Beata Mafalda de Portugal

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Mafalda de Portugal
Beata Mafalda de Portugal
Rainha consorte de Castela
Reinado 1215-1216
Rainha titular de Portugal
Senhora de Arouca
em oposição a Afonso II de Portugal
Reinado 1217-1256
Nascimento 11 de janeiro de 1195/97
  Portugal
Morte 1 de maio de 1256 (61 anos)
  Rio Tinto ou Amarante, Porto, Portugal
Sepultado em Mosteiro de Arouca, Portugal
Nome completo Mafalda Sanches
Cônjuge Henrique I de Castela
Casa Dinastia de Borgonha (por nascimento)
Casa de Ivrea (Borgonha) (por casamento)
Pai Sancho I de Portugal
Mãe Dulce de Aragão
Religião Cristianismo
Beata Mafalda de Portugal
Beatificação 27 de junho de 1793
por Papa Pio VI
Principal templo Mosteiro de Arouca, Portugal
Festa litúrgica 20 de junho[1]
Realeza Portuguesa
Casa de Borgonha
Descendência

D. Mafalda Sanches de Portugal, O. Cist. (1195 ou 1196Amarante, 1 de maio de 1256), infanta de Portugal e rainha de Castela por um breve período de tempo, sendo ainda considerada beata pela Igreja Católica, e venerada sob o nome de Rainha Santa Mafalda.

Foi educada por D. Urraca Viegas de Ribadouro, filha de Egas Moniz IV de Ribadouro,[2] que lhe deixou vários bens em testamento, como a posse do Mosteiro de Tuias.[3]

Rainha de Castela[editar | editar código-fonte]

Quadro de Mafalda no Mosteiro de Arouca.

Era filha do rei Sancho I de Portugal e de Dulce de Aragão, tendo recebido em herança o nome da avó, a rainha Mafalda de Saboia. Em 1215, Mafalda casou-se com Henrique I de Castela; como o Rei era muito jovem o casamento não foi consumado, tendo sido dissolvido no ano seguinte.

Querelas com Afonso II de Portugal, seu irmão[editar | editar código-fonte]

Por morte de Sancho I de Portugal, Mafalda deveria receber, segundo as disposições testamentárias do pai, o castelo de Seia, com o resto do termo da vila, e todos os rendimentos aí produzidos, podendo usar o título de rainha enquanto senhora desse mesmo castelo; recebia também o mosteiro de Bouças.

Isto gerou uma luta com seu irmão Afonso II de Portugal, que desejando centralizar o poder, obstou à prossecução do testamento do pai, impedindo a infanta-rainha de receber os títulos e os réditos a que tinha direito - de facto Afonso II temia que esta pudesse passar a eventuais herdeiros o vasto património que o testamento lhe legava, criando assim um problema à soberania do rei de Portugal e dividindo quase o país ao meio.

O testamento previa também terras e castelos para as suas irmãs Teresa e Sancha, tendo-se formado um partido de nobres afectos às infantas, liderado pelo infante D. Pedro (que se acolheu a Leão sob a protecção de Teresa, então rainha de Leão, e tomou algumas praças transmontanas), mas que acabaria por sair derrotado; só com a morte de Afonso II, o seu filho Sancho II resolveu o problema, concedendo os rendimentos dos castelos às tias, nomeando os seus alcaides de entre os nomes que estas propusessem, pedindo-lhes apenas que renunciassem ao título de rainhas - assim se estabeleceu enfim a paz no reino, em 1223.

Vida religiosa e beatificação[editar | editar código-fonte]

Mais tarde, tornou-se monja cisterciense revitalizando o mosteiro feminino de Arouca.

Segundo a tradição no âmbito das suas deslocações e permanência em Terras do Douro Litoral, onde passara a sua infância, Mafalda dedica-se ainda à fundação de várias igrejas, nomeadamente as de São Gens de Boelhe, São Pedro de Abragão e São Salvador de Cabeça Santa, em Penafiel. É-lhe ainda atribuída a instituição de um recolhimento de mantelatas em Amarante que, anos mais tarde, se converteria num mosteiro professo na Ordem de Santa Clara, o Mosteiro de Santa Clara de Amarante[4].

Faleceu no mosteiro de Rio Tinto, nas proximidades do Porto. Quando o seu corpo foi mais tarde exumado para ser trasladado para a abadia de Arouca, foi descoberto incorrupto, o que gerou uma onda de fervor religioso em torno do corpo da infanta.

A 27 de junho de 1793 foi beatificada pelo Papa Pio VI, acompanhando assim aos altares as suas irmãs Teresa e Sancha, já declaradas beatas no início desse século. É festejada no dia 2 de Maio pela Igreja Católica.

Referências

  1. «Beatas Irmãs: Teresa, Mafalda e Sancha». Canção Nova. Consultado em 29 de dezembro de 2023 
  2. «Beata Mafalda, virgem, +1256, evangelhoquotidiano.org». evangelhoquotidiano.org. Consultado em 2 de maio de 2021 
  3. Ventura 1992.
  4. «Mafalda de Portugal: uma Princesa no Entre-Tâmega-e-Sousa» 

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Precedida por
Leonor Plantageneta

Rainha-consorte de Castela

1215 — 1217
Sucedida por
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