Salisbury Galeão Coutinho
Salisbury Galeão Coutinho | |
---|---|
Nome completo | Salisbury Galeão Coutinho |
Nascimento | 26 de setembro de 1897 Curral del-Rei, Minas Gerais, Brasil |
Morte | 17 de setembro de 1951 (53 anos) São Paulo, São Paulo, Brasil |
Nacionalidade | Brasileiro |
Ocupação | Jornalista, escritor, tradutor e poeta |
Principais trabalhos | O Último dos Morungabas, Parque Antigo, Confidências de Dona Marcolina |
Magnum opus | Vovô Morungaba |
Salisbury Galeão Coutinho (Curral del-Rei, 26 de setembro de 1897 – São Paulo, 17 de setembro de 1951) foi um jornalista, escritor, tradutor e poeta brasileiro[1], conhecido por suas traduções e sua prosa crítica e bem-humorada. Ele foi o quarto presidente da União Brasileira de Escritores e é patrono da cadeira nº 8 da Academia Santista de Letras. Galeão Coutinho também é homenageado com uma rua em Santos, no bairro do Embaré.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Salisbury Galeão Coutinho nasceu em Curral del-Rei, atualmente Belo Horizonte, no dia 26 de setembro de 1897, e foi registrado em Pádua, no Rio de Janeiro, para onde sua família se mudou logo após seu nascimento. O nome "Salisbury" foi uma homenagem ao terceiro Marquês de Salisbury, Robert Arthur Talbot Gascoyne-Cecil, primeiro-ministro britânico na época de seu nascimento. Apesar do nome inspirado na política britânica, Salisbury escolheu como tribuna as redações de jornais no Brasil, onde se destacou como jornalista e cronista.
Galeão Coutinho iniciou sua carreira jornalística em 1915, em Santos, trabalhando no jornal A Tribuna. Sua trajetória o levou a São Paulo, onde atuou em A Gazeta, chegando ao cargo de redator-chefe. Trabalhou ainda no Correio Paulistano, Jornal da Manhã, Folha de S. Paulo e Jornal de Notícias, do qual era diretor quando faleceu.
Carreira Literária
[editar | editar código-fonte]Galeão Coutinho se destacou na literatura brasileira por seu estilo tragicômico e suas criações de personagens cativantes e anedóticos. Suas obras frequentemente abordavam as peripécias do cotidiano com um olhar crítico e irônico, explorando temas sociais e políticos de maneira acessível e envolvente.
Fundou, na década de 1930, a editora Edições Cultura Brasileira junto a Mário de Andrade, Sérgio Milliet e outros intelectuais, buscando promover a literatura nacional. Publicou obras que marcaram sua carreira, como:
- Vovô Morungaba (1938)
- Simão, o Caolho (1937)
- A Vida Apertada de Eunápio Cachimbo (1939)
- Confidências de Dona Marcolina (1949)
- A Vocação de Vitorino Lapa (1942)
- O Último dos Morungabas (1944)
- Parque Antigo (1920)
Esses romances e novelas exploram aspectos da vida brasileira, muitas vezes através de personagens marginalizados ou incomuns, sendo ainda hoje considerados parte relevante da prosa brasileira do século XX.
Homenagens
[editar | editar código-fonte]Em 1953, foi aprovada uma lei que nomeou uma rua em sua homenagem no bairro do Embaré, em Santos. A Rua Galeão Coutinho, oficializada pelo decreto nº 649 em 29 de março de 1954, é um símbolo de sua importância para a cidade e para o jornalismo nacional.
Filmes e Adaptações
[editar | editar código-fonte]As obras de Galeão Coutinho chamaram a atenção do cinema nacional, sendo adaptadas para filmes que trouxeram seus personagens e histórias para um público mais amplo. Entre as principais adaptações estão:
- Romance de um Mordedor (1944), uma comédia baseada no romance Vovô Morungaba, dirigida por José Carlos Burle.
- Simão, o Caolho (1952), uma adaptação dirigida por Alberto Cavalcanti, que levou ao cinema uma de suas novelas mais conhecidas.
- Mulher de Verdade (1954), em parceria com Osvaldo Moles e Miroel Silveira, filme que explorou questões sociais brasileiras.
Traduções e Crítica Social
[editar | editar código-fonte]Reconhecido como um dos grandes tradutores brasileiros, Galeão Coutinho foi também um crítico assíduo e perspicaz das tendências culturais de sua época. Durante a Semana de Arte Moderna de 1922, por exemplo, ele criticou o movimento modernista brasileiro, usando o pseudônimo "Cândido" para expressar opiniões sobre a arte e a literatura. Em suas colunas, frequentemente demonstrava um tom irônico ao abordar o futurismo e outras correntes, apontando o que via como superficialidade ou falta de seriedade nessas manifestações.
Crítica à Semana de Arte Moderna
[editar | editar código-fonte]Salisbury foi um dos críticos da Semana de Arte Moderna, evento que marcou a arte e a cultura brasileiras, embora ele mantivesse um olhar cético sobre o modernismo. Em sua coluna, ele ironizou os participantes da Semana, chamando-os de "clowns" e comparando o evento a uma celebração carnavalesca. Ainda que reconhecesse a originalidade do movimento, via nele exageros e uma carência de conteúdo que, segundo ele, mascaravam uma "pobreza de inspiração artística".
Legado
[editar | editar código-fonte]Galeão Coutinho faleceu tragicamente em um acidente aéreo em 17 de setembro de 1951, quando viajava do Rio de Janeiro para São Paulo. Ele deixou um legado como romancista, cronista e tradutor, sendo lembrado por seu olhar crítico e por suas contribuições à literatura e ao jornalismo brasileiro. Suas obras continuam a ser estudadas e admiradas por sua capacidade de capturar a essência da sociedade brasileira com um toque de humor e humanidade.
Notas
[editar | editar código-fonte]Praticamente todas as informações deste artigo foram retiradas de uma única fonte: «Galeão Coutinho». Novo Milênio. 12 de dezembro de 2008. Consultado em 17 de novembro de 2024.
Referências
- ↑ «Salisbury Galeão Coutinho». BLPL. Consultado em 17 de novembro de 2024