8. Angola lança vacinação nacional contra sarampo Notícias ao Minuto, (Fonte: Agência Lusa), 18 de Setembro de 2014