Samsigéramo II
Samsigéramo II | |
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Rei do Reino de Emesa | |
Reinado | 14-47/8 |
Consorte de | Jotapa |
Antecessor(a) | Jâmblico II |
Sucessor(a) | Azizo |
Dados pessoais | |
Nascimento | século I a.C. |
Morte | 47/8 |
Descendência | |
Dinastia | emesana |
Pai | Soemo |
Samsigéramo II (em latim: Samsigeramus; em grego: Σαμσίγεραμος; romaniz.: Samsígeramos) ou Sampsicéramo II (Sampsiceramus; Σαμψικέραμος, Sampsikéramos; m. 47/8) foi o quinto rei (filarco) do Reino de Emesa de 14 até 47/8.
Nome
[editar | editar código-fonte]Samsigéramo (Samsigeramus; Σαμσίγεραμος, Samsígeramos) é um nome teofórico de origem aramaica ou árabe, derivado de Xamexiguerame (𐡔𐡌𐡔𐡂𐡓𐡌, Šamšigeram). Esse nome significa "Xamexe (Sol) estabeleceu"[1] ou "Xamexe decidiu".[2][3] Estrabão registrou a variante Sampsicéramo (Sampsiceramus; Σαμψικέραμος, Sampsikéramos).[4]
Vida
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Samsigéramo nasceu em algum momento no final do século I a.C.. Sua ancestralidade é contestada e está sujeita a reconstruções distintas. Barbara Levick propôs que era filho de Jâmblico (r. 20 a.C.–14 d.C.), o neto de Samsigéramo I, fundador do Reino de Emesa.[5] Por sua vez, Warwick Ball propôs que era filho de Soemo, um nobre emeseno que governou em Cálcis (atual Anjar) no tempo de Jâmblico II e que deve ser um descendente do homônimo ativo sob Jâmblico I. Isso o colocaria numa linhagem diferente de sua dinastia.[6] Seja como for, é sabido que Samsigéramo se casou em data incerta com Jotapa, uma nobre descendente da família reinante de Atropatena, e com ela gerou quatro filhos: Caio Júlio Soemo; Jotapa, que se casou com Aristóbulo Menor; Azizo, que se casou com Drusila; e Júlia Mameia, que se casou com Polemão II (r. 38–62) do Reino do Ponto.[5]
Samsigéramo sucedeu Jâmblico em 14. Seu antecessor foi instalado em 20 a.C. por Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.)[7][4] e foi agraciado com a cidadania romana, que Samsigéramo e seus sucessores compartilharam.[8] Nesse ponto, o vale do Beca e Heliópolis (atual Balbeque), os centros de poder do ramo emeseno de Soemo, o suposto pai de Samsigéramo, foram controlados diretamente por Emesa, o que justifica a menção dele numa inscrição latina de Heliópolis junto de seu filho Soemo. Nela, foram estilizados como grão-reis (reges magni), à moda dos iranianos.[9] Samsigéramo também foi citado ao lado do general Germânico numa inscrição de 18/9 do Templo de Bel em Palmira, na qual aparece como grão-rei.[10] Essa atestação reforça a estreita relação entre Emesa e Palmira, com Samsigéramo como intermediário entre as autoridades do Império Romano e os palmirenos. Esse papel é confirmado quando atuou, em 32, como emissário de Tibério (r. 14–37) para Palmira. No final de seu reinado, concedeu o controle de Cálcis a Herodes (r. ?–48), filho de Aristóbulo IV, e então Herodes Agripa II (r. 48–53).[9] Em 42/3, compareceu no encontro de reis convocado por Herodes Agripa I (r. 41–44) em Tiberíades, na Galileia, onde estiveram presentes Herodes de Cálcis, Polemão II do Ponto, Cótis IX (r. 38–47) da Armênia Menor e Antíoco IV (r. 38–72) de Comagena.[7][11] Samsigéramo foi sucedido por seu filho Azizo em 47/8.[9]
Referências
- ↑ Perowne 1992, p. 51.
- ↑ Füchslin et al. 2017, p. 263.
- ↑ Marcato 2018, p. 126.
- ↑ a b Levick 2007, p. 8.
- ↑ a b Levick 2007, p. xx.
- ↑ Ball 2000, p. 32-33.
- ↑ a b Birley 2002, p. 70.
- ↑ Ball 2000, p. 32.
- ↑ a b c Ball 2000, p. 33.
- ↑ Levick 2007, p. 19.
- ↑ Levick 2007, p. 10.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Ball, Warwick (2000). Rome in the East: The Transformation of an Empire. Londres: Routledge. ISBN 9780415113762
- Birley, Anthony R. (2002). Septimius Severus: The African Emperor. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 978-1134707461
- Füchslin, Regina; Semenzato, Camille; Horn, Christoph; Wyrwa, Dietmar (2017). Riedweg, Christoph, ed. Philosophia in der Konkurrenz von Schulen, Wissenschaften und Religionen: zur Pluralisierung des Philosophiebegriffs in Kaiserzeit und Spätantike. Berlim: De Gruyter. ISBN 9781501505249
- Levick, B. (2007). Julia Domna, Syrian Empress. Londres e Nova Iorque: Taylor & Francis
- Marcato, Enrico (2018). Personal Names in the Aramaic Inscriptions of Hatra. Veneza: Edizioni Ca' Foscari
- Perowne, Stewart (1992). Caesars and Saints: The Rise of the Christian State AD 180–313. Nova Iorque: Barnes & Noble Books. ISBN 9780880299107