Anjo de Portugal
Anjo de Portugal | |
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Visão de D. Afonso Henriques de Jesus Cristo e do Anjo Custódio de Portugal durante a Batalha de Ourique (1139) | |
Anjo da Paz, da Pátria e da Eucaristia | |
Veneração por | Portugal e pela Igreja Católica |
Principal templo | Monumento na Loca do Cabeço nos Valinhos, em Fátima. |
Festa litúrgica | 10 de junho |
Atribuições | Proteção da nação portuguesa, auxílio às tropas de D. Afonso Henriques sobre os muçulmanos, conseguindo assim a Independência de Portugal, anunciador das aparições de Nossa Senhora em Fátima. |
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Anjo de Portugal, também conhecido como Santo Anjo da Guarda de Portugal, Anjo Custódio de Portugal e Anjo da Paz, é uma das designações do anjo que protege a nação portuguesa.
A crença em seres inteligentes, não corporais, extraterrestres, é muito antiga em todos os povos. Vem recolhida na Bíblia e no Evangelho aparece referência clara ao Anjo da Guarda de "cada pessoa" que cuida dela. Mas durante muito tempo não houve senão uma única festa dos cristãos aos Anjos: a de 29 de Setembro. Parece ser em Valência (Espanha) onde surge em 1411 uma festa a Anjo Custódio "da Cidade", no seu conjunto, e posteriormente muitas outras Cidades e Reinos a imitaram, festejando o seu Anjo protetor.
A pedido do rei D. Manuel I de Portugal, o Papa Júlio II instituiu em 1504 a festa do «Anjo Custódio do Reino» cujo culto já seria antigo em Portugal. O pedido terá sido feito ao Papa Leão X e este autorizou a sua realização no terceiro Domingo de Julho.[1] A sua devoção quase desapareceu depois do séc. XVII, mas seria restaurada mais tarde, em 1952, quando mandada inserir no Calendário Litúrgico português pelo Papa Pio XII, para comemorar o Dia de Portugal no 10 de junho.[2]
Há quem o associe à lenda da visão de Cristo e seus anjos na Batalha de Ourique, em 1139, que levou a uma tal vitória as forças de D. Afonso Henriques sobre os invasores muçulmanos que lhe deram a oportunidade de autoproclamar-se rei de Portugal.
Nas suas Memórias, a Irmã Lúcia contou ainda que, entre abril e outubro de 1916, nas aparições de Fátima, teria já aparecido um anjo aos três pastorinhos, por três vezes, duas na Loca do Cabeço, no lugar dos Valinhos, e outra junto ao poço do quintal de sua casa, chamado o Poço do Arneiro, no lugar de Aljustrel, em Fátima, convidando-os à oração e penitência, e afirmando ser o "Anjo da Paz, o Anjo de Portugal".[2]
Este anjo terá ensinado aos pastorinhos de Fátima duas orações, conhecidas por Orações do Anjo, as quais entraram na piedade popular e são utilizadas sobretudo na adoração eucarística.
Há várias suas representações, nomeadamente as imagens do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra; da charola do Convento de Cristo de Tomar; a pintura da Igreja da Misericórdia de Évora; a iluminura do Livro de Horas de Dom Manuel.[3] e a que está no Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra, atribuída a Diogo Pires, o Moço[1]
Há igualmente quem defenda que é a figura central do Painel do Infante e do Painel do Arcebispo, que fazem parte dos Painéis de São Vicente de Fora, que estão no Museu Nacional de Arte Antiga, obra que se julga do pintor português Nuno Gonçalves entre 1470 e 1480.