Sacra conversazione

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Pala di San Marco, de Fra Angelico, c. 1440.
Virgem com o cónego van der Paele, de Jan van Eyck, 1436.
Alegoria cristã, de Giovanni Bellini, c. 1490.

Sacra conversazione (em italiano significa "sagrada conversa") é um género pictórico no contexto da pintura religiosa, muito habitual a partir do Renascimento, com o Quattrocento italiano e os primitivos flamencos. Sob esta convenção, representa-se a Madonna (Virgem com o Menino) acompanhada de alguns santos com os quais mantém uma relação informal com poses até certo ponto relaxadas, não hieráticas como era habitual na pintura medieval, e numa cena conjunta, em vez de cenas separadas (embora possam ocupar tábuas diferentes dentro de um políptico). Apesar do uso do termo conversa, as personagens não aparecem a falar, mas em atitude silenciosa.[1] A razão teológica é que todos eles estão em gozo da glória, e podem imaginar-se mantendo um colóquio sobre temas religiosos.

Também costuma representar-se o comitente (o que encomenda e paga a peça) ou doador (quando a encomenda é uma doação a uma instituição religiosa), habitualmente numa posição subordinada e ajoelhada, como orante. É característica a localização da cena num contexto arquitetónico ou sob um dossel, que cobre o trono no qual se encontram a Virgem e o Menino.

Os primeiros exemplos foram, em Itália, a Pala di Annalena e a Pala di San Marco de Fra Angelico (entre 1430 e 1440),[2] e na Flandres a Virgem com o cónego van der Paele de Jan van Eyck (1436). Quase contemporânea, a Pala Barbadori de Filippo Lippi (1437-1438)[3] e Retábulo de Santa Luzia de Domenico Veneziano (1445); e a Madonna Medici do flamenco Roger van der Weyden (h. 1450).

Outras, de finais do século XV, são a de Piero della Francesca (Pala di Brera, 1472), a de Antonello da Messina (Pala de San Casiano, 1475-1476),[4] as de Giovanni Bellini (Retábulo de San Giobbe, Tríptico Frari,[5] Alegoría cristiana) ou a de Sandro Botticelli (Pala de San Bernabé, 1490).

Já no Cinquecento, o género continuou em uso pelos principais artistas, tanto do Alto Renascimento como do Maneirismo.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «The Oxford Dictionary of Art». Consultado em 10 de março de 2013. Arquivado do original em 14 de novembro de 2011 
  2. AA.VV., Galleria degli Uffizi, collana I Grandi Musei del Mondo, Roma 2003; Guido Cornini, Beato Angelico, Giunti, Firenze 2000 ISBN 88-09-01602-5. Fontes citadas em it:Pala di Annalena da Wikipédia em italiano. John Pope-Hennessy, Fra Angelico, Scala, Firenze 1981. Guido Cornini, Fra Angelico, Giunti, Firenze 2000 ISBN 88-09-01602-5. Fontes citadas em it:Pala di San Marco da Wikipédia em italiano.
  3. Pierluigi De Vecchi ed Elda Cerchiari, I tempi dell'arte, volume 2, Bompiani, Milão 1999. ISBN 88-451-7212-0. Fonte citada em it:Pala Barbadori da Wikipédia em italiano.
  4. Ficha Arquivado em 30 de janeiro de 2011, no Wayback Machine. em Artehistoria. Pierluigi De Vecchi ed Elda Cerchiari, I tempi dell'arte, volume 2, Bompiani, Milão 1999. ISBN 88-451-7212-0. Fonte citada em it:Pala di San Cassiano da Wikipédia em italiano.
  5. Mariolina Olivari, Giovanni Bellini, in AA.VV., Pittori del Rinascimento, Scala, Firenze 2007. ISBN 88-8117-099-X Fonte citada em it:Trittico dei Frari da Wikipédia em italiano.
  6. Salvatore Settis, Giorgione in Sicilia. Sulla data e la composizione della Pala di Castelfranco, in Id., Artisti e committenti fra Quattro e Cinquecento, Einaudi, Torino 2010, pp. 129-211. Giovanni Sassu, Giorgione, collana I classici dell'arte Rizzoli, Rizzoli in collaborazione con Skira, Milano 2004, pagg. 45-46. Carlo Volpe, Giorgione, collana I maestri del colore, Fratelli Fabbri Editori, Milano 1976-1977. Fontes citadas em it:Pala di Castelfranco da Wikipédia em italiano.
  7. Ficha em Artehistoria Arquivado em 27 de março de 2010, no Wayback Machine..
  8. Arthur Ewart Popham, Correggio's Drawings, London 1957, cat. n. 73-74. Giorgio Vasari, Le Vite de' più eccellenti pittori scultori et architettori, Firenze 1568, ed. cons. con nuove annotazioni e commenti di G. Milanesi, Firenze 1880, VI, p. 471. Girolamo Tiraboschi, Notizie della Confraternita di San Pietro Martire in Modena, Modena 1789, p. 42. Adolfo Venturi, La R. Galleria Estense in Modena, Modena 1882-1883, pp. 318-323. Fontes citadas em it:Madonna di San Giorgio da Wikipédia em italiano.

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