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Santana (freguesia de Santana)

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Portugal Santana 
  Freguesia  
Casa típica de Santana
Casa típica de Santana
Casa típica de Santana
Símbolos
Bandeira de Santana
Bandeira
Brasão de armas de Santana
Brasão de armas
Gentílico santanense
Localização
Localização no município de Santana
Localização no município de Santana
Localização no município de Santana
Santana está localizado em: Madeira
Santana
Localização de Santana na Madeira
Coordenadas 32° 48′ 22″ N, 16° 52′ 50″ O
Região Madeira
Município Santana
Código 310903
História
Fundação 4 de junho de 1552 (472 anos)
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 17,80 km²
População total (2021) 2 838 hab.
Densidade 159,4 hab./km²
Código postal 9230 - _ _ _
Outras informações
Orago Santa Ana e São Joaquim
Sítio www.jfsantana.pt

A Freguesia de Santana, com sede na cidade que lhe deu o nome, é uma freguesia portuguesa do Município de Santana, com 17,80 km² de área[1] e 2838 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 159,4 hab./km².

A freguesia de Santana, criada a 4 de junho de 1552, é atualmente sede do respetivo município localizando-se na costa norte da ilha da Madeira, aproximadamente a 400 metros de altitude.

Desde muito cedo, foi caracterizada pela historiografia tradicional madeirense, como um dos locais mais encantadores e pitorescos da Ilha, marcada, do ponto de vista da arquitetura tradicional, pelas típicas casas de colmo e, no plano paisagístico, pelas alamedas de buxos e hortênsias.

Alguns locais como o Pico Cortado, a Cova da Roda e o Pico Ruivo são autênticos pontos privilegiados de contemplação de belas paisagens. Um olhar pelo litoral, totalmente classificado como Reserva Natural, faz-nos sentir o vigor das ondas que espumam contra os rochedos.

Da Achada do Teixeira, a cerca de 1592 metros de altitude, podemos encontrar duas formações geológicas que, pelas suas formas nos fazem admitir as capacidades artísticas da natureza, são elas a "Cara" e o "Homem de Pé", do qual se teceu uma lenda que é contada às crianças de Santana. A partir desta Achada podemos caminhar até o ponto mais alto da Ilha, o Pico Ruivo, a 1862 metros de altitude.

Os dois edifícios de cariz religioso de Santana fazem referência à invocação da Santo António, capela que data de 1550, e a Santa Ana, cuja igreja remonta à segunda metade do século XVII.

A população registada nos censos foi:[2]

População da Freguesia de Santana[3]
AnoPop.±%
1864 2 817—    
1878 3 258+15.7%
1890 2 966−9.0%
1900 3 011+1.5%
1911 3 105+3.1%
1920 3 123+0.6%
1930 3 430+9.8%
1940 4 524+31.9%
1950 4 953+9.5%
1960 4 627−6.6%
1970 4 507−2.6%
1981 4 169−7.5%
1991 3 892−6.6%
2001 3 439−11.6%
2011 3 275−4.8%
2021 2 838−13.3%
Distribuição da População por Grupos Etários[4]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 573 532 1681 653
2011 460 360 1752 703
2021 321 294 1487 736

A agricultura tem sido a base de subsistência da população de Santana. Outrora era muito rica na produção de trigo e milho, cana-de-açúcar, vinho e criação de gado. Hoje, é interessante ver as maçarocas dependuradas em carvalhos, junto às casas para secarem com o sol e, posteriormente, serem utilizadas na alimentação familiar, nos restaurantes ou como semente nas culturas futuras.

Sobre esta planura, Gaspar Frutuoso escreveu: "(…) uma freguesia de invocação de Santa Ana, que terá até quarenta fogos. São terras de lavrança de muito pão e criação; tem muita castanha e noz, e muitas águas e frutas de toda a sorte."

Na orla marítima, existe uma espaçosa fajã a que chamam Rocha do Navio, onde abunda a vinha e outros frutos tropicais como por exemplo, a bananeira.

Durante muito tempo, esta freguesia esteve isolada e esquecida devido ao seu difícil acesso. Nos últimos anos, a freguesia de Santana tem passado por inovações agrícolas e já se observam muitas culturas intensivas. A agricultura continua a ocupar 60% da população ativa, sendo as áreas da fruticultura e horticultura as que captam maior índice de investimentos. A batata, o milho, o limão e o feijão verde são as culturas mais relevantes.

No entanto, a grande maioria dos seus habitantes lutava pela subsistência, sendo muitas vezes obrigados a dividir com o senhorio metade da sua produção. Viviam em casas humildes e, em épocas de crises acentuadas, provocadas pelas intempéries e pragas, procuraram melhor sorte em destinos estrangeiros.

Outra parte da sociedade, detentora de algumas propriedades, mestres, tecedeiras e vendeiros, conseguia um nível de vida razoável.

Apenas um punhado de senhores opulentos, alguns dos quais residiam no Funchal, tinha uma vida qualitativamente superior, pois arrendavam as suas terras ou exploravam-nas por um sistema de colonia, usufruindo assim dos produtos cultivados na terra, trabalhada por jornaleiros ou caseiros. Essa elite incluía militares, membros do clero, escritores e funcionários da administração.

A água era indispensável na produtividade da freguesia de Santana. Em 1789, mais de meia centena de levadas, grandes e pequenas, corriam naquele planalto: a maior era a Levada Velha, depois a Levadinha e muitas outras. A posse por este bem tão precioso esteve na origem de muitas querelas entre as famílias proprietárias.

Os moinhos mais antigos estavam na proximidade das ribeiras e pertenciam ao donatário que cobrava a maquia e era o responsável pelo bom funcionamento dos mesmos.

"(…) Era uma construção de apenas um andar, suficiente para caberem as pedras, sendo tradicional e semelhante a muitos outros existentes na Ilha. A água que vem da levada num paredão altaneiro, ao lado do qual está construído o moinho. Esta água precipita-se numa espécie de pipa de madeira, larga no topo e estreita no fundo, a qual faz mover, uma roda horizontal, ligada na vertical por uma haste com as pedras do moinho." in "Santana - Homens e assuntos que a ilustram" Em 1890 foi estabelecido o engenho da cana-de-açúcar. Passados vinte anos era concedida a licença para a construção de uma fábrica de moagem de cana-de-açúcar e destilação movida a água.

Nos ofícios existia, a partir de 1923, sapateiros, relojoeiros, pintores, padeiros, alfaiates, ferreiros e comerciantes em geral. A nível de estabelecimentos, o povo tinha ao seu dispor padarias, mercearias, talhos, cervejarias e uma fábrica de manteiga.

Ultimamente, a indústria tem registado investimentos na área da construção civil e hotelaria. Além destes, destaca-se as carpintarias e as serralharias de alumínio.

Como sede municipal, é uma freguesia com grande abundância no comércio e serviços. Além dos estabelecimentos a retalho, há um mercado abastecedor com salas frigoríficas, máquinas de calibragem e de pesagem. Nos serviços, a população dispõe de repartição de Finanças com tesouraria da Fazenda Pública, cartório notarial, conservatória do Registo Civil, Predial e Comercial, estação dos Correios com distribuição domiciliária de correspondência, corporação de bombeiros, agência bancária, mediadores de seguros, escritório de advocacia e gabinete de contabilidade.

Nas infra-estruturas básicas, a rede de distribuição domiciliária de água preenche as necessidades existentes, embora a percentagem de água tratada, captada em nascente, atinja apenas os 70%; no saneamento, são as fossas sépticas a única forma de escoamento das águas residuais; a recolha de lixo é feita três vezes por semana, cobrindo toda a povoação; na rede de estabelecimentos de ensino, os estudos vão até ao 12.º ano: três estabelecimentos de ensino pré-primário público, duas escolas primárias públicas servidas por refeitório, e uma privada, uma escola de 2.º e 3.º ciclo e secundária.

Na saúde, Santana dispõe de um centro de saúde com serviço de urgência a funcionar 24 horas, posto médico e de enfermagem, clínica privada, laboratório de análises clínicas (apenas serviço de recolha), farmácia e consultórios privados das especialidades mais importantes, à excepção da cardiologia e psiquiatria. A acção social é garantida por um centro de dia.

Na cultura sobressaem várias coletividades: União Desportiva de Santana, Clube de Ténis de Mesa de Santana, Tuna e Grupo Coral de Santana, Grupo de Animação Lírios do Norte e ainda dois ranchos folclóricos. Para a prática das várias atividades desportivas, existe um pavilhão gimnodesportivo, campo de futebol com relvado sintético e pequeno campo de jogos. Para saciar a sede espiritual, existe biblioteca fixa, complementada pelo serviço da biblioteca itinerante, e uma escola de música, extensão do Conservatório de Música da Madeira.

Anualmente ocorre nesta freguesia, pela segunda semana de Julho, um festival folclórico com a duração de 48 horas. No desporto, há um torneio internacional de badminton, o Santana Jovem, que se realiza pela Páscoa.

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Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  4. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
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