Sara Forbes Bonetta

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Sara Forbes Bonetta
Sara Forbes Bonetta
Sara Forbes Bonetta fotografada por Camille Silvy em 1862
Nome completo Sara Forbes Bonetta Davies
Outros nomes Sarah Forbes Bonetta

Sally Forbes Bonetta

Nascimento 1843
Oquê-Odã, Ogum, Nigéria
Morte 15 de agosto de 1880 (37 anos)
Funchal, Ilha da Madeira, Portugal
Nacionalidade nigeriana e britânica
Cônjuge James Pinson Labulo Davies 1862-1880
Filho(a)(s)
  • Victoria Davies (filha)
  • Arthur Davies (filho)
  • Stella Davies (filha)

Sara Forbes Bonetta (Oquê-Odã, 1843Funchal, 15 de agosto de 1880)[1] foi uma governante e aristocrata nigeriana iorubá, membro da realeza dos ebadós, que ficou órfã em uma guerra tribal, foi vendida como escrava a um rei local e depois libertada da escravidão, tornando-se afilhada da Rainha Vitória. Foi casada com o capitão James Pinson Labulo Davies, conhecido filantropo rico de Lagos.

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Sara Forbes Bonetta, em desenho de Frederick E. Forbes, de seu livro Dahomey and the Dahomans; sendo os diários de duas missões ao rei do Daomé, 1849 e 1850 .

Originalmente chamada "Aina", Sara nasceu por volta de 1843, em Oquê-Odã, uma vila ebadó, no estado de Ogum, ao sul do rio Ieuá.[2] Em 1848, Oquê-Odã foi invadida e saqueada por um exército do Reino de Daomé e os pais de Sara morreram durante o ataque. Assim, foi levada à corte do arroçu (rei) Guezô como escrava, aos cinco anos de idade. Ela seria usada como sacrifício humano, mas o capitão Frederick E. Forbes, da Marinha Real Britânica convenceu o rei Guezô a dá-la à Rainha Vitória de presente.[3] A Forbes descreveria o ato como:

Frederick E. Forbes a nomeou "Sara Forbes Bonetta": Bonetta em homenagem ao seu navio, o HMS Bonetta.[5] A rainha Vitória se impressionou com a excepcional inteligência da nova princesa e a criou como sua afilhada em meio à classe média e realeza britânicas.[6][7][8] Em 1851, Sara começou a ter uma tosse crônica, atribuída pelos médicos da época ao clima da Grã-Bretanha. Seus guardiães então a enviaram para uma escola na África em maio do mesmo ano, quando ela tinha 8 anos,[6] retornando em 1855, aos 12 anos de idade.[9] Em janeiro de 1862, ela foi convidada a comparecer no casamento da filha da rainha Vitória.[10]

Casamento[editar | editar código-fonte]

Pouco tempo depois, ela recebeu a permissão da rainha para se casar com o capitão James Pinson Labulo Davies, na igreja de St. Nicholas, em Brighton, em agosto de 1862. Enquanto os preparativos para o casamento eram elaborados, ela se mudou à rua Clifton Hill, número 17, em Bristol.[11]

A portrait of James Pinson Labulo Davies e Sarah Forbes Bonetta, em Londres, em 1862. Foto de Camille Silvy

O capitão Davis era Iorubá e um homem de negócios rico e filantropo. O casal se mudou à África logo após o casamento e tiveram duas filhas, Victoria Davies (1863) e Stella (1873), e um filho, Arthur Davies (1871).[12]

Sara manteve um relacionamento próximo com rainha, mesmo morando longe, a ponto de Sara e o bispo Samuel Ajayi Crowther serem os únicos moradores de Lagos que a Marinha Real tinha ordens expressas de evacuar caso algum levante ou guerra acontecesse na cidade.[12][13] Muitos dos descendentes de Sara hoje vivem na Inglaterra ou em Serra Leoa, muitos também são personalidades importantes na Nigéria.[13][14]

Morte[editar | editar código-fonte]

Sara faleceu em 15 de agosto de 1880, aos 37 anos, devido à tuberculose, no Funchal, Ilha da Madeira, onde está sepultada no Cemitério Britânico da Madeira.[1][9] Seu marido, capitão Davies, erigiu um obelisco de granito em sua memória em Ijon, a oeste de Lagos, onde ele tinha uma fazenda de cacau.[15] No obelisco está escrito:

Referências

  1. a b c Elebute, Adeyemo. The Life of James Pinson Labulo Davies: A Colossus of Victorian Lagos. [S.l.]: Kachifo Limited/Prestige. p. 138. ISBN 9789785205763 
  2. Elebute, Adeyemo. The Life of James Pinson Labulo Davies: A Colossus of Victorian Lagos. [S.l.]: Kachifo Limited/Prestige. pp. 41–42. ISBN 9789785205763 
  3. «Hidden histories: the first black people photographed in Britain – in pictures: Ethiopian princes in exile, boxing champs and 'Friendly Zulus' ... these previously unseen images of black people in the Victorian times show colonialism in all its contradictions: The black Victorians: astonishing portraits unseen for 120 years». The Guardian. 15 de setembro de 2014 
  4. Forbes, Frederick Edwyn (1851). Dahomey and the Dahomans: being the journals of two missions to the King of Dahomey. In two Volumes. [S.l.]: London, Longman, Brown, Green, and Longmans – via Hathi Trust 
  5. «Sarah Forbes Bonetta: the Captive African Princess Gifted to Queen Victoria». Helen Rappaport. Consultado em 24 de março de 2020 
  6. a b Rappaport, Helen (2003). Queen Victoria: A Biographical Companion. [S.l.]: ABC-CLIO Biographical Companions. p. 307. ISBN 9781851093557 
  7. Wasson, Ellis (2009). A History of Modern Britain: 1714 to the Present. [S.l.]: John Wiley & Sons. p. 235. ISBN 9781405139359 
  8. Marsh, Jan (19 de novembro de 2009). Black Victorians: Black People in British Art 1800–1900. [S.l.]: Lund Humphries. pp. 62, 86. ISBN 9780853319306 
  9. a b Walter Dean Myers (1999). At Her Majesty's Request: An African Princess in Victorian England. [S.l.]: Scholastic Press. ISBN 978-0590486699 
  10. Annie C. Higgen (1879). «Queen Victoria's African Protégée». Church Missionary Quarterly Token. Church Missionary Society. p. 6 – via Google Books 
  11. Collis, Rose (2010). The New Encyclopaedia of Brighton: (based on the original by Tim Carder) 1st ed. Brighton: Brighton & Hove Libraries. ISBN 978-0-9564664-0-2 
  12. a b Elebute, Adeyemo. The Life of James Pinson Labulo Davies: A Colossus of Victorian Lagos. [S.l.]: Kachifo Limited/Prestige. pp. 77–79. ISBN 9789785205763 
  13. a b «Bonetta, Sarah Forbes (1843–1880)». Blackpast. Consultado em 23 de abril de 2017 
  14. «Sarah Forbes Bonetta (Sarah Davies) (1843-1880), Goddaughter of Queen Victoria:Image archive». London: National Portrait Gallery 
  15. Elebute, Adeyemo. The Life of James Pinson Labulo Davies: A Colossus of Victorian Lagos. [S.l.]: Kachifo Limited/Prestige. pp. 111–119. ISBN 9789785205763