Sapinho-da-mata

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Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Superfamília: Dendrobatoidea
Família: Aromobatidae
Subfamília: Allobatinae
Género: Allobates
Espécie: A. capixaba
Nome binomial
Allobates capixaba
(Bokermann, 1967)
Sinónimos
  • Phyllobates capixaba (Bokermann, 1967)
  • Colostethus capixaba (Edwards, 1971)

Sapinho-da-mata (nome científico: Allobates capixaba)[2] é uma espécie de anfíbio da família dos aromobatídeos (Aromobatidae). Endêmica do Brasil, pode ser encontrada na região costeira de Mata Atlântica nos estado do Espírito Santo e Bahia. A degradação ambiental por ação antrópica e talvez infestação de fungo estão entre as causas do declínio populacional acentuado da espécie em seu habitat.

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

O sapinho-da-mata é endêmico do Brasil e é encontrado nos estados do Espírito Santo e Bahia. Sua área de extensão de ocorrência, calculada por meio do mínimo polígono convexo formado a partir dos pontos de registro, é de 37 437,96 quilômetros quadrados. É indeterminada a quantidade total de sua população, mas é sabido que vem sofrendo acentuado declínio ao longo das décadas. Em vários locais nos quais abundava há algumas décadas, hoje já se encontra praticamente erradicado. Foram feitos esforços infrutíferos de coleta de espécimes em Santa Teresa, enquanto em outros lugares as buscas revelaram uma pequena quantidade deles. Historicamente, esteve presente em áreas de proteção, como a Reserva Biológica de Una, o Refúgio de Vida Silvestre Una, a Reserva Biológica de Sooretama e a Reserva Particular da Vale do Rio Doce.[3]

Comportamento[editar | editar código-fonte]

O sapinho-da-mata é diurno, terrícola e de floresta. Se abriga no folhiço e seus girinos se desenvolvem em ninhos terrestres úmidos antes de serem levados por seus pais para poças marginais e córregos.[3]

Conservação[editar | editar código-fonte]

O maior risco à sobrevivência do sapinho-da-mata é a degradação de seu ambiente natural, sobretudo por ações antrópicas. Em espécies congêneres da Mata Atlântica foi detectada a presença do fungo quitrídio. A espécie habita área sob abrigo do Plano de Ação Nacional para Conservação da Herpetofauna Ameaçada da Mata Atlântica Nordestina (2013) e do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Herpetofauna do Sudeste da Mata Atlântica, que foi implementado em 2014 sob supervisão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[3] Em 2005, foi classificado como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo.[4]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Allobates alagoanus, Allobates capixaba e Allobates carioca, antes considerados como espécies distintas, foram sinonimizados com o Allobates olfersioides em 2007.[5] No entanto, essa decisão não foi consensual e alguns consideram que apenas A. carioca seja sinônimo de A. olfersioides, com A. alagoanus e A. capixaba se configurando como espécies distintas.[6][7] Sendo o caso, os sinônimos Phyllobates capixaba e Colostethus capixaba pertenceriam a A. capixaba.[3]

Referências

  1. Vanessa Verdade (2010). «Allobates olfersioides». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2010: e.T55122A11255268. doi:10.2305/IUCN.UK.2010-2.RLTS.T55122A11255268.enAcessível livremente. Consultado em 17 de abril de 2022 
  2. Frost, D. R. (2014). «Allobates olfersioides». Amphibian Species of the World: an Online Reference. Col: 6.0. Nova Iorque: Museu Americano de História Natural. Consultado em 17 de abril de 2022 
  3. a b c d Haddad, Célio Fernando Baptista; Segalla, Magno Vicente; Bataus, Yeda Soares de Lucena; Uhlig, Vívian Mara; Batista, Flávia Regina de Queiroz; Garda, Adrian; Hudson, Alexandre de Assis; Cruz, Carlos Alberto Gonçalves da; Strüsmann, Christiane; Brasileiro, Cínthia Aguirre; Silvano, Débora Leite; Nomura, Fausto; Pinto, Hugo Bonfim de Arruda; Amaral, Ivan Borel; Gasparini, João Luiz Rosetti; Lima, Leôncio Pedrosa; Martins, Márcio Roberto Costa; Hoogmoed, Marinus Seteven; Colombo, Patrick; Valdujo, Paula Hanna; Garcia, Paulo Christiano de Anchieta; Feio, Renato Neve; Brandão, Reuber Albuquerque; Bastos, Rogério Pereira; Caramaschi, Ulisses (2010). «Avaliação do Risco de Extinção de Allobates capixaba (Bokermann, 1967), no Brasil». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Consultado em 17 de abril de 2022 
  4. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  5. Verdade, V. K.; Rodrigues, M. T. (2007). «Taxonomic review of Allobates (Anura, Aromobatidae) from the Atlantic Forest, Brazil». Journal of Herpetology. 41: 566-580 
  6. Haddad, Célio Fernando Baptista; Segalla, Magno Vicente; Bataus, Yeda Soares de Lucena; Uhlig, Vívian Mara; Batista, Flávia Regina de Queiroz; Garda, Adrian; Hudson, Alexandre de Assis; Cruz, Carlos Alberto Gonçalves da; Strüsmann, Christiane; Brasileiro, Cínthia Aguirre; Silvano, Débora Leite; Nomura, Fausto; Pinto, Hugo Bonfim de Arruda; Amaral, Ivan Borel; Gasparini, João Luiz Rosetti; Lima, Leôncio Pedrosa; Martins, Márcio Roberto Costa; Hoogmoed, Marinus Seteven; Colombo, Patrick; Valdujo, Paula Hanna; Garcia, Paulo Christiano de Anchieta; Feio, Renato Neve; Brandão, Reuber Albuquerque; Bastos, Rogério Pereira; Caramaschi, Ulisses (2010). «Avaliação do Risco de Extinção de Allobates alagoanus (Bokermann, 1967), no Brasil». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Consultado em 17 de abril de 2022 
  7. Haddad, Célio Fernando Baptista; Segalla, Magno Vicente; Bataus, Yeda Soares de Lucena; Uhlig, Vívian Mara; Batista, Flávia Regina de Queiroz; Garda, Adrian; Hudson, Alexandre de Assis; Cruz, Carlos Alberto Gonçalves da; Strüsmann, Christiane; Brasileiro, Cínthia Aguirre; Silvano, Débora Leite; Nomura, Fausto; Pinto, Hugo Bonfim de Arruda; Amaral, Ivan Borel; Gasparini, João Luiz Rosetti; Lima, Leôncio Pedrosa; Martins, Márcio Roberto Costa; Hoogmoed, Marinus Seteven; Colombo, Patrick; Valdujo, Paula Hanna; Garcia, Paulo Christiano de Anchieta; Feio, Renato Neve; Brandão, Reuber Albuquerque; Bastos, Rogério Pereira; Caramaschi, Ulisses (2010). «Avaliação do Risco de Extinção de Allobates olfersioides (A. Lutz, 1925), no Brasil». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Consultado em 17 de abril de 2022 
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