Samba pras Moças

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Samba pras Moças
Álbum de estúdio de Zeca Pagodinho
Lançamento 1995
Gênero(s) Samba, pagode
Duração 52:04
Idioma(s) Língua portuguesa
Formato(s) CD
Gravadora(s) PolyGram
Produção Rildo Hora
Cronologia de Zeca Pagodinho
Alô, Mundo
(1993)
Deixa Clarear
(1996)

Samba pras Moças é o nono álbum de estúdio do cantor e compositor brasileiro Zeca Pagodinho, lançado em 1995, e é considerado a "obra prima irretocável" do artista.[1][2] O crítico Mauro Dias, em uma coluna de crítica musical, citou este disco como "perfeito" em artigo no jornal O Estado de S. Paulo.[3]Mauro Ferreira, crítico do jornal O Globo, cita o disco como um "repertório irregular", mas superior aos outros discos lançados no gênero do samba naquele ano.[4]

Após sua relação conturbada com a gravadora RCA, Zeca entendeu que precisava se profissionalizar. Para isso, assinou contrato com a PolyGram e seus discos passariam então a ter novos personagens que seriam tão importantes para a mudança de patamar do artista, a ponto de fazerem parte do seu time de então até os dias atuais. Trata-se de Rildo Hora como produtor musical e Max Pierre como diretor artístico.

O arranjador, maestro e gaitista Rildo Hora era já um profissional considerado experimentado no meio musical, tendo produzido álbuns de sucesso de grandes nomes como Martinho da Vila e Beth Carvalho, e foi considerado o nome ideal para este novo momento na carreira de Zeca. Este foi o início de uma parceria que renderia à dupla 4 Grammys Latinos e Rildo Hora seria então considerado um Midas do Samba, colecionando mais de 150 discos de ouro em cinquenta anos de carreira.[5]

Com o novo produtor, a sonoridade musical de Zeca se alterou e sua música passou a apresentar arranjos mais trabalhados e introduções musicais marcantes, uma receita que já vinha experimentando com Martinho da Vila, mas alcançaria seu ápice com o disco Samba pras Moças. Além de inserir uma sonoridade orquestral, o maestro introduziu uma tonalidade baiana à canção, para que ela se assemelhasse com o axé, que fazia muito sucesso na época.[6]

Este foi o último disco em que Zeca aparece como compositor em várias faixas, tendo colaborado em 7 canções. À partir de então, o artista passaria a inserir em seus discos apenas gravações de grandes compositores do samba, além de dar oportunidade para compositores em início de carreira, pois segundo o próprio artista, "o lado artista sufoca o compositor. Em primeiro lugar, não sobra tempo. São tantos compromissos que é difícil conseguir parar para compor. E, depois, falta a inspiração." [7]

O grande turning point para a imagem de Zeca se alterar perante o público nacional teria sido a entrevista onde o cantor foi a principal atração do programa Jô Soares Onze e Meia, em 24 de julho de 1995, feita especificamente para a divulgação deste disco. Ali, criou-se o mito de um artista alegre, comunicativo, humilde e boêmio irreparável, que lhe rendeu fama nacional a ponto de se tornar o principal garoto propaganda de uma empresa de cerveja.

O disco Samba pras Moças vendeu 300 mil cópias, atingindo disco de Platina.[8]

Em 2020, 25 anos após o lançamento original, o álbum foi disponibilizado nas plataformas digitais em versão remasterizada.[9][10]

Faixas[editar | editar código-fonte]

N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Samba pras Moças"  Roque Ferreira / Grazielle 5:04
2. "Se Eu Sorrir Tu Não Podes Chorar"  Zeca Pagodinho / Martinho da Vila 4:08
3. "Já Mandei Botar Dendê"  Zeca Pagodinho / Arlindo Cruz / Maurição 4:30
4. "O Bicho que Deu"  Tio Hélio / Nílton Campolino 4:35
5. "Vou Botar Teu Nome Na Macumba"  Zeca Pagodinho / Dudu Nobre 3:20
6. "Pururuca"  Barbeirinho do Jacarezinho / Marquinhos Diniz 3:35
7. "A Distância"  Almir Guineto / Mazinho Xerife / Carlos Senna 4:09
8. "Guiomar"  Nei Lopes 3:12
9. "Depois do Temporal"  Beto sem Braço / Zeca Pagodinho 3:44
10. "Pagode da Dona Didi"  Zeca Pagodinho 3:03
11. "O Samba Nunca Foi de Arruaça"  Monarco / Ratinho 2:58
12. "Requebra Morena"  Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro 4:08
13. "Pisa Como Eu Pisei / Brincadeira Tem Hora / Quando Eu Contar (Iaiá)"  Beto sem Braço / Aluízio Machado / Zeca Pagodinho; Beto sem Braço / Zeca Pagodinho; Serginho Meriti / Beto sem Braço 5:38
Duração total:
52:04

Certificações[editar | editar código-fonte]

País Certificação Data Vendas certificadas
 Brasil (ABPD) Platina 1995 250.000*[11]
*número de vendas baseado na certificação

Referências

  1. «O Estado de S. Paulo - Acervo Estadão». Acervo. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  2. «Zeca Pagodinho faz show "pras moças"». Folha de S. Paulo. 7 de junho de 1996. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  3. «O Estado de S. Paulo - Acervo Estadão». Acervo. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  4. «Busca | Acervo O Globo». acervo.oglobo.globo.com. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  5. «O samba antes e depois de Rildo - Geral». Estadão. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  6. «O Samba Mediado». www.unicamp.br. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  7. Estrelas | Angélica visita casa de Zeca Pagodinho e se derrete por Noah, netinho do cantor | Globoplay, consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  8. «O Estado de S. Paulo - Acervo Estadão». Acervo. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  9. Brazil, The Music Journal (2 de dezembro de 2020). «Zeca Pagodinho: álbum "Samba pras Moças" é disponibilizado nas plataformas digitais». Gente. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  10. «Zeca Pagodinho: álbum "Samba pras Moças" é disponibilizado nas plataformas digitais». Terra. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  11. «Certificados de Zeca Pagodinho». ABPD. Consultado em 16 de maio de 2014